Se quiser que uma coisa seja feita, entregue-a a uma pessoa ocupada. Tenho a tese e, a bem dizer, para muita gente, isso devia bastar-me para não querer aceitar rigorosamente mais nada. Acontece que a minha atracção pelo abismo é mais forte. Conto pelos dedos os fins de semana em que não tenho trabalho agendado até ao Natal. Depois disso, também já tenho uma página na agenda com items para assinalar. Mas acabam de me ligar a perguntar se não aceito dar formação, porque gostaram muito de trabalhar comigo e mimimi, vá lá, vá lá, que escolho os dias e as horas e posso concentrar tudo e tréu téu, téu pardais ao ninho. Dei formação, assim dessa constante, com manual e tudo, com público regular, em que fujo um tudo nada à minha área e aos palcos em que é mais comum mover-me, uma única vez na vida. Recebi mal e porcamente. E dois anos depois de a coisa ter acabado. Mas, não sei porquê, custa-me recusar serviço. Por isso, lá fiz umas pedinchices, mas acabei a dizer que sim, que pronto, podem contar comigo. Há um lado meu muito doido... e outro que, definitivamente, de quando em vez perde a cabeça. Só pode. É isto. Agora estão a baixar em mim uns nervos estranhos. Ao melhor estilo "Tu não és normal, rapariga! Que irresponsabilidade, criatura!". Não há-de ser nada. Digo eu.
Sem comentários:
Enviar um comentário