Desta vez falo de uma pessoa que vi hoje e que chamou a minha atenção. Ou melhor, a nossa. Fui com o mano ter com uma amiga nossa que é médica cá e que é quem anda a fazer-lhe os pensos da mão. O mano estava impaciente, que já estava atrasado para as aulas da tarde, e eu resolvi ajudar a passar o tempo fazendo-lhe perguntas em catadupa, num daqueles exercícios que pratico mais com a minha mãe em dias de chuva no Verão: adivinhar nacionalidades. Bem nos esforçámos, mas a visita dos emigrantes à terra, em Outubro, não é assim por aí além e não havia muita matéria prima na sala de espera. Vai daí que nos pusemos só a apreciar. E nos detivemos ambos naquilo que seria um dos melhores exemplos possível de alguém que nunca conviveu com o meu chefe e portanto nunca foi evangelizado pela regra do less is more. Uns saltos de cunha altíssimos, roxos, de veludo, umas calças muito justas pretas com umas costuras prateadas, uma camisa dourada, um colete de pêlo bege, uma carteira verde, umas argolas de plástico cor de rosa, uns ganchos prateados e dourados no cabelo, as unhas pintadas de amarelo e os lábios de vermelho. Todo um arco-íris dividido quanto às estações do ano, portanto. Olhámos um para o outro e mantivemo-nos calados. Tinha passado já um bom bocado sobre o início do nosso silêncio, vagueavam já os meus pensamentos sobre a melhor hipótese para um caso prático de erro sobre a ilicitude, quando o mano inspira profundamente e lhe sai esta pérola: É daquelas que gostam que lhes digam "Então, Gata, tudo miau?!". Ainda me estou a rir.
Ah ah ah, muito bom ;)
ResponderEliminarahahaha Gosto tanto do mano.
ResponderEliminarSó o mano para me fazer rir agora :)
M.
O erro sobre a ilicitude e o erro sobre o dolo são tão chatos...era preferivel ver a gata!
ResponderEliminarEu sabia que este tópico tinha todos os ingredientes para ser infalível!
ResponderEliminar