domingo, 15 de abril de 2012

Das noites

Ora bem... eu sou uma pessoa que gosta de dormir e que dorme bem, graças a Deus. Que, a bem dizer, para dormir, em regra, precisa de pouco mais que ter sono. Que adormece na cama, no sofá, mas também à secretária se for preciso e já forem altas as horas ou, bem pior, ao volante ou em qualquer outro lado quando anda exausta, mesmo exausta. Por isso, não acho normal ontem ter tido insónias e esta noite ter dormido melhor, mas pouco. Deitei-me eram duas da manhã e eram sete e já estava às voltas na cama. Estranho. É domingo, pessoas. Tenho muito que fazer, não é o caso, mas hello... sendo domingo, podia dormir até mais tarde. Estou um bocado arreliada com isto. Mas a bizarria da última noite não se fica por aqui. A prova provada de que não dormi um sono ferrado é que me lembro do que sonhei. Quase nunca acontece.  E enfim... podia isto não dar azo a um post, mas os sonhos são estranhos de mais para que consiga abster-me de vos pedir ajuda na sua rica interpretação. Tentem, porque eu ainda não percebi.

Então, cá vai:

Enviava um curriculum para uma empresa de uma área que não tem nada a ver com a minha e escreviam-me dizendo que eu não tinha o perfil para o lugar, até porque não sabia fazer nada do que eles lá faziam, mas, ainda assim, o lugar era meu. Não se tratava de nenhuma cunha, não se ponham com ideias, que eu nem conhecia lá ninguém, tá bem?! Lá fui eu começar a trabalhar e houve logo uma coisa que me perturbou, que foi o facto de as pessoas não terem secretárias definidas. Um dia podia ficar numa, mas no dia a seguir podia ter de ficar noutra porque a primeira estava ocupada quando chegava. Isto meteu-me espécie, porque queria ter uma flor na secretária, mas não sabia qual era a minha, pelo que andava todos os dias com a flor para trás e para a frente, da empresa para casa e de casa para a secretária do dia. Além disto, eu andava todos os dias de cabelo esticado, mas com o meu chapéu da fita preta (foi com ele que ontem fui à noite para casa da C.., porque estavam a cair umas pingoletas... pode ajudar a entender!). Um dia, aparece lá uma pessoa que eu conheço. Um moço, vá. Apareceu porque havia uma prova de jeropiga, mas não era São Martinho. Mas, não sei porquê, fingimos que não nos conhecíamos. Até que o moço se põe a cantar uma música e o fim da música, que era em inglês, pedia que se tirasse o chapéu. E eu, que sou muito bem mandada, resolvi tirar o chapéu e toda a gente bateu palmas e eu pus-me a chorar mas pelos vistos estava contente. 

... (pausa em que não me lembro de nada)

Estou em casa,  só que no sonho eu vivo no oitavo andar, e estou a discutir pelo intercomunicador com um amigo meu, até que desligo o intercomunicador na cara dele (?!).

... (pausa em que não me lembro de nada)

Estou em casa do G. e ando a apanhar flocos de chocapic que o filho mais novo dele espalhou pelo chão. O G. chega e diz que estamos atrasados para o concerto em Lisboa. Eu digo-lhe que não estava a contar ir e portanto não levei mala para casa dele. Ele diz que como é só ir ao concerto, dormir uma noite e trabalhar no dia seguinte (num projecto que fizemos juntos, de facto), posso ir sem mala e como estou. Eu digo-lhe que não pode ser porque, como só ia a contar jantar em casa dele, levei o meu casaco verde top de confortável mas cheio de borboto (foi com ele que ontem fui à noite para casa da C..., porque só ia jantar e estender-me com ela no sofá, ambas descalças, a falar da vida (havia para aí cinco minutos da vida de cada uma que a outra ainda não sabia... era uma falha grave!)). O G. insiste muito e então lá vamos. Mas assistimos ao concerto e telefonam-lhe a dizer que tem de vir para Coimbra depressa porque está um cliente à espera. E ele vem. Eu vou para o hotel onde costumávamos ficar quando íamos a Lisboa por causa daquele projecto. Sem mala, sem escova de dentes, sem pasta, sem cuecas lavadas para o dia seguinte, sem umas meias de dormir, sem pijama... o descalabro. Durmo e acordo e vou tomar o pequeno almoço. Quando estou para fazer o check out, fecham o hotel e entra a polícia, porque terão desaparecido dois peixes que eles tinham num aquário na recepção. Eu entro em pânico porque me lembro que tenho na carteira umas pulseiras de pechisbeque que comprei, mas de que não pedi recibo. Gera-se uma enorme tensão... estou a entrar em desespero... o polícia que revista as pessoas está quase a chegar a mim...

Acordei!

Parece-me que ando com falta de aventura na minha vida, que as minhas amizades são uma coisa ameaçada e que um dia destes me dá para mudar de vida e começar a estudar cenas estranhas... coisas tipo física ou assim.

Alguém me auxilie, que estou em cuidados comigo.
Grata.

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