Gosto da cara dos meus alunos quando lhes apresento o mais famoso caso das minhas aulas.
Eu não acredito no amor. Decido casar-me por interesse. Faço um estudo de mercado e opto pelo dono de um Banco. Faço-o cair aos meus pés, maquiavélica. Digo-lhe só coisas lindas e tal e coisa. Vontadinhas todas ao menino. O menino não sabe mais o que me há-de fazer. Convenço-o que não havia maior prova de amor que casarmos em comunhão geral. E casamos, que a menina quer, a menina tem, que a menina não pode ser contrariada que deprime logo. Já casados, partilhamos tarefas. Ele ganha o dinheiro e eu gasto-o, desporto que, aliás, sempre pratiquei na perfeição e com o qual ele nunca se ralou. Quando ele começa a falar em meninos, dão-me uns calafrios que não fui feita para aturar garotos e peço o divórcio. Podia matá-lo e ficar com a massa, mas no fundo até gosto dele. É um gajo porreiro. Faço o choradinho do problema não é teu, é meu. Porque o meu sentimento morreu e para teu bem tens de procurar quem te mereça mais. Tudo estudado, que sou uma interesseirona de marca. E ele, coitadito, lá me faz a vontade, disposto a deixar-me tudo. Mansão, ferrari, contas recheadinhas, porque, acrescenta o moço, sem mim a vida dele não faz sentido. Não são as coisas que podem salvá-lo, sou eu. Que se vai matar... ai credo. Mas eu nem aí. Lá verto uma lágrima para dar um ar mais credível à cena, mas quero é vê-lo pelas costas.
Trrréu, téu, téu... pardais ao ninho...
Quid iuris?
Ai coitadinho, que ele amava a professora.
Sim, mas isto é ficção. Vá... concretizem juridicamente...
Ah... é aquele artigo que falou no outro dia, não é?!
É, é... vá lá ver!
P.S. Também gosto da cara que fazem no caso em que sou casada, mas um dia decido pedir a um desconhecido, que encontro nas Monumentais, para me fazer um filho!
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