Escolheste um dia bom para visitas, de facto. Deitada desde as duas da madrugada, achaste (e quem sou eu para te contrariar?!) que o raiar da aurora, por ocasião das cinco e meia, era uma linda hora para me pôr a pé. Já tentei ler, mas não é o amor que é lixado, és mesmo tu que és fodida. Já ouvi tudo quanto é fado do Zambujo e da Ana Moura. Tu?! Moita. Carrasca. Escolheste o dia a preceito, digo-to enquanto abano a cabeça e só não ponho a mão na anca porque estou deitada. Tenho um dia de cadela pela frente. Longo. A amplitude dos afazeres vai desde mudar a roupa da cama a pintar as unhas e desde responder a dúvidas de como se dividem os bens da malta que se fina a lançar notas e a fazer bonito, em pose "que bem que estou, que muito me apetece estar aqui" até às tantas da noite, com mil detalhes para verificar na hora. Pelo meio, tenho meia dúzia de urgências na alma para dizer ao meu homem. E por muito que acredite que a pessoa me ame e mimimi, era bom hoje eu não estar com a mosca, nem rabugenta do sono. Escolheste um dia espectacular para te pespegares a mim. Cá beijinho.
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