Nem os maiores cientistas do
mundo se atrevem a dizer como funciona o cérebro, mas ainda mais desconhecidos
são os desígnios do coração. Porque é que gostamos de A e não gostamos de B?!
Porque é que queremos entregar-nos a quem não repara que, ali junto a si, há
alguém disposto a partilhar o mais íntimo do seu ser e, por outro lado,
ignoramos quem mostra um sorriso radioso apenas por sentir um olhar nosso?! Não
tento perceber estas misteriosas decisões. Não quero ocupar o tempo com tarefas
impossíveis. Prefiro questionar esta nossa contraditória forma de ser que volta
e meia nos faz ignorar todas as experiências e saberes anteriores e nos coloca
prostrados perante uma vontade, um desejo, um apetite. Teríamos nós uma vida
mais fácil e com menos dores de alma se, ao menos às vezes, a emoção não se
sobrepusesse à razão?! Seriamos nós melhores ou mais felizes se as nossas
decisões fossem tomadas apenas com base no saber?! Gosto de pensar que todos os
nossos passos nos conduzem a um objetivo, um destino, se preferirem, que fará
com que todos os obstáculos que ultrapassámos durante o nosso trajeto pareçam
insignificantes. O meu objetivo (que apenas na escrita parecem ser dois) é
simplesmente sentir-me completo e fazer com que ela sinta o mesmo.
Da pessoa que costuma dizer por aqui quando não sou eu que digo.
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