terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Pequena R. impaciente

Caro Dr. X,
envio-lhe, em anexo, o seu trabalho, com anotações.
Devo dizer-lhe que, de facto, me parece que não está a tomar o caminho mais indicado para um trabalho de pós graduação. Embora se espere dos auditores uma coisa simples, de cerca de 30 páginas, não podemos esquecer que a apreciação tem de pautar-se por critérios de rigor associados ao ensino pós universitário. O seu trabalho, em geral, parece-me demasiado redutor e, pior, esquemático, como se estivesse a fazer um resumo da matéria para o confiar a alguém que nunca ouviu falar destes assuntos. Esse é o erro. Parece-me. Digo sempre isto a quem me procura, e penso que ajuda: partam do princípio que estão a escrever para alguém que já sabe deste assunto, que conhece as leis, que conhece os princípios, as definições, os artigos, enfim. O que se espera de vós é que se coloquem um problema e o discutam e problematizem. Não é essencial que cheguem a uma solução, como uma verdade absoluta, mas antes que percorram um caminho. O seu caminho é perceber o papel das polícias nestas leis. Diga-nos se acha que está bem, se acha que devia ser mais amplo, menos, porquê, que dificuldades enfrentam, como se articulam as polícias com as demais entidades, o que pode ser melhorado, etc.
Escusa de citar artigos por inteiro. Aponte só o n.º.
E não transcreva matéria, como os princípios. O seu trabalho não pode ser copiar a lei.

E por aí fora...

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