sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Há dias

ou pelo menos horas, em que dava tudo por ter coragem para contratar o homem do fraque, um "cigano" ou alguém carecido de descarregar fúrias em malhas monumentais.

Há um tipo de gente que só merece o meu profundo nojo: os caloteiros. 

O caloteiro não é a pessoa que fica a dever, por circunstâncias más da vida, mas que continua empenhada em pagar, nem que seja devagarinho, que faz das tripas coração e que, se for preciso, se não conseguir, dá a cara, pede desculpa, difere o cumprimento, mas não mente. O caloteiro é aquele que deve, que deve muito, que deve o suficiente para comprar várias moradias com piscina e terreno envolvente e, quando confrontado, diz que não, que não deve, que a documentação é falsa. E, pior, à socapa, ameaça, diz que dá tiros (e com isto tira o sossego às pessoas) e foge. Foge do credor, foge da verdade e foge da condição de humano. 

Há dias em que intentar acções, percorrer os caminhos processuais e esbanjar tempo com soluções de compromisso e dinheiro em taxas de justiça me parece uma tremenda ingenuidade. Há dias em que nada me parece mais acertado que pegar nesta espécie de gente, amarrar-lhes uma pedra a cada perna e atirá-los ao mar ou atá-los a um pinheiro, regá-los com gasolina e atear-lhes o fogo. Há dias em que tudo o que aprendi e defendo cede perante a ignomínia e, na defesa da paz dos meus, me sinto capaz de esventrar alguém com as minhas próprias mãos.

Hoje é um desses dias. 

2 comentários:

  1. Eu junto-me à milícia caso resolvas começar uma! Tenho um sapo desses atravessado há uns anos e ainda não desceu!

    Beijinhos
    (e mais uma vez obrigada)

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  2. Olha, eu lido com eles todos os dias...e tenho muitas vezes as ganas que tu tens!

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