Há pouco mais de um ano, numa tarde solarenga de uma quinta feira de Novembro, depois de ter almoçado no miradouro pertinho do Castelo, ali quando se sobe do Limoeiro, no caminho de volta para o trabalho, vagarosa, dei de caras com uma Rua da Saudade. Na altura, munida só de papéis e canetas, não tinha como captá-la senão com a câmara fotográfica de um telemóvel pouco moderno - o meu. Foi o que fiz. Eternizei aquele encontro numa imagem que não descurou uma corda de roupa branca numa varanda. Segui o meu caminho. É a imagem que ainda hoje está no fundo do meu visor do telefone. Muito semelhante a esta. Mais bonita, com a corda da roupa a dar ares de gente viva ao detalhe de um canto. Naquele dia, não consegui evitá-la. Morria de saudade cada bocadinho meu, cada espasmo da minha alma, cada perplexidade da minha redescoberta de mim. Como hoje.
Ai a saudade, esse sentimento tão nosso, tão português, tão vindo cá de dentro que nos mata bocadinhos da alma!
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