segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Wishlist

Queremos muito, como pães para boca, um fim de semana de sorna, em que não se dispam os pijamas, em que se durma até apetecer, em que se coma o que houver, em que se arrastem os pés em meias ou descalços, em que o meu cabelo não veja a escova, em que ele não pegue no computador, em que o mundo ande para a frente sem precisar de jeito nenhum que ambos lhe possamos dar. No fundo, precisamos de um fim de semana só nosso, em que, basicamente, o projecto seja não fazer nada no sábado e descansar de não fazer nenhum no domingo. Olhei para a agenda a tentar marcar o acontecimento (vejam a loucura disto... uma pessoa ter de agendar dois dias para madracear) e descobri que antes de 26 de Outubro não será possível. Está reservado. Agradeço que não nos marquem nada, não nos convidem para coisa nenhuma e mimimi nessa data. Grata.

Homem, aponta aí tu também. 26 de Outubro... here we go :)

Das alturas

Eu: Definitivamente, a minha vida é muito animada, graças ao Altíssimo.
Ele: Sim. Até porque o altíssimo sou eu.

Não acredito

Mesmo. Eu, simplesmente, não acredito. A TVI ocupou o horário nobre do Domingo de eleições com a estreia de mais uma Casa dos Segredos?! A sério?! Toda a gente sabe que eu até posso ver a Casa dos Segredos, mas... no Domingo das eleições?! Não é normal... Não me lixem... isto n-ã-o é normal!!!

sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Amar é

convencer-me a ir à televisão, só para o ver na euforia em que se encontra. Falo aí dois segundos e meio, em que me filmam desfocada ou me dá para parecer tola de não acertar com a câmara, mas o homem acha que sou a última bolacha do pacote. Coitado. Anda iludido. Eu?! Faço-lhe a vontade. E derreto-me com tanto mimo.

Verdades e assim assim


O meu homem parece tirado a papel químico do meu pai. Agora também anda com a mania que eu tenho uma triste pancada por limpezas e arrumações. O que os homens das marias badalhocas davam por uma namorada assim, pessoínhas. E ele a dizer que tem de me ajustar a medicação.

P.S. Já disse que nos rimos juntos?! Muito?! E que isso é uma parte para lá de importante no amor?! Pelo menos, no nosso?! Pronto!

Imagem descoberta pela minha CM, que já me conhece tão bem :)

Purah

Prometi vir cá falar disto e venho. Fiz o alisamento biológico Purah. Procurei muito, pesquisei mais ainda, falei com meio mundo, estudei variadíssimas opções e escolhi este. Até agora, sou uma pequena R. feliz com a escolha. Passei uma manhã a levar um banho de salão, mas acredito que isto vá compensar. Já voltei a lavar o cabelo e é verdade: basta usar o secador, com calor, para o secar, que ele fica lisinho, lisinho. Uma pessoa com o cabelo arranjadinho parece logo outra e eu, a bem dizer, nem sempre tenho tempo ou paciência para me demorar em atenções com o meu. É certo que se o lavar todos os dias, lhe der cinco minutos de difusor e a seguir me dedicar a moldá-lo com espuma, fica com uns caracóis bonitos e mimimi. O problema é que sou bem filhinha de mãe e, portanto, lavo o cabelo e deixo-o secar ao ar, durmo de cabelo molhado, passo a vida a atá-lo e outras atrocidades que condenam qualquer tentativa de ter uma juba decente se não estiver esticada. Não há nada mais prático que uma pessoa acordar de manhã e estar praticamente penteada. Poupa tempo e preocupações. Foi isso que quis poupar quando me decidi a gastar um valor considerável e cinco horas da minha vida a fazer um alisamento. O alisamento biológico que fiz não tem formol, naturalmente, e deixa o cabelo com um aspecto muito natural, sem aquele ar de chinesa banhada em azeite de algumas escovas que por aí andam. Permite continuar a tratar o cabelo como sempre. Ontem fui cortar, porque ainda não o tinha feito depois da estopada de sol que levou no Verão e que deixa as pontas todas estragadas, e está perfeito. Está muito suave e cheiroso, absolutamente hidratado sem ser oleoso, porque o alisamento e os produtos cujo uso é recomendado a seguir são à base de queratina. Podemos pintar (eu não pinto, mas quem pinta pode continuar), podemos fazer madeixas (eu não faço, mas quem faz pode continuar), podemos cortar, escadear, fazer o que nos der na realíssima gana. Pelas minha contas, se o alisamento durar dois meses, já me compensa em termos de custos e de tempo. A cabeleireira afirma que vai durar bem mais. A ver vamos... A maior vantagem deste alisamento, porém, é o facto de não alterar irremediavelmente a estrutura do cabelo, o que significa que, com o tempo, o fio vai ganhando a sua forma inicial. Se um dia me cansar de andar penteada, muito certamente o meu cabelo já estará como era até aqui - encaracoladinho e difícil de ajeitar. E é isto. Estou fã.

Boas coisas

O tempo, não estando ainda frio, arrefeceu já. Há chuva lá fora. Embora não aprecie muito ter de sair de casa com chuva, percebo que seja necessária e as primeiras do Outono, acompanhadas de um cheiro intenso a terra molhada, são uma delícia para os sentidos. Trabalhar em casa tem também a vantagem de podermos escolher entre ter uma música baixinho ou ouvir só os sons melancólicos da rua a anoitecer-se cada vez mais cedo, ali por aturas do quase meio da tarde. A somar a isso, permite que se passe a vagar da sensação livre de andar descalça para o conforto morno de enfiar os pés em meias fofinhas. Há coisas más de trabalhar em casa, claro. O facto de não se ter horários, as inúmeras fontes de distracção (se pensar bem, tenho sempre alguma outra coisa para fazer sem ser trabalhar na tese, por exemplo: ou arrumar gavetas, ou redecorar espaços, ou escolher fotografias, ou organizar o frigorífico, ou passar a ferro, ou escovar sapatos e carteiras de pele, ou limpar as pratas, ou aspirar, ou passar só mais um paninho no chão, ou limpar o pó nas prateleiras de livros, ou tirar as folhas secas às plantas, ou, ou, ou), etc. Escolher trabalhar, no que profissionalmente nos ocupa, é uma opção de força, que nos obriga a uma certa disciplina que nem todos os dias corre muito bem. Mas trabalhar em casa tem também muitas vantagens. Esta, de ir recebendo as estações sempre com uma atenção redobrada ao que, cá dentro, muda pelo que muda lá fora, é uma delas. Gosto muito do Inverno. Gosto muito do frio. Gosto das botas, dos cachecóis, das lãs, dos casacos compridos, das múltiplas mangas, das meias calças, das luvas, dos chapéus, do ventinho na cara. Gosto da sensação de mergulhar num mundo quentinho, como bolha rodeada de paisagem inóspita. Gosto do Inverno porque não há nenhuma outra altura do ano em que a casa se me assemelhe mais a ninho. E eu gosto de farra, de laró, de fugir, de andar por aí, mas também gosto muito, tanto, de uma tarde no sofá embrulhada numa mantinha e com as mãos aquecidas pela caneca de um chá cheiroso. Ahhh... o Inverno. Coisa tão boa... a chegar. 

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Era uma bruxa, se faz favor!

Na quinta feira fui pôr um implante. Fui eu que quis, é certo, podia bem andar sem dente. Ainda por cima porque era lá bué, bué longe, para os lados de muito atrás. Mas pronto, dá-me para gostar de ter um sorriso jeitoso e o trauma de ter tido uma complicação grande que levou, em 2004, à extracção daquele dente, já tinha passado. Era a altura. Tive dores de cão. Há quem diga que isto dos implantes não dói. Os implantes são como os órgãos genitais, é a minha conclusão. Cada um tem o seu, cada um sabe do seu. O meu (o implante) doeu-me muito. 
Ontem tive um acidente de carro. Estou cheia de pequeninos cortes, do tamanho de um milímetro, porque fui panada por vidros estilhaçados e ainda tive de andar a fazer ginástica dentro do carro para me conseguir pôr na rua. A somar a isso, estou sem carro, cujo conserto é capaz de me custar o dinheiro das férias dos próximos dez anos, mais o que podia pensar investir na colecção de roupa e calçado das próximas cento e trinta e duas estações. 
Hoje mandei um pontapé na porta da cozinha. Não sei como. Não devo ter medido bem o espaço e tau. Estava descalça, claro, que eu ando sempre descalça em casa. Vi estrelas. Muitas estrelas. Tenho um dedo todo negro e o meu homem garante que está partido. Eu penso que as dores são normais, ou então não, mas a modos que me estou a ambientar a isto.
Está a ser uma semana porreira, portanto.
Espero que fique por aqui de surpresinhas desta natureza.
Se não ficar, talvez vá à bruxa. Não sei. É um suponhamos. 

terça-feira, 24 de setembro de 2013


Hoje, bem, hoje só me apetece pensar em coisas boas e bonitas e cheirosas. E não há nada melhor, mais bonito e mais cheiroso que um bebé.

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

É por ti que escrevo

É por ti que escrevo que não és musa nem deusa 
mas a mulher do meu horizonte 
na imperfeição e na incoincidência do dia-a-dia 
Por ti desejo o sossego oval 
em que possas identificar-te na limpidez de um centro 
em que a felicidade se revele como um jardim branco 
onde reconheças a dália da tua identidade azul 
É porque amo a cálida formosura do teu torso 
a latitude pura da tua fronte 
o teu olhar de água iluminada 
o teu sorriso solar 
é porque sem ti não conheceria o girassol do horizonte 
nem a túmida integridade do trigo 
que eu procuro as palavras fragrantes de um oásis 
para a oferenda do meu sangue inquieto 
onde pressinto a vermelha trajectória de um sol 
que quer resplandecer em largas planícies 
sulcado por um tranquilo rio sumptuoso 


António Ramos Rosa

É um dos meus poemas preferidos dele. 
Cada vez mais. 
Por uma razão muito minha, muito íntima, muito feliz (mais ainda desde ontem).

As dores

voltaram. E tenho a cara pisada do lado do implante.
Está uma coisa esperta, isto, portanto...

Purah

Conto-vos tudo em breve... mas adianto que hoje passo a manhã a domar esta juba, expectante por algum descanso nos próximos meses. 

*

sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Há coisas que podem condenar uma relação #14

Ele: Ihhh... como tu estás... 
Eu: Estou feia?
Ele: Não... Feio é o Quasimodo.
Eu: Pois... E eu até acho não está assim tãããooo inchado.
Ele: Sabes que o Quasimodo também dizia que não não era corcunda, não sabes?!

Novidades

A minha intenção de produzir alguma coisa de jeito caiu por terra. Não quando o médico me disse que devia ficar de repouso 48 horas, não propriamente acamada, mas deitada no sofá, por exemplo, mas eu achei que uma hora dava perfeitamente e depois as putas das dores começaram em força e eu percebi que não conseguiria mesmo concentrar-me em mais nada que não fosse nelas até à toma seguinte de medicação. A noite não foi pacífica. Não porque tenha tido muitas dores nesse período, que não tive, mas porque durmo de bruços e agora tenho de dormir de barriga para cima ou de lado (o oposto ao do implante), com a cabeça elevada a pelo menos trinta graus. É toda uma ciência, isto, no fundo. Hoje, porque acho mesmo que o que me cansa é o que me põe o tico e o teco a trabalhar juntos e o resto são hobbies, decidi que era bom limpar e arrumar a casa. Basicamente, e porque não sou inconsciente, sabia que não era altura para fazer uma limpeza a fundo, mas aspirar, limpar o pó, limpar a casa de banho, mudar toalhas, fazer a cama de lavado e passar um pano no chão seriam tudo tarefas ao meu alcance. Enquanto andava na lide e estendia lençóis lavadinhos e cheirosos na cama, senti um gosto estranho na boca. E pronto, devo ter feito estrago porque aquilo estava a sangrar. Deitei-me a ver se enganava os pontos, durante meia hora, obedecendo às regras do repouso. Mas agora vou tentar outra vez. Devagarinho, a coisa vai lá. Espero. Até porque ainda queria ir esticar o cabelo hoje. 

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Pus um implante hoje... É um molar... Por isso...


Ou: como ver o bright side da coisa.

quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Procura-se


Um autarta, para a autartia. Uma alma que vença as autárticas.

É cada vez mais difícil escolher o cartaz que mais me faz rir...

Passam-me coisas pela vistinha




Namoro as primeiras vai para uns três anos. Amo-as de paixão. Acho que seríamos grandes amigas. Em bom rigor, continuo a achar que condicionam menos, mas foi ao descobrir estas últimas que a minha vontade de ter umas botasquetodaagenteachaquesãopantufasmaseucáacholindaseconfortáveis voltou. Em força. As primeiras são umas Ugg. As segundas são da Moschino. E o meu coração ficaria tão mais quentinho com umas assim cá em casa, pá. Raisparta isto de uma pessoa não ser rica.

Verdades e assim assim

Tenho um pic nic com ex alunos no próximo sábado. Andamos a trocar mails para ver quem leva o quê. Embora amanhã deva passar umas três horas no dentista, de boca aberta, e nos próximos dias já me esteja a ver a líquidos, estou tão entusiasmada que pareço uma garota. Definitivamente, isto há-de querer dizer alguma coisa de como amo a minha profissão. Ou então diz só que se um dos meus nomes do meio é o verbo ir, outro há-de ser a palavra farra, pronto. 

Canteiros assim


Van Gogh

terça-feira, 17 de setembro de 2013

Verdades e assim assim


Eu adoro o que faço. Quase tudo o que faço. A sério. Mas há dias em que me passa pela cabeça que podia bem ser ainda mais feliz a tratar de uma horta e de canteiros coloridos, a fazer bolachas de manteiga para fora, a bordar, a treinar cães e a ler muito mais poesia... a chinelar. 

Tabela de equivalências

sapatos = canetas de aparo
vestidos = canivetes suíços
brincos = mochos
leques = tinteiros
vernizes = relógios
cenas de natal = carros

É uma coisa que me enerva

Teses pouco sérias.

segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Há coisas que podem condenar uma relação #13

Tinha acabado de se levantar da mesa quando me ouve choramingar em gritinhos:

"Nãããooo, não me deixes aqui. Por favooooorrr, não te vás embora assim. Aaaaaiii, aaaiiiii que sofrimento."

Parou, confuso, a olhar para mim que, de pé, continuava com um ar de sofrimento imenso a proferir a ladainha, acrescentando, já mais séria:

"Coitadinha! Está tão triste!"

É então que, cheio de coragem e vencendo o susto, me pergunta o que é que eu tenho. Muito calma, expliquei-lhe:

"Eu ouço os objectos. E, neste momento, aquela cadeira que tu não puseste para o sítio e deixaste ali desasada da mesa está profundamente magoada."

Ele conteve-se. Enfiou o rabinho entre as pernas e foi pôr a cadeira no lugar. De novo voltado para mim, abanou a cabeça, como que a dizer-me que eu tinha problemas.

Eu, toda sorridente, fiz a alegada voz de cadeira e agradeci-lhe dizendo:

"Obrigaaadaaaaa B., obrigaaadaaaaa amiguinho! Agora sim, podes ir em paz!"

Pura poesia

Reza a história da minha aldeia que, há cerca de sessenta anos, uma jovem humilde se terá apaixonado por um rapaz abastado, filho, já à data, de um empresário com expansão internacional. Faminta de amor verdadeiro e alvo da chacota do seu principe e de quase todos os rapazes da aldeia, a jovem terá escrito este verso, em carta entregue em mão, mas insensivelmente difundida:

Se tu m'amasses
com'eu t'amo
tu t'acharias
com'eu m'acho

Wishlist



É um par de cada cor, em 38, por quem lá têm... Aaaiiiii... estas Josefinas...

sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Médica das senhoras

A minha é uma querida. O meu historial conta com visitas à médica das senhoras desde muito menina - onze anos. Não, não fui uma mãe adolescente, nem me deu para ramboiar ao largar a fralda, mas isto de se terem uns antecedentes familiares complicados e uma mãe galinha pôs-me nas lides de tudo quanto é médico "ista" muito cedo (para além dos mais clássicos na infância - dentista e oftalmologista -, otorrinolaringologista, cardiologista e ginecologista). Por isso, enfim, há vinte anos que vou à médica das senhoras. Não é novidade para mim. Vou a esta há uns dez, seguramente. Conhece-me bem. Trata-me por filhinha. Gosta de mim, eu sei que sim. Talvez isso justifique as perguntas que não calou hoje na consulta e que serão, nos próximos tempos, mote insuperável para valentes gargalhadas em família, e de que destaco, para deleite vosso e porque sou uma querida, esta: 

- O teu rapaz não é dos que dá à sola se engravidares, pois não, filhinha?!

Projectos para o fim de semana



O frio está-se a compor... (ou então sou eu que quero muito pensar que sim...)


Já pus um cobertor na cama...

Verdades e assim assim

Há duas maneiras, que eu saiba, de viver o problema de um amigo. Pela primeira, o nosso problema é branco e o do amigo é preto, o nosso problema é água e o do amigo é azeite. No fundo, olhamos de fora o problema, não nos misturamos com ele, preocupamo-nos, é certo, mas com limites, não fazendo, de maneira nenhuma, daquele, um problema também nosso. Depois há a outra maneira, segundo a qual o nosso problema é branco e o do amigo começa por ser preto, mas, à custa de tanto nos envolvermos, às tantas o problema do nosso amigo já é cinzento clarinho, de tudo o que o puxámos para nós, o que fizemos, trinta por uma linha, o que nos angustiámos. Sempre vivi os problemas dos meus amigos da segunda maneira possível. Venho, à custa de muitos trancos e barrancos, começando a aceitar que nem sempre pode ser assim. Está a ser difícil. Mas não há-de ser impossível...

Eleições

Por mim, para efeitos de andarem connosco nas palminhas e nos animarem com as suas pérolas, devia haver eleições pelo menos uma vez por mês. Nunca vi a minha cidade tão virada do avesso. Andam a pôr tapete em todo o lado. Tenho a sensação que se lhes pedisse me alcatruavam até dentro de casa, tal a boa vontade. É certo que deixámos de ter passadeiras, que o traçado das estradas tem de ser fruto da nossa imaginação e que, em bom rigor, anda tudo a estacionar onde não era suposto, porque não há marcas para estacionamento, mas as estradas estão lisinhas de dar gosto. Só por isto, já valia a pena haver eleições, mas depois há as pérolas. E uma pessoa precisa muito de ter motivos para rir, que o que mais há para aí é deles para chorar. Assim, tenho-me divertido a fazer a minha lista de preferências dos cartazes eleitorais. E não está a ser fácil manter a lista estável. Até ontem, por exemplo, estava mais do que convencida que nada me renderia mais momentos de gozo que isto:


Mas depois conheci isto:

quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Francisco

É um dos meus nomes preferidos de sempre. É o nome de uma das pontas da minha estrela guia. Mas desde que o Papa Francisco entrou nas rotinas do Mundo, não sei porquê, soa-me ainda mais a um nome mágico. Que pessoa luminosa...

Ora vejam:


10 sugestões de vida do Papa Francisco:

1. Viaje leve pela vida (seja desapegado)
2. Dê importância aos valores (honestidade, bondade, verdade,…)
3. Cultive as relações pessoais (relacione-se com várias pessoas, saia do conforto familiar)
4. Frequente a rua (misturar-nos com todos esclarece e humaniza)
5. Seja comum e extraordinário (insira-se em grupos de trabalho, de lazer, da Igreja, com descrição)
6. Cultive a diferença (conviva com profissionais de outras áreas, de outras religiões, …)
7. Valorize a família (dê prioridade à proximidade entre os seus membros)
8. Não tenha vergonha de ser humilde (renuncie a ser conhecido pelos títulos que possui)
9. Reconheça os seus defeitos (“todos pecamos, até o papa peca”, seja mais compassivo consigo mesmo)
10. Cuide dos seus amigos (a amizade é uma relação transformadora, que requer atenção e doação)

(retirado do livro de regras da Domus Nostra para este ano!!!)

Private


Fecha os vidros, sobe o rádio, acelera, pensa em mim e... canta isto. Em berros. Vai fazer-te bem. Eu sei que vai.

quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Meninas-mulheres


Tenho evitado falar de uma das notícias mais brutais dos últimos dias. Uma menina de 8 anos, que não conseguiu furtar-se a um casamento de conveniência familiar com um homem de 40, morreu na noite de núpcias, na sequência de lesões internas provocadas pela vivência sexual a que foi submetida. Tenho evitado falar sobre isto, não só porque, ainda que não seja para aqui chamada a razão, o tema me é particularmente caro, mas porque, infelizmente, pertenço àquela amálgama de gente que dá voltas à cabeça mas não encontrou ainda maneira de pôr termo a atrocidades como esta. Opto por não deixar no post o nome desta vítima, nem tão pouco o link da notícia que dá mote à discussão neste momento. Acho, muito honestamente, que é melhor assim. Que é preferível encarar o fenómeno como uma questão da Humanidade, sem necessidade de personificação em A, B ou C. O Iémen não é, sequer, o único país em que isto acontece. Histórias destas são recorrentes, tal como histórias de mutilação genital e outras. À humildade em reconhecer na vastidão da diferença o direito a essa mesma diferença, somo uma inquietação crescente pela apatia dos Estados ditos desenvolvidos. As Magnas Cartas dos direitos fundamentais das crianças do Mundo (Declaração Universal dos Direitos da Criança e Convenção dos Direitos da Criança) são, com episódios destes, grotescamente escarradas diante da impávida de todos nós. É certo que escrevemos que não pode ser, que peticionamos o alargamento da aplicação internacional dos diplomas dos direitos, das liberdades e  das garantias, mas... e depois?! Ficamo-nos pelas intenções, sem capacidade de transpor a law in books para uma verdadeira law in action. Não sei como, não sei quando, não sei quem. Sei que é preciso fazer alguma coisa, urgentemente, pessoas do mundo.

Projecto "O meu homem é feliz" #3

Comprei-lhe o "Guia de Aves".


Eu, que fico histérica com penas. O amor é lindo, definitivamente. 

Sei que sou uma dona de casa quando

1) tenho direito de preferência na ocupação do sofá;
2) não consigo deixar o vaso da entrada sem flores fresquinhas;
3) é da minha responsabilidade manter a despensa e o frigorífico compostos.

Vai em três

a média diária de vezes que alguém me pergunta se já tenho data para casar. Tudo, tudo, tudo por causa disto, meu companheiro inseparável há mais de um mês.

Vergonhas

Faz-me espécie ter de andar em chique quando estou em casa. Dá-me nos nervos pensar que não posso sirigaitar em modo cabelo ninho de rato e pijama embotado até ao banho da noite. Custa-me imaginar alguém com quem se partilhe a vida não saber que para as pernas estarem lisinhas é preciso fazer a depilação e para as unhas estarem pintadas é preciso chegar-lhe o verniz e para os cotovelos estarem macios é preciso esfregá-los bem com creme. Vai daí, devarinho, vou mostrando ao rapaz que as sobrancelhas de uma mulher não nascem com o contorno perfeito, que o esfregão da loiça é inimigo da manicure e que ao excesso de trabalho se pode associar a incapacidade para estar sempre pronta a vestir saia/vestido, como se as pernas nascessem e vivessem depiladas só porque nos dava mesmo jeito que assim fosse. Apesar de tudo, ao reler uma declaração da Fernanda Serrano, em que assume que nunca quis que o marido a visse careca quando esteve doente, percebo-a. A fragilidade não é feia, mas é demasiado íntima. O desleixo natural, é uma coisa. A sensação de fealdade irremediável, é outra. Todas nós, acho eu, prezamos o à vontade de mostrar a quem mora connosco que a maquilhagem pela manhã faz milagres pelas nossas olheiras. Assumimos a naturalidade de permitir ao outro saber que também nós temos horas más. Mas isto em nada se compara, quer-me cá parecer, a assumir o que até para nós é doloroso de ver, de aceitar, de ultrapassar. Costumo aproveitar os dias de maria bardajona para, de uma hora para a outra, ao despir a personagem, dizer para mim mesma "Definitivamente, quem te comprasse há pouco e te vendesse agora, ficava rico!". Quando se está doente, não se pode dizer isto, não dá para dar a volta com um banho, duas esfregadelas com creme, três pinceladas de blush e meia dúzia de borrifadelas perfumadas. Deve doer demais... Perceber que não se quer mostrar a ninguém como se está porque, a bem dizer, se agradecia muito nem sequer ser obrigado ao confronto com o que, naquele momento, se é. Que coisa triste. Que medo ruim. 

Gourmet

Conheci hoje um recanto gourmet fantástico cá pelo burgo. Cedinho, cedinho, pus-me a pé para fazer análises. Em jejum, completamente aos caídos (tirar sangue tem este efeito em mim) e com o tempo contado para o compromisso seguinte, quando saí do laboratório, percebi que me tinha esquecido de pôr o iogurte na carteira e que já não tinha tempo de vir a casa tomar o pequeno almoço. Estava indecisa no café por que optaria quando me apercebi, discreto, do espaço Gourmet da Maria. Ora bem, meus queridos, que coisa mais cheia de estilo e coisas boas, uma empregada simpática, simpática e um cheirinho a bolo no ar. Que bom, pensei. Rendi-me a um scone com recheio de frutos vermelhos. Não supera os absolutamente imperdíveis scones da Almedina do Estádio, mas também está lá, como diria o meu homem. Além disso, o espaço é giro e vende montes de coisas raras de encontrar. As saudades que eu já tinha de umas pastilhas de canela Leone, por exemplo. Experimentem. Em Celas, no Largo Celas Plaza, ali ao comecinho da Alameda Armando Gonçalves. Estou fã.

terça-feira, 10 de setembro de 2013


Sempre que me liga só para dizer que me ama, faz o meu dia tão feliz que tudo o resto se redimensiona em função da minha vontade de fazer isto acontecer para o resto da vida.

Wishlist


O iphone 5c há em cor de rosinha, pá! Estou um bocadinho in love, pronto, é oficial. Acho que é desta que compro um telemóvel sem pedir à menina da loja que me arranje o aparelho mais barato que tiver na loja. Acho que nunca dei mais de vinte euros por um telefone... Enfim, estou a ficar doida. Mas... é cor de rosa... e isso é um argumento com muita força.

Já dizia a minha bisa

Se quiser que uma coisa seja feita, entregue-a a uma pessoa ocupada. Tenho a tese e, a bem dizer, para muita gente, isso devia bastar-me para não querer aceitar rigorosamente mais nada. Acontece que a minha atracção pelo abismo é mais forte. Conto pelos dedos os fins de semana em que não tenho trabalho agendado até ao Natal. Depois disso, também já tenho uma página na agenda com items para assinalar. Mas acabam de me ligar a perguntar se não aceito dar formação, porque gostaram muito de trabalhar comigo e mimimi, vá lá, vá lá, que escolho os dias e as horas e posso concentrar tudo e tréu téu, téu pardais ao ninho. Dei formação, assim dessa constante, com manual e tudo, com público regular, em que fujo um tudo nada à minha área e aos palcos em que é mais comum mover-me, uma única vez na vida. Recebi mal e porcamente. E dois anos depois de a coisa ter acabado. Mas, não sei porquê, custa-me recusar serviço. Por isso, lá fiz umas pedinchices, mas acabei a dizer que sim, que pronto, podem contar comigo. Há um lado meu muito doido... e outro que, definitivamente, de quando em vez perde a cabeça. Só pode. É isto. Agora estão a baixar em mim uns nervos estranhos. Ao melhor estilo "Tu não és normal, rapariga! Que irresponsabilidade, criatura!".  Não há-de ser nada. Digo eu.

Experimente

namorar com alguém que lhe diz que é a mais bonita da festa. A que tem o sorriso mais bonito, os olhos mais bonitos, o cabelo mais bonito, o vestido mais bonito, os sapatos mais bonitos... e tuditudi. Faz um bem danado, só lhe digo. 

segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Pelo Douro

É verdade que o Hotel fica dez quilómetros para lá do sol posto e é verdade que uma pessoa que enjoa deve evitar aquela estrada, mas também é verdade que este fim de semana fui feliz para os lados do Douro, onde casou o meu amor da adolescência, um dos meus amigos mais especiais, onde estive com os meus e onde se pode, é certo, passar à vontade uns dias em absoluta paz e sossego.

Ser tia

Fui tia. É verdade que não é meu sobrinho de sangue. É verdade que sobrinhos assim do coração já tenho outros. Mas hoje fui a tia que não conseguiu esperar para amanhã, que lhe pegou no colo quando ainda não tinha sete horas de vida, que se controlou lá, mas chorou depois, ao saber aquele bebé vestido com a roupa que lhe deu para vestir ao nascer. Sou a tia que para ali ficou a apreciar como tem umas mãos perfeitinhas, um nariz pequenino, uns olhos escuros, um queixo precioso e uma boca fofa de doer. E cabelo. Montes dele. Fui tia. É verdade que não é meu sobrinho de sangue, mas isso não me interessa nada porque desde que o conheci que estou apaixonada por ele. E se há pessoas que são como irmãs, ora então, os filhos delas só podem ser como sobrinhos. Fui tia, pessoas. T-I-A!!! Estou que nem posso.

quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Para quem já não se lembra

Eu repito!

Era cá o frio, se faz favor!

Estou farta deste calor. F-a-r-t-i-n-h-a de todo. Estou farta de não poder vestir collants, de o sol me deixar o pescoço e as mãos cheios de bolhinhas de água, de ter de dormir destapada, de trabalhar de ventoinha ligada, de me cansar mais que de costume. Estou farta. Estou cansada de ouvir falar em incêndios, de ver a moleza nas caras das pessoas que sofrem com este calor. Estou farta. Espero, em segredo, que o Inverno não tarde, que as mantinhas nas pernas comecem a apetecer-me, que as massagens de pedras quentes me soem a momento bom, que o verniz das unhas não crie bolhas, que não pareça ridículo vestir casaco, usar chapéu de lã, cachecóis e echarpes. Quero cá os dias dos chás quentinhos, dos banhos demorados, dos desenhos de corações nos espelhos da casa de banho, nublados pelo vapor. Quero cá os serões à lareira. Quero cá o Natal, as luvas e as nuvens que saem da boca de uma pessoa quando fala no Inverno. Quero cá o frio. É isso.

Diz que gostava de dançar... pronto... que era bom... e assim...

Tenho um casamento sábado. É o casamento de um amigo-irmão. Vou feliz e contente. O sol deve-me ter feito mal e decidi levar uns saltos consideráveis. Diz que uma pessoa parece logo outra, de tão em chique que se transforma. E, por outro lado, disfarçarei a distância enorme que vai do fim de mim até ao queixo do meu homem. Prometi, porém, à noiva, dançar toda a noite. Por isso, levo mais dois pares de sabrinas na mala, só que umas são mais para a chuva e as outras, abertas e lindas de morrer, às vezes apertam-me um pedacito, e, vai daí, por via das dúvidas, não vá o diabo, ainda assim, tecê-las, fui comprar umas Dr. Scholl. Nunca experimentei, mas as amigas dizem maravilhas e eu tenho esperança que aquilo me ponha os pés leves e prontos para outra em menos de nada. É isto. Vou a um casamento e levo quatro pares de sapatos. Achei que iam apreciar esta informação. 

A luz e o som

Já me tinha esquecido. Devo, por certo, ter estudado isto nas aulas de física-química, mas já me tinha esquecido. Ontem, de mão dada comigo, fez-me impacientar menos com a trovoada enquanto me relembrava, cheio de paciência, que devia multiplicar a velocidade do som pelos segundos decorridos entre o raio e o trovão. Assim. E é disto que eu falo quando peço para (re)aprender uma coisa nova todos os dias. Já disse que gosto dele to the moon and back... so many times?! E à velocidade da luz, não do som, que anda devagar, por comparação, vá.

E não sei quando foi que nos perdemos...

Foi a minha amiga de infância. Brinquei com ela a tudo e mais alguma coisa. Soube de todas as suas paixonites agudas até aos 15/16 anos e vice versa. Era em casa dela que os meus pais me deixavam quando saíam à noite. Vimos juntas todos os Festivais da Canção e da Eurovisão. Era ela que sabia que nos jogos simbólicos eu gostava mesmo era de ser empregada de mesa e usar um bloco e uma caneta para assentar os pedidos. Apanhámos barrigadas de nêsperas e inventámos o famoso chá de urtigas. Foi ela que me confirmou os boletins de inscrição na Faculdade. Foi ela que esteve comigo na fila da Secretaria Geral. Durante quase vinte anos passámos pelo menos uma semana de férias juntas. Foi a minha melhor amiga anos a fio. E, de repente, a vida a afastar-nos. Não sei quando nem porquê, mas sumimo-nos. Caiu na tentação comum de, ao iniciar uma relação, se afastar de tudo... e de todos. Virou siamesa e nunca mais ponderou sequer um café ou um lanche fora se ele não pudesse estar presente. Não viajou. Pedi-lhe que fosse encontrar-se comigo em Itália. Não foi. Desafiei-a para escapadinhas. Nunca quis. Devo, naturalmente, ter falhado também eu, que me cansei daquele mel constante e achei que a dada altura me faria bem arejar a cabeça com gente que não acabasse todas as palavras em inho. Nunca me esqueci de um aniversário dela. E a verdade é que ela também nunca se esqueceu de um aniversário meu. Mas deixou de fazer festinhas e passou a ter sempre, só, jantares a dois. E deixou de comparecer às minhas festinhas porque a ele não calhava em caminho. Apoucou expectativas, deixou-se ficar. Chateou-se a sério comigo quando, sendo ela professora desempregada há mais de um ano, senti que devia levantar-lhe a voz e mandá-la fazer-se à vida. Preferiu continuar a viver-lhe na sombra, sempre atrás dele como se não pudesse perdê-lo de vista. E eu fui-me cansando. Não devia, eu sei. Devia ter tido a nobreza de entender, de aceitar, de continuar lá. Mas enfim... Não o fiz. Encontrei outras pessoas, com as quais pude falar do que ela já não queria ouvir. Pude fazer uma melhor amiga sem ser ela, encontrei outra confidente e fomos, cada vez mais e mais, sumindo-nos uma da outra. Passam meses inteirinhos sem que eu a veja. Nunca deixei de comparecer na segunda da Páscoa em casa dela, mas há anos que ela falha no domingo em minha casa. Nunca deixei de ir a uma festa da sua aldeia, mas há anos que ela não vai à festa da minha, porque não dá jeito ao namorado. Não sei nada dela. Não estou a par. Não tenho forma de achar o fio à meada da sua história. E tenho muita, muita, muita pena. Esta noite tive um pesadelo terrível. Terrível. Não lho contei, mas precisei saber se estava bem. Tentei ligar, não me atendeu. Mandei um sms, pedi-lhe que nos encontrássemos, que fosse dando notícias. Respondeu-me de uma maneira um bocadinho tonta. Perguntou-me se já tinha voltado ao trabalho e se também chove por cá. Dá-me vontade de chorar. Não consigo chegar a ela. E é impossível que não esteja a precisar de mim. Merda para isto, pá. Que tristeza.

quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Verdades e assim assim


Já chegámos à fase em que sonhamos com os parágrafos que havemos de escrever...

terça-feira, 3 de setembro de 2013

O homem da minha vida

volta a ligar quando a chamada se desliga sem querermos, mesmo que já estejamos no fim da conversa. Depois eu atendo e digo que percebi. E ele acrescenta que tinha de ligar, só para se despedir bem e dizer que me ama. 

E é isto.

A explicação

A minha vida sem ti não podia ser um quadro em branco. Há muito, meu amor, que a minha vida já não é um quadro em branco. Sabes, entre tentativas muitas de acertar com as cores, fui esgravatando na tela até quase me parecer que não tinha remédio. Não ia conseguir fazer daquilo um quadro de beleza impressionante, nada que se comparasse aos que fui preferindo ao longo da vida ou a que ganhei afecto contigo. Nunca, naquela tela, caberia, em meu entender, por falta de jeito com as mãos, uma motricidade fina caótica e algum desespero e pressa, uma Leiteira de Vermeer, um Império de luz de Magritte, um Beijo de Klimt, um Sobre a cidade de Chagall, um Quarto de hotel de Hopper ou uma Casa amarela do teu Van Gogh. Até teres chegado. E a minha vida sem ti não podia ser um destes quadros do Basquiat, por mais caros que sejam e por mais que alguém os entenda e queira muito. Não gosto deles, não os percebo, não os aprecio sequer curiosa por descobrir-lhes um qualquer sentido. Não pagaria por eles e se mos dessem, bem sabes, criavam-me com isso o constrangimento necessário de aceitar e agradecer mas bem saber que não tinha lugar para eles. Até teres chegado, não sabia sequer que a minha vida não podia ser um quadro do Basquiat. Pura e simplesmente porque nunca tinha ouvido falar dele. Até tu teres chegado, a única coisa em que acreditava é que não podia fazer dela um quadro perfeito. E depois tu chegaste. E vejo agora que a minha vida, meu amor, a precisar de reparos constantes na cor, é certo, como todas, é uma obra inacabada a que só tu, pintor imenso na genialidade de me reinventares as formas de viver os dias, podes ir dando o melhor sentido. Tu lá sabes do teu plano. Não me intrometo por aí além. Basta-me saber-te de volta às artes, apaixonado pela obra a que prometes, desde que chegaste, dedicar-te para sempre.

Private post




A minha vida sem ti?! Sim, um quadro do Jean-Michel Basquiat. Desse mesmo, de que não gostamos. Assim, destes que não nos lembraríamos de querer muito ter na sala lá de casa, meu amor. 

segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Do amor

Leio-a com atenção. Com mais atenção umas vezes, com mais pressa outras. Admiro, todos os dias, a coragem que mostrou nos idos de 2006, na reviravolta imensa que impôs à sua vida porque... escolheu o amor. A N., a par do meu Bruno Marco Polo, faz prova viva de que se muda tudo por amor. Que, por amor, sim, se muda de país, se reinventa uma profissão, se deixa longe pai, mãe, irmãos, amigos, a casa, a vida que se conhece... para seguir a viagem que já só pode fazer sentido de mão dada com o outro. Desde que namoro com o B., uma das coisas em que penso é que, muito provavelmente, terei de ser eu a mudar de cidade, terão de ser as minhas rotinas a mudar mais, terei de ser eu a reconhecer amigos novos noutro sítio, determinando-me a, apesar disso, fazer-me e fazer presentes os que ficam por aqui. Não vos digo que seja uma decisão tomada sem alguma impaciência, mas não há tristeza nisto. No fundo, escolho seguir, se assim acontecer, a minha viagem com ele. E, nas concessões de que fala a N., percebo que, nisto, me cabe a mim ceder. Vou para ali ao lado, a uma hora de caminho por estrada boa. A N. e o meu Bruno Marco Polo deixaram os seus à distância de longas horas de avião. Quando decidiram mudar de vida, mudaram radicalmente. E são inspiradores. Hoje, ao ler o hino ao amor que a N. escreveu, quis comentá-la, dizer-lhe, como às vezes dizemos uma à outra, em privado, como a admiro. Mas pareceu-me egoísta não partilhar convosco uma das histórias mais bonitas que conheço. As histórias bonitas são, inevitavelmente, facilitadas por pessoas bonitas. A N. e o meu Bruno Marco Polo são pessoas lindas, daquelas que devemos guardar como tesouros raros quando a vida nos faz cruzar com elas pelo caminho. Uma vez, há muito tempo, disseram-me que o pior sítio para fazer amigos é o local onde se trabalha. Venho reconhecendo à frase a justiça das regras e temperando-a, muito feliz, com preciosas excepções. Tenho os melhores amigos encontrados enquanto lutava por me impôr profissionalmente. O único segredo, continuo a dizer, é não fazer da vontade de ser um profissional reconhecido um fim que justifique todos os meios. Com a lealdade própria da condução das vidas serenas de quem quer, tão só e apenas, o seu lugar no mundo, não o de qualquer outro, consegue-se, sem esforço, viver a amizade maravilhosa no trabalho. A N., colega de mestrado, conquistou-me pela voz meiguinha, pela inteligência sensata, pelo equilíbrio oportuno entre a firmeza e o mel. Foi impossível continuar a dizer, no fim daqueles meses, que era minha colega. Porque tenho demasiados colegas para admitir que se lhes equiparem, seja no que for, os meus, muito meus, amigos. Parabéns, N.. Que alegria imensa ir-te sabendo feliz.

O meu humor matinal

Ele, muito mimento: Em que estás a pensar?!
Eu: Em nós.
Ele, ainda mais mimento, fazendo-me festinhas: O que tem nós?!
Eu: Não é avelã.

La Fontaine e os astros

Ele: Mimimi, mimimi, mimimi, tenta compreender. É como diz o escorpião: "Está na minha natureza!"
Eu: Francamente... tu até és sagitário!

E pronto, com isto contribuí com mais um lindo episódio para a já extensa lista de pérolas proferidas e que o meu homem colecciona religiosamente (embora seja agnóstico!).

Invertida

Voltei, dois meses depois, ao meu adorado yoga. Espantem-se, se fazem favor. Até a invertida voltei a fazer. Ia jurar que as férias tinham feito bem mais estragos. É uma alegria :)

São intenções, meus queridos, são intenções!

1.ª) Escrever uma tese de doutoramento;
2.ª) Fazer yoga pelo menos duas vezes por semana;
3.ª) Completar o IV nível de alemão;
4.ª) Andar a pé;
5.ª) Manter a depilação em dia;
6.ª) Não descurar manicure e pedicure;
7.ª) Domar esta juba;
8.ª) Ler pelo menos um livro não jurídico por mês (vamos ser realistas... tenho muito que ler, mas não é para aqui chamado);
9.ª) Poupar para as férias;
10.ª) Escapar de quando em vez para um fim de semana fora com o meu homem;
11.ª) Ler sempre os jornais do dia, ainda que na diagonal;
12.ª) Não perder a capacidade de rir de mim própria, mesmo nas horas mais enervadas;
13.ª) Receber amigos em casa de vez em quando;
14.ª) Namorar;
15.ª) Passar tempo com os pais e o mano... Aproveitá-los muito;
16.ª) Comer mais legumes;
17.ª) Escrever no blog;
18.ª) Dormir todas as noites;
19.ª) Aprender todos os dias uma coisa nova;
20.ª) Apesar da 1.ª), manter uma vida!

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