quinta-feira, 6 de março de 2014

Em busca da chave perdida

Andei duas horas e meia à procura de um sítio onde me fizessem uma cópia de uma chave. Não encontrei. Em lado nenhum da cidade. Ou não têm, de todo (ex. Casa Baltazar... espantem-se!) ou não sabem se podem vir a ter (ex. Chaviarte). Desisti. Tinha trabalho à espera e era preciso fazer opções. No último sítio a que fui, porém, talvez pelo meu ar já muito descabelado e uma lágrima chata a querer saltar-me das vistas, que isto há dias em que uma pessoa nem devia era sair da cama, espanto-me com o moço a tratar-me por tu. TU. Assim: "Dessas, para já, não te arranjo, mas estou a ver que a caixa da do teu carro também está toda lixada. Quando quiseres, vens com um bocadito de tempo e eu oriento-te isso e depois até ta programo." Agradeci-lhe. Ficou para outro dia, que eu precisava digerir as várias hipóteses que o terão levado a tratar-me por tu. Se me acalenta o peito pensar que foi por ter cara de miúda e as brancas do cabelo ainda disfarçadas, a verdade é que algo me diz que foi o meu ar desajeitado, e não propriamente a jovialidade da coisa, a induzir assim o moço no erro meio grave de se por a fazer a figura de tu cá- tu lá com alguém que nunca viu... 

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