Estou eu aqui a mil à hora a ver se é hoje que consigo, nesta semana toda, tirar duas horas para ir ao meu adorado yoga quando, preparem-se, me ligam de um número privado. Toda a gente sabe como eu adoro números privados, certo?! Certo! Tirando o telemóvel do meu pai, pessoal, que é privado por razões que não vêm ao caso, a minha relação com a malta que usa deste expediente para nos engrupir e chagar a cabeça é de profunda antipatia. Vai na volta, lá atendi. A custo. Do BPI. Pois... nada mais, nada menos que... do BPI. Disse que sim, que lhes respondia ao inquérito de satisfação e tentei não ser intratável como de costume. Não obstante, a piquena bruxa que também habita em mim e que me impede de calar as coisas más com semelhante dificuldade à que existe em mim para calar os gosto de ti, quando me perguntaram se recomendaria o BPI a um amigo, levou-me a respirar fundo e soltar um Não. Assim, a seco. E calei-me. A mulher ia tendo um colapso e quis saber. Eu, com a minha veia pedagoga a saltitar, expus-lhe então que a senhora não tem culpa, os colegas não têm culpa, a minha gestora em particular não tem culpa e trréu téu téu pardais ao ninho. Mas. Pois. O problema estava no mas... Mas, adiantei, têm lá um Presidente que diz coisas desprezíveis. Coisas assim a roçar o insulto gratuito. Coisas feias e ordinárias, que só podem sair da cabecinha de uma pessoa que se acha. Ora, eu já disse que gente que se acha me tira o brilho, me suga a luz. Acrescento agora: pessoas que se acham deitam por terra o lindo serviço que os meus pais tentaram fazer comigo e transformam-me numa pequena R. muito mal educada. Ah, pois é. Lá expliquei à senhora que sou, apesar de tudo, uma pessoa que tem mais que fazer, que pronto, não tem assim agora tempo a dar com um pau, para andar a mandar recado a tudo quanto é instituição com a qual colabora para lhe mudarem o NIB para as transferências. E também sou uma pessoa que gosta que lhe paguem... Aquela velha história de ser uma gaja que teima em não se desabituar do luxo que é viver condignamente, lembram-se?! Só por isso, esclareci, é que ainda lhes assiste ligarem-me. Mas que um dia, quando nada mais me apoquentar e não souber o que hei-de fazer ao ócio, hei-de pespegar-me num telefone e mandar o BPI às urtigas. O Ulrich dá-me urticária. Uma urticária daquelas que não passam com fenistil, nem com antihistamínicos. O Ulrich é mau. E feio. E eu não gosto dele. É isso.
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