segunda-feira, 15 de abril de 2013

Vanda

Não sou uma fã dos programas de entretenimento da nossa televisão generalista. Quase sempre, opto por ter a televisão na Fox, no AXN ou no Hollywood. De qualquer modo, já aqui disse e não é mentira: às vezes, vejo um episódio de telenovela (Sempre brasileira, que eu não tenho paciência para as portuguesas, principalmente as da TVI, que parece que nunca mais acabam e deixam passar sempre o ponto em que deviam terminar para, depois dele, se demorarem mais meio ano, cada vez mais enfadonhas e irrealistas. Até pode ser que agora já não seja assim, mas há uns dez anos que acho isto das novelas da TVI e agora não me apetece ir comprovar.) ou um ou outro programa do fim do dia. Pois bem, abro uma excepção desde que começou a primeira temporada de "A tua cara não me é estranha". Tenho os meus preferidos, mas em geral gosto do conceito. Faz-me voltar ao tempo do Chuva de Estrelas e isso, inevitavelmente, devolve-me a uma altura em que a televisão tinha coisas que eu apreciava muito (O Caderno Diário, a Rua Sésamo, a Caça ao Tesouro, o Agora Escolha e o impagável Juiz decide). Pois bem. Acabou ontem. E eu estive a ver o programa. E fiquei mesmo contente por ter ganho a Vanda Stuart. Não tenho nada contra o Francisco Menezes, mas a Vanda, para mim, merecia mesmo ganhar. Sobretudo, por aquilo que este programa pode representar para ela. Não sei se vai representar muito. Mas pode, efectivamente, representar muito. Sou uma fã assumida das produções do La Feria. À parte o seu alegado mau feitio, acho que o teatro em Portugal lhe deve muito, porque o vejo dar vida ao Politeama (e ao Tivoli, durante algum tempo) e encher meses a fio as suas salas com gente de todas as idades e condições sociais, económicas ou culturais. Vejo Juntas de Freguesia organizar excursões para ver "Uma noite na casa de Amália", vejo Agrupamentos de Escolas mobilizarem-se para mostrar aos miúdos, agora, "O Peter Pan". Que me lembre, vi todos os espectáculos dele. Tenho alguns de que gostei muito, alguns de que gostei menos, mas nenhum de que não gostei, de todo. De qualquer maneira, não posso esquecer-me da transformação física operada pela Vanda ao interpretar a Piaff ou de como me comovi com a Anabela durante o Música no Coração. A Vanda tem sido um bocadinho desconsiderada. Indevidamente desconsiderada. Seja pelo cabelo azul, seja por outra coisa qualquer. Acontece que canta daqui até à lua e voltar infinitas vezes e me parece tão frágil, nesta altura, que uma vitória só pode ajudar. E é isto. Fiquei mesmo feliz por ela. 

2 comentários: