Fui almoçar com uma amiga com quem almoço pelo menos uma vez por mês. A minha amiga tem uma hora certinha para o almoço, pelo que aproveitamos sempre o tempo o melhor que podemos e sabemos, o que implica não inventar muito e almoçar num sítio bem perto do seu local de trabalho. A minha amiga começou há uns dias a trabalhar no Polo 3. Eu nunca tinha ido ao Polo 3 (shame on me). Vai daí, ainda por cima sabendo que havia estacionamento fácil e tudo e que eu também não podia pastelar muito, combinámos no Polo 3. Fomos à cantina. É grande e airosa, limpa, arrumada e organizada. Há social e outra, há bar. Há cadeiras para toda a gente. E mesas. Está mesmo, mesmo, mesmo ao lado dos edifícios das aulas, numa mini cidade universitária que pode rivalizar com qualquer outra cá dentro ou lá fora. As salas são amplas e luminosas, todas cheias de tecnologias e a cheirar a novo, o piso é certo, há gabinetes para toda a gente e bancos de jardim numa espécie de alameda que percorre a mini cidade. Estou em estado apoplético. Amo de paixão poder dizer que há treze anos que a minha segunda casa, o meu local de trabalho, é um monumento nacional, fundado há mais de setecentos anos, que todos os dias atravesso uma porta com quase quatrocentos anos e que cada uma das minhas salas tem as marcas, na sua história, da formação de alguns dos homens e mulheres mais ilustres deste país. Mas a verdade é que a equação diária a que somos obrigados, de escolher entre ter luz e ouvir um zumbido permanente ou não ficar com dores de cabeça mas ver os alunos apenas por entre o lusco fusco ou a ginástica imprescindível dos meses das orais de Inverno, em que é preciso combinar com os colegas das outras salas qual é o período do dia em que podemos ter um aquecedor ligado, embora só num botão, porque pedir mais que isso ou juntarmo-nos todos em revolta pelo quentinho faz disparar o quadro, ou a vaga sensação de coisa esquecida que nos dão algumas janelas sem vidros, os pilares suportados por ganchos de ferro que lhes trincam a pedra sem dó ou as escadas gastas que convidam às quedas, tudo junto, faz quase invejar o Polo 3. Só não ganha à companhia dos claustros, ao cheiro a livro que vem das portas, à serenidade dourada da capela contígua e à certeza maior de todas de sermos nós, ali à saída da sala 1, os únicos a poder dar pontapés na raposa que, dizem, transforma os exames difíceis em provas para meninos.
Eu andei lá, eu andei lá!!!! Amo de paixão! Não trocava por nada mais moderno!
ResponderEliminarA biblioteca do Pólo 3 é dos meus locais preferidos para trabalhar. Digo-te, condições luxuosas, mas há alguma má construção em determinados locais.
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