terça-feira, 12 de abril de 2011

Verdades e assim assim


Não amo praia. Ou melhor, não amo fazer praia. Gosto mais de praia no Inverno, é o que é. Há dias em que olhar o mar me acalma, relativiza os dramas do quotidiano em que me vou afundando. Mas depois, depois, quando viro costas e volto para o interior, o do espaço e o meu, percebo que muito mar me assusta. Que a noção de perder de vista me angustia. Se, por um lado, a ausência de limites, a falta de amarras, o horizonte do impossível conseguem motivar-me, por outro, o descontrolo, o infinito, o longe apequenam a minha coragem. Não sei explicar. Não consigo. Sei que há sonhos em que incluo uma casa na praia, mas há realidades em que casas na praia me parecem boas oportunidades para passar só algum tempo. No fundo, sinto um conforto maior na concha da terra. Poucas coisas me angustiam como água sem conta. O fogo, só, talvez, se lhe assemelhe em efeitos. Por isso também me fere pensar na inevitabilidade de uma casa no meio da floresta. Procuro a paz dos meios termos, da normalidade, do assim assim. Não sei explicar. Não consigo. Talvez percebam se acrescentar que gosto muito desta imagem para umas férias, mas que não viveria bem a minha vida toda num lugar assim. Sou estranha, parece-me. Mas enfim...

1 comentário:

  1. Eu teria muito medo também. O mar pode ser muito assustador. Viver na praia? Só se me garantissem que o mar iria estar sempre como nessa imagem... Infelizmente, não é possível :b

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