sexta-feira, 21 de junho de 2013

Amo-te muito!

Uma vez disse aqui que não entendia quem dizia "Amo-te muito" e que, para mim, amar era insusceptível de ser diferente de tudo. Como no resto, emendo a mão agora. Só não muda de opinião quem não é capaz de ter opinião e, talvez por isso, nunca me assustou assumir que um dia penso de uma maneira e dias adiante amadureci ao ponto de pensar de outra, às vezes, radicalmente diferente. Digo amo-te muito sem querer com isso dizer que não amo tudo. No fundo, não estou a medir o sentimento. Sei que é suficientemente completo para ter passado a sentir-me confortável enquanto digo amo-te muito, muito mais vezes que as que digo gosto muito de ti. Se amo, gosto muito, naturalmente. Estamos noutro campeonato. Dizer amo-te muito, sei-o agora, não passa de uma hipérbole consciente, mais ou menos radical na forma de admitir que o outro nos está no coração. Reparem que um dia também aqui disse que pertencia ao último reduto de meninas princesa a quem era difícil dizer amo-te sem a segurança de não ouvir simplesmente o eco da minha voz como resposta. Disse-o aqui na altura e digo agora: um amo-te muito forma-se no meu peito muito antes do dia em que o deixo nascer nos meus lábios. A verdade é que espero do outro a mão segura que me garanta que não estou sozinha. Foi assim agora. Foi assim que me aconteceu antes de dizer, pela primeira vez, amo-te muito. Não o banalizo, hoje, ao meu amor, por mais que o apregoe. Nem o diminuo, todos os dias, quando lhe digo que é muito. Simplesmente vivo, de uma maneira desconhecida, esta serenidade tão boa de saber que não faço sozinha o encantador caminho de amar hoje mais que ontem e, estou certa, muito menos que amanhã. 

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