Não o amo. Nem o odeio. Tenho dias em que não o nada. Mas depois ouço uma música, vejo um filme, leio um poema, encontro um pacote de bolachas... e apetece-me, alternadamente, desaparecer e recomeçar a luta. Inflama-se-me o peito em dores, sua-me a alma em agonias. E passa. São crises agudas de uma doença que, no meio da crise, consigo jurar crónica. Depois penso, por defeito profissional, nos princípios básicos da história. E chego à confiança. E, como balão que desincha, morre-me a crise num de repente repetido uma e outra vez. Não confio. Cheia de mim, prossigo. E chego à admiração. Alimento as crises com as coisas boas. Mas depois lembro-me do que não fez, do que não disse, do que não entendeu, do que não arriscou, do quanto não nos considerou. Não admiro. Pelo menos, tanto... tudo. Ora me surpreendo em fantasiosas imagens do que não foi, ora me arrumo e percebo o tanto que terá de ser. As mulheres querem homens que as encantem, que as mimem, que as cultivem em esplendor com poemas e músicas, flores e momentos íntimos. Mas querem sobretudo a paz de nos seus braços encontrarem o conforto das moradias da alma, a segurança das vidas felizes em que a eternidade se recupera em certeza todos os dias pela madrugada. E é isso que ele não me dá. O que faz toda a diferença.
Ai R... há sempre dois lados, sempre!
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