A sério que gostava de vos contar o que vivi hoje entre as cinco da tarde e as oito da noite. Gostava. Mas não consigo. Digo-vos só que há dias anónimos no calendário que nos apresentam heróis de carne e osso. Gente comum capaz de nos situar num momento da história em que não éramos sequer projecto de gente e que nos faz sentir coisas que desconhecíamos. E revisitar o ódio. E achar que é um disparate perder tempo a odiar. Sinceramente. Acho que não odeio ninguém. Há gente por quem não sinto nada. Nem pena. Nem compaixão. Nem indiferença. Sim, que a indiferença é já decisão. Não. Hoje também percebi que há gente que nasce para que não sintamos nada, mesmo nada por ela. Há indivíduos que nascem só para nos ajudarem a perceber o que é não ser pessoa. Hoje ouvi um dos relatos mais tristes e simultaneamente ameno que algum dia na vida podia imaginar ouvir. Foi de uma mulher. E foi inesquecível. Há dias em que amo muito o que faço. São a maioria. É o que me vale.
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