terça-feira, 16 de dezembro de 2014

Águas de Coimbra - serviço público

Aconteceu uma vez, aborreci-me muito, mas pronto, passou.  Aconteceu outra e, basicamente, passei-me da marmita. Vamos, então, por partes. O post interessa a quem é de Coimbra (presumo), mas, mutatis mutandis, vai na volta e o que não falta é disto pelo país fora e eu é que andava na ignorância. Vivendo sozinha, cozinhando pouco e não tendo jardim, os meus gastos de água de maior monta limitam-se aos banhos e às limpezas gerais. Assim sendo, a conta da água não costuma ultrapassar os 15 euros, nos meses piores. Regra geral, faço a festa por 12 ou 13. Pois bem. No Verão, apareceu-me uma conta de 99,97 euros. Estranhei, ainda por cima por ser num mês em que tinha estado pouco tempo em casa, conferi o contador e pus-me de orelha à escuta perante as inúteis explicações da senhora que dizia que tinha havido um erro e mimimi e que a factura já tinha sido enviada para o banco e o diabo a sete, mas que iam corrigir no mês seguinte. A verdade é que fiquei sem o dinheiro na conta, indevidamente, durante um mês. Não era muito, mas, como expliquei à senhora que me atendeu, para muitas pessoas, enganos daquele podiam ter arruinado a economia doméstica para um mês inteiro. Pedi cautelas. Este mês, a conta aumentou: 120,24 euros. Ia-me dando uma coisa. Só pensava nos presentes de Natal que podia comprar com esse dinheiro. Voltei a verificar o contador e a ligar para as almas das Águas de Coimbra. Que leram mal, que se baralham às vezes (é sempre contra nós, curioso...), que iam ver, que iam tentar não cobrar a factura e rectificar a tempo de avisar o banco, que acontece. E é aqui que a coisa dá para o torto. Porque se há resposta que me tira do sério é o clássico "acontece". Soa-me quase a um "Olhe, azar!". Portanto, senti-me investida de toda a legitimidade para lhes chamar incompetentes com todas as letras e para dizer que para a próxima me aborrecia a sério. Fica o aviso, que é serviço público: confirmem sempre as facturas. Sobretudo, as das Águas de Coimbra. Esses inimigos do Natal alheio, invejosos de férias e mal intencionados cobradores de água.

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