Há duas maneiras, que eu saiba, de viver o problema de um amigo. Pela primeira, o nosso problema é branco e o do amigo é preto, o nosso problema é água e o do amigo é azeite. No fundo, olhamos de fora o problema, não nos misturamos com ele, preocupamo-nos, é certo, mas com limites, não fazendo, de maneira nenhuma, daquele, um problema também nosso. Depois há a outra maneira, segundo a qual o nosso problema é branco e o do amigo começa por ser preto, mas, à custa de tanto nos envolvermos, às tantas o problema do nosso amigo já é cinzento clarinho, de tudo o que o puxámos para nós, o que fizemos, trinta por uma linha, o que nos angustiámos. Sempre vivi os problemas dos meus amigos da segunda maneira possível. Venho, à custa de muitos trancos e barrancos, começando a aceitar que nem sempre pode ser assim. Está a ser difícil. Mas não há-de ser impossível...
Sem comentários:
Enviar um comentário