quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Um 31

Pergunta: E então, pequena R., vais halloweenar* ou o quê?

Resposta: Ou o quê. Ah. E corrigir exames**.


*Com os créditos à Pólo Norte.
**Eles inventam épocas de exame, só pode. O que esquece ao diabo, lembra a esta gente, está visto. Parece que as sonham de noite para as aplicar de dia.

Verdades e assim assim

Ia ao yoga e gostava muito.

Depois chegou terça feira.

A prova


Canto coisas destas na aula de alimão. De pé. A dançar. 

Posso lá ser uma mulher madura?!

Está tudo tolo, é o que é.

Madura

Tens um mini ataque de pânico, seguido de uma depressão que tende a acentuar-se, quando...

recebes um telefonema em que insistem que terás muitas vantagens em aderir a um seguro de saúde para mulheres maduras.

Ainda não recuperei. Sou uma mulher madura. Oh valha-me a Santa...

terça-feira, 30 de outubro de 2012

Ou, com legenda

Estou sem tempo para dar um ai. Já fiz umas 1000 coisas. Ainda me faltam umas 357. Só das que tinha para hoje.

Digamos que...

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

domingo, 28 de outubro de 2012

Ai... mudemos de assunto, pronto. E de registo.




Gosto. Muito.
Daqui: http://carricaandco.pt/  

Como estragar o Domingo de Pequena R.

Cara pessoa,
a minha tarde de Domingo reservava-me uma constatação que só pode deixar-me profundamente decepcionada. 
Posso levar algum tempo a perceber que estão a levar pouco a sério os trabalhos a que se propõem, mas, regra geral, acabo por me aperceber a tempo. 
Sugiro-lhe que leia com atenção os meus comentários.
Não poderei aceitar este trabalho. Ou melhor, antecipo-lhe que o reprovarei caso decida entregá-lo tal como está (uma ode ao plágio). Pode repensar a forma como assume a tarefa de concluir a sua pós graduação e apresentar-me um trabalho FEITO POR SI, agora ou em Dezembro. É condição imprescindível para que me mantenha como sua orientadora. Caso prefira, pode, naturalmente, procurar outra pessoa.
Cumprimentos,
Pequena R.

Há três coisas nisto que concorrem para o estado de nervos em que me encontro: o tanto de tempo que perdi, o facto de tentarem enganar-me e tratar-se de alguém que lá no trabalho até deve ter posição para mandar bitaites sobre ética, honestidade, valores e mimimi. Fico enervada e triste. Desacredito-me mais um bocadinho na espécie humana sempre que uma coisa destas acontece.

A ignorância é, definitivamente, uma coisa muito triste.

Não vou discutir, nem tenho elementos, se a decisão de entregar uma criança deficiente à guarda de um casal gay foi justa ou não. Quero, apenas, colocar uma questão que reputo importante para a vida de todos, independentemente da orientação sexual: um juiz pode escolher o melhor projeto de vida para uma criança? É que me parece que essa perspetiva também esteve na origem da decisão.
À primeira vista, se determinada pessoa tem um bom projeto de vida para uma criança, melhor do que outra, parece fazer sentido escolhê-la como tutora. Mas podemos entendermo-nos sobre o que é o bem? Vários filósofos, ao longo da história, acham que não. Que é mais fácil socialmente determinarmos o mal do que o bem. Façam este exercício: perguntem para quem não será um mal a doença, a fome, a miséria, o roubo, o assassínio. E agora tentem fazer o mesmo exercício em relação ao bem. É muito mais difícil.
Por isso, os tribunais apenas deveriam pronunciar-se sobre aspetos concretos. De outro modo, qualquer pessoa rica ou bem na vida tem projetos melhores do que pessoas pobres e com fraca educação e cultura. Aos tribunais cabe dizer: esta determinada criança está a ser maltratada, pelo que deverá ser dada à guarda de outras pessoas (se um casal gay ou não já é outra discussão). E nunca em função de um projeto de vida. Imaginem que os juízes passam a avaliar os projetos de vida que cada um tem para os filhos... O que significa isso? Que os filhos dos ciganos ou de outras minorias não podem viver com os pais? Eu sei que o caso concreto não era esse, peço, uma vez mais, que pensem no geral e não no concreto, como deve fazer a justiça, que nunca é ad hominem.
Uma nota final para dizer uma coisa que nada tem a ver, mas que me parece relevante: um juiz que já tomou posição pública numa polémica deve aceitar julgar um caso que está relacionado com essa polémica. Podemos confiar que o seu juízo prévio (ou preconceito) não prevalece sobre a análise fria e justa dos factos? E aqui já estou a falar deste processo outra vez. 

Henrique Monteiro, 27 de Outubro de 2012

Ler mais: http://expresso.sapo.pt/o-casal-gay-a-crianca-e-o-juiz=f762752#ixzz2AckKaq8K

É o fulano que me diz que posso chamar-lhe o que quiser. Ocorre-me ignorante. Ou, então, em alternativa, muito ignorante. 

E, já agora, não, não é o juiz que ESCOLHE o melhor projecto de vida para uma criança. É o juiz que APRECIA os factos e DECIDE, em conformidade com estes, sobre o melhor projecto de vida para uma criança.

* Tanta ignorância não se detecta por não saber rigorosamente nada sobre processos de promoção e protecção ou decisões judiciais em geral. Não. É perceptível, isso sim, pela leviandade com que comenta um assunto sobre o qual sabe tanto como uma lula.

Poemário essencial

Ninguém me roubará algumas coisas, 
nem acerca de elas saberei transigir.

Manuel António Pina, in "Nenhum Sítio"

Verdades e assim assim


Passares pela brasas no cinema (vá, dormires mesmo) não significa necessariamente que o filme seja mau. Pode apenas justificar-se por andares demasiado cansada para resistir a uma sessão da meia noite.

Ainda sobre o Querido...

E se me candidatasse... com esta casa?!

Dois pesos e duas medidas

Na sexta à noite, vi o Carlos do Querido Mudei a Casa e quase entrei em histerismo.

Ontem, vi um ex concorrente da Casa dos Segredos e... prossegui o meu caminho, a pensar no que faria para o jantar.

Tudo para vos ver felizes #4

No comboio.
Duas jovens portuguesas.
Duas jovens chinesas.

Uma boa hora depois de muita conversa e troca de impressões, tudo com o som no máximo, uma portuguesa pergunta:

E da comida portuguesa, gostam?

Ambas as chinesas respondem em uníssono:

Muito.

Uma das chinesas acrescenta:

Principalmente, mão de vaca.

Toda uma carruagem pára o que está a fazer e interioriza a informação.

sábado, 27 de outubro de 2012

Os encontros de académicos

estão para a pessoa que tem um doutoramento em mãos mais ou menos como os jogos olímpicos para quem é capaz de correr duzentos metros sem que lhe comece a assistir a dor de burro. É. Acho que é isso. 

E também fazem uma pessoa dar todo um novo sentido à pergunta: "O que queres ser quando fores grande?"

Uma novidade por dia


nem sabe o bem que lhe fazia.

Descobri isto ontem. Só ontem... Podem insultar-me... mas nunca sequer tinha sonhado que isto existia... até chegar ontem ao Campo Pequeno para jantar.

E agora fiquei assim... Fã.

Gosto de

Lisboa.

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Fui

É uma coisa que me custa, que me dói em cada músculo e articulação

Levantar-me da cama quando ainda é de noite. 

Posso ficar acordada até ser quase de manhã, mas não me obriguem a, depois de me deitar, levantar-me antes de ser dia. 

Ai.

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

A capital do reino

E lá vou eu amanhã, pela fresca. Dizer que ando a trabalhar muito no doutoramento e que já tenho ideias muito definidas... Ou seja, mentir às pessoas. 

Antes disso, tenho só de tomar um banho, meter umas coisas numa mala, que fico para o fim de semana, e ler mais um trabalho de pós graduação. São só 52 páginas. E a companhia só me apanha cá em casa às oito. Deve dar para dormir aí... umas duas horas, vá. 


P.S. São Pedro, estiquei o cabelo. Não sei como, mas consegui enfiar no dia de hoje meia hora para deixar de ter vestígios de sobrancelha pela testa acima e mais uma hora para ir esticar o cabelo. Eras um porreiro se não fizesses chover amanhã. Pensa nisso. Com carinho. 

Há um dia em que me passo da cabeça

Caro colega,
depois de assistir à intervenção que fez a propósito das alterações ao estatuto do bolseiro, muito me agradaria poder remeter-lhe, para conhecimento, a petição já enviada ao Senhor Provedor de Justiça e à FCT e que, honestamente, pretende, acima de tudo, desmontar os argumentos segundo os quais as alterações são benéficas ao bolseiro. Peço-lhe, pois, que me indique um endereço de e-mail para onde possa encaminhar o documento, caso veja nisso algum interesse e mantenha, quanto ao assunto, algum foco de atenção.
Cumprimentos,
R. (colega de curso, Assistente em xpto, Bolseira de Doutoramento, não por falta de oportunidades diversas, mas por saber exactamente que o que quer da vida é uma carreira académica, e indignada com o tratamento dado à investigação em Portugal por este Governo. Lamentavelmente, digo-lhe mais, porque votei nele.)

E pronto. Já não me bastava ter uma colega de curso a comentar os programas da tarde, sobre tudo e mais alguma coisa, ainda me deparo com a lata deste outro que veste a camisola do executivo, nem que para isso precise escarrar no que devia ter aprendido sobre legítimas expectativas, princípio da igualdade e outras coisas semelhantes. Até ao momento, não obtive resposta ao meu repto, que, vejam bem, seguiu pelo facebook, uma vez que, ao que parece, agora é o meio eleito pelos famosos para nos apresentarem aquilo que julgam ser as suas mais brilhantes intervenções públicas. 

Estou que não me aguento. 

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Receitas boas mas boas

Como é que eu ainda não conhecia o milagre de multiplicação da alegria e paz que um pedacinho de crumble faz por uma pessoa no fim de um dia cansativo?! 

Adorei. Fiz de pêra. Ficou tãããooo bom. 

Receita daqui.

Alimão

87%

É isto.

Hoje

há teste de alimão.

Estou numa verdadeira animação (ou não!).

Pequena R. pergunta ao leitor

Acreditam em coincidências?

Se desde há meses, volta meia volta, vos falam constantemente, a propósito de tudo e de nada, de uma pessoa que nunca viram, com quem nunca falaram, mas que vos invade assim o dia a dia, isso é?!

E se, da primeira vez que desabafam isto, a única pessoa conhecida de ambos e que nunca tinha referido nada vos disser:

"Ahhh... como é que eu nunca tinha pensado nisso?! É que tem T-U-D-O a ver!" ?!

E se, para somar, tudo quanto é tecnologia passar a vida a sugerir-vos contacto com a pessoa?!

E se a pessoa, de repente, passar a ser vosso vizinho?!

A sério, Universo... num tô ti intendendo...


Adenda: Quando escrevem isto no blog, recebem um telefonema onde ficam a saber que... a pessoa almoçou com os vossos pais...

Não vou comentar mais, pronto, chega. M-E-D-O.

Vamos?!


Mais, aqui.

terça-feira, 23 de outubro de 2012

Novidades do yoga

De cada vez que consigo manter uma das posições de equilíbrio mais um segundo ou fazer a asana invertida mais um milímetro, sinto-me quase uma ginasta, pá.

Vou tomar banho, que estou mal cheirosa. E jantar, que estou faminta. Adeus, até ao meu regresso.

;)


Acabo de ler um trabalho mesmo bom. E fico feliz pela pessoa. É tão mais fácil avaliar quem faz bem. Tão mais fácil.

Vou continuar... Próximo.

Das músicas de constituir família

Levei anos a fazer barrelas emocionais ao som desta música. Anos, minha gente. Anos.

Uma escolha difícil

Fui almoçar com uma amiga com quem almoço pelo menos uma vez por mês. A minha amiga tem uma hora certinha para o almoço, pelo que aproveitamos sempre o tempo o melhor que podemos e sabemos, o que implica não inventar muito e almoçar num sítio bem perto do seu local de trabalho. A minha amiga começou há uns dias a trabalhar no Polo 3. Eu nunca tinha ido ao Polo 3 (shame on me). Vai daí, ainda por cima sabendo que havia estacionamento fácil e tudo e que eu também não podia pastelar muito, combinámos no Polo 3. Fomos à cantina. É grande e airosa, limpa, arrumada e organizada. Há social e outra, há bar. Há cadeiras para toda a gente. E mesas. Está mesmo, mesmo, mesmo ao lado dos edifícios das aulas, numa mini cidade universitária que pode rivalizar com qualquer outra cá dentro ou lá fora. As salas são amplas e luminosas, todas cheias de tecnologias e a cheirar a novo, o piso é certo, há gabinetes para toda a gente e bancos de jardim numa espécie de alameda que percorre a mini cidade. Estou em estado apoplético. Amo de paixão poder dizer que há treze anos que a minha segunda casa, o meu local de trabalho, é um monumento nacional, fundado há mais de setecentos anos, que todos os dias atravesso uma porta com quase quatrocentos anos e que cada uma das minhas salas tem as marcas, na sua história, da formação de alguns dos homens e mulheres mais ilustres deste país. Mas a verdade é que a equação diária a que somos obrigados, de escolher entre ter luz e ouvir um zumbido permanente ou não ficar com dores de cabeça mas ver os alunos apenas por entre o lusco fusco ou a ginástica imprescindível dos meses das orais de Inverno, em que é preciso combinar com os colegas das outras salas qual é o período do dia em que podemos ter um aquecedor ligado, embora só num botão, porque pedir mais que isso ou juntarmo-nos todos em revolta pelo quentinho faz disparar o quadro, ou a vaga sensação de coisa esquecida que nos dão algumas janelas sem vidros, os pilares suportados por ganchos de ferro que lhes trincam a pedra sem dó ou as escadas gastas que convidam às quedas, tudo junto, faz quase invejar o Polo 3. Só não ganha à companhia dos claustros, ao cheiro a livro que vem das portas, à serenidade dourada da capela contígua e à certeza maior de todas de sermos nós, ali à saída da sala 1, os únicos a poder dar pontapés na raposa que, dizem, transforma os exames difíceis em provas para meninos. 

Já vos aconteceu

pensarem numa pessoa que vos ocupou um lugar imenso no coração durante muito tempo e... de repente... não saberem quem ela é para vós?! Que lugar vos ocupa dentro do peito?! Como é que alguém por quem estivemos dispostos a "mudar de vida" deixa de ter lugar na nossa vida?! Assim, simplesmente, não se acomoda com a roupa, como se diria na minha terra... Não fica bem em lado nenhum... Vos destoa nos sentires... Não é um amigo, não é um colega, não é mais o vosso amor... mas não pode ser só uma pessoa vossa conhecida, um contacto. É uma pessoa sem lugar, um sem abrigo do vosso coração.

Em português...

E se eu vos disser

que acho isto uma ideia genial para o Natal, com figuras do presépio pequeninas, estrelas e sininhos e cenas dessas que até podemos aproveitar dos enfeites desaparelhados que toda a gente tem por casa?! 

Sim, estou há muito a sentir o ruído bom da conexão Natal aqui a bater-me ao coração. Ando com uma vontade de fazer a árvore...

Ser um melhor melhor amigo

é estar para entrar num julgamento mas ainda arranjar um minuto para mandar mensagens a combinar o almoço e depois de estar tudo tratado eu dizer Gostiii! e ele ainda responder Me2. Digam lá se não tinha de ser o melhor melhor amigo de Pequena R. e ponto final?! :)

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

I'm coming!


Fui tão feliz ali em cima. Aprendi tanto. Gostei tanto daquele trabalho, aquele ano inteiro. Tenho tantas saudades daquela nossa rotina mensal. Tantas. Arranjem-me aí um pretexto profissional para voltar à capital com (aquela ou outra) regularidade e sou uma pequena R. feliz, feliz, feliz.

Da profissão

Com a mania ou sem ela, alguma coisa eles aprendem comigo. Tenho sala cheia toda a santa tarde. E, de cada vez que entro para mais uma aula, só vos digo, sinto que, independentemente do que por aí vem, não me hão-de convencer facilmente que não nasci para isto. 

São raros os meus momentos de gabarolice, portanto, deixem-me aproveitar este.

Filhas da fruta

Plantei maracujás ali na varanda. Nada, repito, n-a-d-a, se ali aguenta muito tempo. Bate um calor naquela zona que no Verão quase não dá para uma pessoa ali estar, ou tosta completamente e, no Inverno, basta um raiozinho de sol para aquilo aquecer também que é uma coisa parva. Morrem-me até cactos, ali, vejam bem. Vai daí, há uns dois anos, plantei um abacateiro e, embora aquilo não passe, por ora, de uma folhagem alta num vaso, é a única coisa verde que se vai mantendo. Ontem, na linha de raciocínio de que frutas se ali darão melhor que flores, plantei uns maracujás. Já os reguei hoje duas vezes, tentei passá-los para um cantito mais protegido e espero, ansiosa, o dia em que terei maracujás do lado de lá da janela da cozinha. Tudo, tudo, porque amo as sobremesas que hei-de fazer, filhas daquela fruta.

;)

Gostiiiiiii! Gosti, gosti, gosti! Gostiiiiiii!

Dialecto tiês

- Esponque (Suponho que, talvez)
- Alsarvar (Observar)
- Afirmar as vistas (Ver com atenção)
- Ópois (Depois)
- Cachopa (Rapariga, mulher jovem)
- Atão (Então)
- Entrudo (Carnaval)
- Arrecuar (Recuar)
- Desasado (Sozinho)
- Entronhar (Amuar)
- Pírula (Pílula)
- Bobi (Hobby)
- Cardícla (Doença cardíaca)
- MIMI (FMI)
...

Fui visitar os tis ontem. 

sábado, 20 de outubro de 2012

E o S. Martinho que não chega...

Andamos de roda da minha mãe para acender a lareira. Confesso que não está assim frio de rachar por aqui, que estou a trabalhar com uma camisola de manga comprida, um casaco de malha por cima, calças e meias de algodão e que me basta uma mantinha nas pernas para estar confortável, que as mãos não me gelam e que ali fora, na espreguiçadeira, ao sol, até está um calorzinho, mas gostamos de lareira e gostamos ainda mais de sábados à tarde com lareira, de andar por aqui em trajes de conforto, de aquecer as mãos nas chávenas do chá, de fazer biscoitos caseiros ou um bolo daqueles de massa simplória, que não há riqueza maior para o paladar de Outono, mas a mãe insiste. Todos os anos é a mesma saga: antes do S. Martinho, que não, que não Senhor, que ainda não apanhámos pinhas nem paus pequeninos, que é um gasto de lenha medonho, que não, que não, que não. Há pouco lá lhe disse que no próximo fim de semana não vinha "à terra". Saiu-lhe muito pronta a insinuação: o outro é quase prolongado, podia vir, podíamos fazer compota e... acender a lareira. Despachar os homens para um programa de gajos e ficar ambas as duas sozinhas a pastelar pelo menos um sábado à tarde. Que à noite trabalho para recuperar e mimimi. Estamos em negociações, portanto. Que eu faço o que for preciso para dentro de pouco tempo poder enfiar os pés e as mãos na beira de uma lareira que crepita contente, a assistir a esta família. 

A-D-O-R-O

poder voltar aos meus ricos collants opacos. Hummm. Adoro!

Verdades e assim assim

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

A minha Raquel






Estava a ser um mau dia. Um dia daqueles mesmo maus, que começam com más notícias e irritações, medos e fúrias que não nos orgulham, enfim. Estava quase destinado a ser um mau dia e ponto final. Mas depois passei a tarde a trabalhar, fui para a reunião sem vontade nenhuma e vim de lá cheia de ideias na cabeça, grávida de novas perspectivas e saberes, contente, deslumbrada com a capacidade inesgotável que o ser humano tem de aprender cada dia uma coisa diferente, enfim. Cheguei a casa, confiando-me a um projecto de banho, pijama, leite e cereais, sofá e leitura de trabalhos de pós graduação aí até às 22h e depois uma música baixinho e um livrinho, um filme na TV ou até uma telenovela, o que fosse. Mas não. O meu mau dia reservava-me uma surpresa na caixa do correio. Comovente. Eu, pelo menos, ou pelo dia, ou pela chuvinha miúda que caía, ou pelo cansaço, ou pelo nome do remetente e pela forma como entrou na minha vida, comovi-me. Entrei em casa feita solene e abri o envelope com cuidado. Lá de dentro, um canteiro de mimos, atenções e amizade. A minha Raquel não é de luas. Acho eu. Mas às vezes, vá-se lá entender, diz que não é pessoa assim dada a estas coisas de ser mimenta. Uma mentira pegada, é o que é. Comigo, desde o primeiro dia, que tem sido, na descoberta imensa de uma pessoa que vale tanto a pena, alguém atento ao outro, disponível, apaziguadora, confidente, amiga. Não me lembro se fui eu que cheguei ao blog da Raquel ou se foi a Raquel que chegou ao meu. Sei que nos fomos conhecendo bem antes de nos conhecermos, que nos encontrámos pessoalmente, pela primeira vez, em meados de Novembro do ano passado, que às vezes falamos ao telefone, que volta meia volta trocamos mensagens e que mandamos frequentemente mails uma à outra, que nos acompanhamos pelos blogs e que eu gosto dela e ela gosta de mim, é isso. Estou embevecida com estes presentes. Estou encantada com a Raquel. E estou grata por este meu dia, afinal, ficar assinalado no calendário por uma coisa tão boa, tão feliz. Obrigada, minha querida!

Mini me... aujourd'hui :)

Pois...

Há dias

ou pelo menos horas, em que dava tudo por ter coragem para contratar o homem do fraque, um "cigano" ou alguém carecido de descarregar fúrias em malhas monumentais.

Há um tipo de gente que só merece o meu profundo nojo: os caloteiros. 

O caloteiro não é a pessoa que fica a dever, por circunstâncias más da vida, mas que continua empenhada em pagar, nem que seja devagarinho, que faz das tripas coração e que, se for preciso, se não conseguir, dá a cara, pede desculpa, difere o cumprimento, mas não mente. O caloteiro é aquele que deve, que deve muito, que deve o suficiente para comprar várias moradias com piscina e terreno envolvente e, quando confrontado, diz que não, que não deve, que a documentação é falsa. E, pior, à socapa, ameaça, diz que dá tiros (e com isto tira o sossego às pessoas) e foge. Foge do credor, foge da verdade e foge da condição de humano. 

Há dias em que intentar acções, percorrer os caminhos processuais e esbanjar tempo com soluções de compromisso e dinheiro em taxas de justiça me parece uma tremenda ingenuidade. Há dias em que nada me parece mais acertado que pegar nesta espécie de gente, amarrar-lhes uma pedra a cada perna e atirá-los ao mar ou atá-los a um pinheiro, regá-los com gasolina e atear-lhes o fogo. Há dias em que tudo o que aprendi e defendo cede perante a ignomínia e, na defesa da paz dos meus, me sinto capaz de esventrar alguém com as minhas próprias mãos.

Hoje é um desses dias. 

Fantástico


quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Planeando Viena I

Saber que a cidade tem mais de cem museus não ajuda a traçar itinerários.

É uma sondagem, vá

Ligam alguma coisa aos signos e às previsões para os ditos?!

Isto já não é o que era

Sabes que és uma pessoa crescida quando

vais às compras e fazes os seguintes investimentos:

- 28,00 euros, na lavandaria, pela limpeza de uma colcha e de uma toalha;
- 1,95 euros, na loja de coisas do lar, por um pincel de cozinha novo;
- 26,00 euros, noutra loja de coisas do lar, por duas molduras para a parede da sala;
- 2,00 euros, na florista, por um Crisântemo Neve;
- 22,77 euros, na farmácia, por um Creme Lavante da Uriage.

E é nisto que uma pessoa gasta o dinheiro...

Sweet

Da profissão

Passei a manhã a enviar, para mil e uma entidades, uma Petição em que deposito a esperança maior de não ver a minha vida levar uma volta de 180º a partir de 1 de Janeiro de 2013. Agora é esperar. Embora esperar bom senso seja uma tarefa cada vez mais inglória neste país... continuarei à espera, cheia de esperança, até ao último dia. Vamos ver.

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Tãããooo verdade

É muito difícil um homem livrar-se de uma mulher fácil.

Verdades e assim assim


Apetecia-me tanto...
Mas não pode ser. Tenho ali três trabalhos de pós graduação para ler. 1,2,3, coragem. 

Meia hora

Falta meia hora para tirar esta porcaria. Não preguei olho. Parece que um camião me passou por cima. Que coisa mais incomodativa, fogo. 

Quanto ao jantar... não há fotos, mas há um presente com lugar de destaque aqui na sala. Chama-se uma Namoradeira. Veio do Brasil e é... linda. Enfeita a estante desde ontem. 

terça-feira, 16 de outubro de 2012

São coisas que acontecem...

Logo hoje que me apetecia mostrar-vos a mesa do jantar, com velinha e tudo, os pratos tão bonitinhos, o peixe no forno a provar que os meus dotes andam a aprumar-se, a tarte de maçã e noz que fiz para a nossa sobremesa e o chá Amor Perfeito que ali tenho prontinho para a infusão de mais logo... a minha máquina faleceu. Ou melhor, pirou de vez. Não grava nadinha e diz-me e repete-me que o cartão de memória está cheio, quando, na verdade, está vazio e bem vazio, ainda agora confirmei. Pronto... imaginem. Ponham-se a imaginar, que é o que dá para fazerem :)

MAPA

Desde as dez da manha que trago no braço um aparelhómetro que me aperta o dito com toda a força de meia em meia hora. Pretende-se com isto medir a tensão arterial por vinte e quatro horas. Como se isso não bastasse, ando com um cinto muito jeitoso (que até já me está a fazer alergia...) com uma maquineta ligada ao aparelhómetro, que volta meia volta apita. Só posso tirar isto amanhã às dez. De cada vez que a coisa me aperta o braço, a cada trinta minutos, congelo, o que vale por dizer que tenho de parar o que estiver a fazer. Mandaram-me calar se estivesse a falar, imobilizar se estivesse a andar, enfim. E esticar o braço. Já me aconteceu a fazer chichi e a meio deste post. Escolhi um dia em que pudesse ficar em casa para fazer este exame. É uma prova de que sou muito esperta. Acontece, porém, que mesmo quando estou em casa trabalho e ter isto a mandar-me apitos para o cérebro enquanto procuro concentrar-me na leitura de mais uma tese de mestrado que tenho de arguir amanhã não está a ser fácil. Querem saber de um exame chato?! É este. Não magoa, que não magoa. Mas é chato. É cansativo. É aborrecido. E ainda faltam vinte e uma horas e meia.

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

:)

Bom dia, bom dia, bom dia!


Enviado pela minha Nani

Gosto de

castanhas assadas.

E hoje, pela primeira vez este ano, houve disso em casa dos meus pais.

São nóias, senhores, são nóias

Há dias em que nos dá para as arrumações de fundo, o que vale por dizer que organizamos o que anda dentro de armários. Desta feita, no sábado, a propósito de não estar a encontrar uma determinada toalha de chá de estimação, passámos horas, horas, eu e a mãe, a arrumar gavetas e arcas antigas. Decidimos pôr mãos à obra por volta das dez da manhã e já passava das quatro quando fechei a arca-banco do hall dos quartos. Não arrumámos tudo, só a roupa de casa, excepção feita à roupa de cama e aos atoalhados de casa de banho. Portanto, a lide incluiu toalhas da mesa (aí umas cinquenta), entre melhores e piores, de renda, de linho, bordadas à mão, bordadas à máquina, mais de ter a uso ou não, da cozinha, de chá, da sala, entre temáticas de Natal e Páscoa e bilros, ponto crivo, compradas com o primeiro ordenado da minha mãe ou bordadas à mão pela senhora que morava ao lado da escola de A., onde deu aulas há vinte anos, toalhas redondas, quadradas e de três metros, com e sem guardanapos, jogos de quarto, de cozinha, panos de tabuleiro, de tapar o jarro da água, de cesto do pão, individuais, almofadas decorativas, aventais, panos da louça, pegas, sacas do pão de tecidos vários e outros alinhados, bordados, rendados e parentes dos ditos. Foi uma estafa, mas temos tudo tão organizadinho que dá gosto abrir as gavetas. Para a próxima, vamos para os lençóis e colchas de cama. Confesso que enquanto a tarefa durava, me convencia muito que há dois tipos de pessoas: as que nascem filhas de mães como a minha, que sabem de cada base de copo com bordado minhoto que têm em casa, que fazem enxovais, pelo menos às filhas meninas, onde se inclui de tudo um pouco e que lhes passam esta teimosia quase ultrapassada de não servir um chá num tabuleiro sem pano, usar muitas vezes guardanapos de tecido e olhar para uma toalha bordada à mão e quase se emocionarem e... as outras. Há coisas que uma pessoa traz de casa e que, definitivamente, nos marcam para sempre.

sábado, 13 de outubro de 2012

:)

Verdades e assim assim

O  meu melhor melhor amigo às vezes acorda-me com mensagens que só dizem "Gosto de ti." Assim, do nada. 

Às vezes, mesmo sem o meu melhor melhor amigo estar presente, pego no computador dele e uso-o. Porque sei a password. E não temos segredos.

E pronto. Somos assim.

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Foi há 57 anos

que nasceu o meu pai. Hoje foi como mais gosta sempre. Teve-nos aos quatro juntinhos, teve um presente simbólico, teve um bolo, teve velas e... teve abracinho colectivo. Depois o mano deu-lhe um beijinho repenicado na careca e pronto. Derreteu-se e disse "Este meu rapaaazzz..." :)

Gosto muito!

Nobel

Parece que o Nobel da Paz vai, este ano, direitinho para UE. Já li a mensagem política nas entrelinhas. Agora... não sei se ria... se chore.

Ainda das pessoas que ficam para sempre

Há pessoas que, ainda que vivam connosco, durante um tempo, uma relação de amor que endoidece, que baralha, que confunde ou que, um dia, acaba mal, não podemos deixar para trás: são aquelas de quem fomos sempre, acima de qualquer outra coisa, profundamente amigos. E isso, pensando que não, justifica muitas coisas.

Há pessoas que ficam para sempre

Hoje li este texto da SMS e não chorei. Não chorei porque, embora a dor atravesse cada palavra e assuma a imensa tarefa de nos ilustrar o que sente aquela mãe, não pude deixar de me lembrar desta pessoa da minha vida. E depois levantei-me, fui ali à estante, olhei para ele, disse-lhe bom dia e fui logo feliz. Há pessoas que ficam para sempre. Como ele. É impossível não ser feliz tendo-o conhecido. Tão raro, tão especial. Um presente. Para sempre. Tenho muitas saudades. Umas saudades que já não magoam. Mas que estão lá. 

Pequena R. e a comunicação social

Cada um é para o que nasce e não vale a pena contrariar o destino. Depois de em 2010 me terem feito ir para a televisão explicar determinada novidade legal e de um determinado episódio mais cómico, ontem, à saída do yoga, vejo uma chamada não atendida de um número que não conhecia, ligo e... pedem-me que fale logo ali sobre um determinado assunto. Ainda tentei explicar que estava um bocado descadeirada e que dar entrevistas à noite, pelo telefone, sentada no carro, não era assim propriamente o que mais me apetecia, mas diz que o chefe tinha dito que tinha de ser eu e eu pronto, lá respondi às perguntas. Reconheço que foi tudo um bocado a manear, mas tinha o jantar para fazer e os pais à espera e a minha vontade de ficar famosa não é assim por aí além. Apesar de tudo, garanto-vos, expliquei tudo explicadinho. E é aqui que chegamos ao cerne da questão: por que cargas de água é que os jornalistas baralham o que a gente lhes diz?! Falam connosco 25 minutos e elegem ao calhas meia dúzia de linhas, que atamancam nos artigos. Pior... dizem-nos que perceberam... e depois vai-se a ver e... naquela cabeça, sobre aquele assunto, mora uma grandessíssima cagada em três actos. Tenho pena. Do título, então, tenho uma pena sem tamanho, que está uma miséria pegada. Mas desisto. Sempre disse que se não fosse o que sou seria jornalista ou assistente social. Acho mesmo que até podia ser feliz a ser jornalista, mas começo a ter implicância com a classe, pá. Parece que é tudo meia bola e força. Vai daí que tenho uma pequena pergunta para fazer aos jornalistas que me lêem: posso começar a pedir aos vossos colegas para rever as peças em que usam o meu nome antes de eles as publicarem?! É que daqui a pouco vou falar para outro e estou cheia de medo que baralhem tudo outro vez. Era isto. Grata, sim?!

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

M-E-D-O

Às vezes, tenho a sensação que o meu chefe lê este blog. Hoje, por exemplo, há bocado, fiquei com a nítida sensação que o meu chefe tinha lido o post de ontem. E mais não digo.

Mini palmiers

Foi a primeira vez. Soube há pouco que vou cá ter os papás para jantar. Improvisarei uns bifinhos de frango grelhados, uma salada farta e um arroz de alecrim. Mas faltava a sobremesa. E um jantar sem sobremesa não é jantar. E somava-se o pouco tempo, que estava a acabar uma coisa, tenho outra agora em mãos e queria ver se ainda me orientava de modo a não faltar ao yoga. Vai daí, não havia tempo para grandes invenções e nem me apetecia sair para comprar nada. Lembrei-me que isto devia ser rápido... e fácil... e bom. E acertei. Peguei numa massa folhada, despejei lá para dentro um frasco inteiro de doce de mirtilo, juntei-lhe um punhado dos ditos frutos, enrolei a massa, cortei o rolinho em fatias de aproximadamente um centímetro de espessura, bati um ovo, dispus as fatias num tabuleiro forrado com papel vegetal, pincelei-as com o ovo, polvilhei-as com açúcar e meti o tabuleiro no forno, 20 min. a 180º. Tenho ali uns mini palmiers de comer e chorar por mais. Sim, já provei um. Ai, ai. Há dias em que até parece que sou boa nisto.

Tudo para vos ver felizes #3

Desta vez falo de uma pessoa que vi hoje e que chamou a minha atenção. Ou melhor, a nossa. Fui com o mano ter com uma amiga nossa que é médica cá e que é quem anda a fazer-lhe os pensos da mão. O mano estava impaciente, que já estava atrasado para as aulas da tarde, e eu resolvi ajudar a passar o tempo fazendo-lhe perguntas em catadupa, num daqueles exercícios que pratico mais com a minha mãe em dias de chuva no Verão: adivinhar nacionalidades. Bem nos esforçámos, mas a visita dos emigrantes à terra, em Outubro, não é assim por aí além e não havia muita matéria prima na sala de espera. Vai daí que nos pusemos só a apreciar. E nos detivemos ambos naquilo que seria um dos melhores exemplos possível de alguém que nunca conviveu com o meu chefe e portanto nunca foi evangelizado pela regra do less is more. Uns saltos de cunha altíssimos, roxos, de veludo, umas calças muito justas pretas com umas costuras prateadas, uma camisa dourada, um colete de pêlo bege, uma carteira verde, umas argolas de plástico cor de rosa, uns ganchos prateados e dourados no cabelo, as unhas pintadas de amarelo e os lábios de vermelho. Todo um arco-íris dividido quanto às estações do ano, portanto. Olhámos um para o outro e mantivemo-nos calados. Tinha passado já um bom bocado sobre o início do nosso silêncio, vagueavam já os meus pensamentos sobre a melhor hipótese para um caso prático de erro sobre a ilicitude, quando o mano inspira profundamente e lhe sai esta pérola: É daquelas que gostam que lhes digam "Então, Gata, tudo miau?!". Ainda me estou a rir.

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Muito mais que uma questão de lei

a reiterada assumpção de que a adopção por casais de pessoas do mesmo sexo não deve ser admitida é uma questão de escolha cívica, moral e até, porque não dizê-lo, religiosa. A adopção plena, como primeiro e último reduto legal ao dispor, entre nós, para a equiparação de uma relação entre duas pessoas à relação biológica da filiação, é uma noção. Ora, como todas as noções, também esta pode sofrer mudanças, alterações conceptuais, enfim. Tantas outras, tão ou mais importantes, sofreram esta erosão do devir histórico. Porquê teimar na cristalização do que é tanto da vida, bem se sabendo que não há nada mais inconstante que ela, precisamente, a vida?! A dignidade, a igualdade, a liberdade, a honra, a intimidade... tantas palavras que o tempo foi moldando de forma a tomarem o gosto do novo sem perderem a sua essência. Porque não a adopção?! Vejamos: a adopção é o vínculo jurídico pelo qual se unem duas pessoas, verificando-se que entre estas estão reunidas todas as condições para que a sua relação se assemelhe à relação de filiação. O enfoque está posto na relação que se espera que se estabeleça. Só. Ver muito mais que isto no Código Civil ou na legislação de menores em Portugal é, desculpem a expressão, pôr o carro à frente dos bois. Permite-se a adopção singular, indepentedentemente da opção sexual do candidato e da possibilidade que a este assiste de casar com alguém do mesmo sexo. Permite-se a entrega, a título de medida de protecção, de uma criança ou jovem, a uma pessoa idónea, independentemente da sua orientação sexual. Permite-se a entrega a terceira pessoa, em termos mais latos, independentemente da orientação sexual desta. Expliquem-me porque insistimos em manter na lei uma coisa que não se coaduna com a realidade das coisas. Expliquem-me qual é a diferença, em termos de qualidade da vinculação, não percamos o nosso norte, entre ter uma criança adoptada só pelo senhor x, que, por sua vez, é casado com o senhor y, criança esta afectivamente ligada de igual modo a ambos, com convivência familiar equiparada a um e a outro, que às segundas e quartas vai à piscina com o x e às terças e quintas vai ao inglês com o y e a mesma criança adoptada por ambos. As menções do registo civil?! Huuummm. Muito bem. E agora os direitos das pessoas cedem perante as minudências das questões burocráticas do registo civil?! Muito me contam. Mas adiante. Não concordo sequer com a opinião de quem diz que a adopção por casais homossexuais não pode ser prevista legalmente porque precisa de ser analisada caso a caso. Oi?! Então e estar previsto em lei bule de algum modo com a minúcia do estudo do caso concreto?! Está tudo doido?! A adopção por casais heterossexuais não é feita por chapa cinco (embora ainda haja quem ache que sim). Porque se atentam em todas as peculiaridades do caso é que muitos casos podem ser mais demorados. Mais. Eu gostava de perceber como é que, não se prevendo em lei, geral e abstracta, a possibilidade, se podem ir estudar os casos. Ou melhor, que utilidade teria isso. Porque ainda que se chegasse à conclusão que sim, que aquela é a família melhor para a criança em concreto, não havendo previsão legal, lá teríamos nós que inventar nomes para as relações que as pessoas criariam e que ultrapassam, quase sempre, o que o melhor de todos os legisladores pode inventar. Acho o nobre papel do direito absolutamente imprescindível na regulação da vida em comunidade, mas adorava que não fosse esquecido que o direito é um plus, subsidiário do bom senso, acessório da serenidade. Que me digam que a sociedade, na sua maioria democraticamente respeitável, não quer, que os costumes e tradições e papéis que associamos às pessoas ainda não permitem chegar a tanto ou que, a par da sexualidade que não para efeitos meramente reprodutivos, a religião continua a dizer que isto é pecado, eu aceito. Não gosto, mas aceito. Mas que continuem a insistir que as coisas se mantêm tal qual como estão porque somos reféns do direito, isso não. Porque isso é mentira. Vi a reportagem da SIC de hoje e pretendo ver a de amanhã. Tenho esperança que um dia, bem mais cedo que aquele em que se nos hão-de apaziguar as almas para pensarmos em coisas maiores por termos já o deficit controlado, alguém se lembre que o direito, tal como os impossíveis, é uma das medidas do Homem.

Muuuaaahhh (riso maléfico)

"É horrível. É bué exigente e farta-se de mandar vir quando falamos mal ou escrevemos com erros. Não faz ditados nem usa power points, porque diz que são uma infantilização da informação. E quando alguém fala na aula dela... senta-se e cala-se."

Ia jurar que eles até gostavam de mim. Afinal... caloiros amigos em campo acabam de informar: tenho má fama. Estou que nem posso.

De todo o modo, não posso negar uma coisa: são muito rigorosos na análise, sim senhor. É tal e qual.

Filtro social

Ontem à noite, depois da aula de yoga, dei boleia ao mano, de casa dele até um dos sítios badalados da cidade, onde devia encontrar-se com uma dita cuja personagem do sexo feminino. 

Para além de lhe ter feito um interrogatório durante a viagem, a que ele foi respondendo a custo (mas isto de não poder conduzir durante um mês obriga as pessoas a engolir muitos sapos), quando cheguei ao destino, de sapatilhas, calças de ginástica e tshirt, parei o carro e disse-lhe que entraria com ele para fazer algumas recomendações à criatura, tipo mana-galinha.

O mano empalideceu de repente e, numa voz sumida, disse "Oh mana, por favor...".

Fartei-me de rir. Estava a gozar... hello!!! (Não tanto porque não me apetecesse dar uma vista de olhos à achadiça, mas mais porque tenho uma reputação a manter e um caniche de cabelo suado a cair-me pelos ombros e aquela fatiota não me punham em grandes condições de ser apreciada pelo Mundo lá fora.)

Mas a melhor parte, mesmo mesmo, foi ter chegado a casa e, ao telefone, depois de contar a partida à minha mãe, ela perguntar-me "Então e afinal, o que é que disseste à miúda?!".

Definitivamente, a minha família acha que eu deitei fora em tempos o meu filtro social para não mais voltar a encontrá-lo.

Conclusões da hora de almoço

Há alturas da nossa vida em que parece que as prioridades se alteram, ou melhor, não são bem as prioridades, são as coisas que achamos essenciais para atingir determinada prioridade. Quando hoje, à hora de almoço, conversávamos sobre os pormenores de uma história cheia deles e eu ouvia os altos e baixos que a história já viveu, percebi como, dependendo da fase da vida em que estamos, da nossa energia naquele preciso momento, do quanto nos bastamos, naquela hora, na definição do nosso bem estar, a mesma história pode ser "lida" de tantas maneiras diferentes. Por exemplo, há alturas em que pessoas rodeadas de estrelinhas e corações que piscam não passam de... pessoas rodeadas de estrelinhas e corações que piscam. 

Não devem entender o que estou a dizer. O defeito é meu. Ando com alguma dificuldade em explicar-me. Reparei nisso na redacção de casos práticos para o próximo exame. São fases. E, apesar da descompreensão por terceiros, garanto-vos, estou a gostar mesmo muito desta...

Gosto de

terça-feira, 9 de outubro de 2012

Fantástico

Descobri que além de tudo o resto... ainda me sais caro. Não estava a perceber de onde raio vinha esta conta de telefone tão fora do orçamento. Fantástico. O que eu já me ri à conta disto. É o Universo a arranjar maneiras dolorosas de me pôr no bom caminho. Insuperável, de facto.

E cá está ele



A propósito disto.

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Estudar, estudar e estudar mais ainda...

Gosto de estudar o fenómeno dos crimes sexuais contra menores. Já pensei muito nele, há provas disso. Mas ler relatos, muitos, verídicos, deste tipo de crime, continua a fazer-me um mal brutal. É a prova provada de que uma coisa é estudar a dogmática da coisa, a teoria, o fundamento, a abstracção... e outra, muito diferente, é pegar nisto tudo e juntar-lhe caras e nomes. Não gosto desta parte. Sou, indiscutivelmente, para sempre, muito mais que daquela minha costela de público ou da outra do privado, uma rapariga que gosta de estudar, estudar e estudar mais ainda coisas de menores, mas bastou-me um ano a associar caras e nomes aos casos. Quero abstracções, quero hipóteses inventadas. Pelo menos enquanto me lembrar dos últimos 30 relatos que li de um fôlego. Há mistérios na natureza humana que nunca hão-de deixar de ser mistérios... de facto.

Mixed feelings

Durante o fim de semana, escrevi um mini texto em alemão. Hoje, na aula, travesti-me de Janis Joplin e apresentei-me (não cantei, descansem) em alemão. Acho que já sei dizer o meu número de telemóvel em alemão. E, sem querer, dou por mim a dizer Hallo! e Tchüss! à malta que encontro. Internem-me. Não estou a odiar o ALIMÃO.

*Agora não se ponham com ideias. Ainda só aprendi o presente do indicativo e ainda só sei três verbos. Eu disse que tinha sido um mini texto, ok?! E sou má a línguas, já avisei.

Bom dia, pessoas!

Looooooongooo. Vai ser um dia bem looooooongooo.

Verdades e assim assim

sábado, 6 de outubro de 2012

A propósito deste 5 de Outubro

- Já temos o mano em casa, com uma mão ligada por quatro semanas, dois ferros enfiados num osso e algumas dores... mas em casa e a fazer piadas. É o que mais conta.
- Lanches de amigos são óptimas maneiras de perceber que apesar da crise, da TSU, dos 23% de IVA, da redução das deduções do IRS e alterações nos escalões do mesmo, do calor de Agosto em Outubro, das provas de doutoramento em que parece que se bombardeiam pessoas com palavras, de ossos partidos e tantas outras coisas... ainda podemos dizer que a vida é boa, pá.
- A bandeira hasteada ao contrário foi um episódio demasiado triste para poder ser cómico. Não terá sido uma metáfora intencional, mas lá que nos lembra o avesso em que muito disto tudo anda... lá isso lembra.
- A Margarida Marante morreu e eu tenho muita pena, porque pertenço àquele grupo de pessoas que acalentava uma secreta esperança de um dia a voltar a ver como ela já tinha sido. 

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Coração de mana

Não sei como é o coração de mãe, mas sei que o meu, de mana, está do tamanho de uma ervilha. Ter a minha pessoa preferida do mundo todo inteiro no bloco operatório, ainda que, alegadamente, para uma cirurgia simples, tem este efeito em mim. Quando ao fim da tarde, num telefonema, se juntaram as palavras irmão, urgências e operação, garanto-vos que, por um ou dois segundos, senti que a terra se tinha sumido debaixo dos meus pés. Já o vi. Mas enquanto não o tiver em casa, debaixo das asas que não gostam sequer que se arranhe, não consigo descansar. Nem dormir. Nem nada.

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

:)

Enervantes

Os anúncios que agora aparecem, OBRIGATORIAMENTE, antes de todo e qualquer vídeo que queiramos ver na net. Ai... ca nervos.  Odeio não poder saltar aquilo.

Aligeiremos

Gosto de ir à farmácia aviar as receitas que a médica me passou para já e ouvir a farmacêutica dizer: "Andas cansada, é?! Mas olha que com isto, em Janeiro, por altura dos exames, de certeza que já vais estar melhor!". É nestes dias que eu penso que os meus cabelos brancos não são assim tãããooo visíveis. Pelo menos à noite ou em locais com uma luz fraquita.

É tão triste

Ando a tentar poupar-me e poupar-vos a lamentos deste género, até porque, como em tudo, é perigoso que, pelos maus exemplos, se tome a parte pelo todo. Mas não consigo. Preciso de desabafar e não tenho mais onde fazê-lo com esta liberdade. Não posso pôr isto no facebook, sequer. É tão triste arguir uma tese de mestrado fraquinha. É tão mau. É tão doída a sensação de vergonha pelo alheio. Tenho tanta pena. Porque, muito honestamente, acho que o grande mal disto tudo está em tomar-se por assente que todos temos de dar para isto. Não damos. E não há mal nenhum nisso, bolas. Mas por que cargas de água tem todo o bicho careta de ser licenciado ou mestre ou doutor?! É isso que o torna melhor?! A sério?! Não me digam que ainda há quem defenda isto. Por favor não me digam que isto é coisa defensável. Ando às voltas com uma maneira simpática de despedir a Dona G., tudo porque no sábado, ao arredar os móveis para as remodelações, descobri que havia uma colónia de cotão cá em casa. Deprimi. Mas é que deprimi mesmo. Não limpa os rodapés, não arreda móveis e não vê que há pó na parte de cima dos quadros. Acontece que me queixo e a resposta vem pronta por quase toda a gente: "O que é que queres?! São todas assim. Ao menos passa bem a ferro, é despachada e limpa o maior." Oi?! E limpa o maior?! Mas está tudo tolo?! Isto para vos dizer que preciso de uma empregada doméstica que limpe, que pegue num pano e esfregue até sair o sujo, que não há outra maneira de limpar. Que não me poupe o detergente da madeira, que deixe as torneiras sem manchas e não passe por cima das dedadas nos vidros. Ah... e que saiba que os sacos do aspirador não são vitalícios. Também descobri no sábado que o meu aspirador não aspirava. Fazia barulho, mas não aspirava. Provavelmente, não aspirava há meses. E a grande ciência para justificar isso era esta: tinha o saco cheio. Estava como eu. De saco cheio. Agora digam-me: não é tão importante ser um mestre, dos bons, como ser uma empregada de limpeza que limpa e muda o saco do aspirador?! É. Mas toda a gente se convenceu que não, que não é. E pusemo-nos a mascarar a realidade da nação, dando de barato que é tudo letrado quando há drs. que fazem mal a entoação dada pelas vírgulas às frases. É tão triste. Mais triste que isso, só o bacoco intelectual de não reconhecer, com humildade, que, se lhe estão a dizer que não está bem, se calhar, não está mesmo. E, enterrando-se cada vez mais fundo, obrigar a arguente a tornar a arguição uma oral de terceiro ano... Fraquinha, também ela. Não era nada comigo e vim cheia de vergonha. Espanta-me que tenha sido a única a senti-la.

Verdades e assim assim

Isto é do mais Pequena R. que pode haver.

Cá por casa

Novidade boa

A ex futura sogra agora fez-me um casaco. Quentinho, 3/4, castanho chocolate, ponto miosótis. Diz que é para o frio de Viena. E porque está parecido com o meu casaco verde de estimação que já não está em condições de sair à rua. É uma querida. Em breve, as fotos. 

Pois...

Esta iniciativa da Tiffany&Co. tem o mágico efeito em mim de me deixar sempre, sempre, sempre a sorrir.

terça-feira, 2 de outubro de 2012

Verdades e assim assim

Ando tão sem inspiração.

segunda-feira, 1 de outubro de 2012