terça-feira, 29 de maio de 2012

Não sou eu que digo #5

Sempre achei extraordinário ler o que alguém tinha escrito e achar que aquilo era exatamente o que eu sentia, como é que era possível haver tanta coincidência de sentires, em 2 pessoas que não se conhecem, com experiências de vida tão completamente diferentes, às vezes até de géneros diferentes. Quando escrevo alguma coisa e vejo as reações que essas palavras causam, reparo que no fundo todos temos as mesmas ânsias, os mesmos desejos, as mesmas dúvidas, todos nós queremos ser felizes e amados, a todos nos assusta a solidão, o abandono ou o esquecimento.
Na rádio ouvi alguém dizer que a felicidade não é uma estação onde chegamos, mas uma maneira de viajar, e esta é uma daquelas coisas tão óbvias que ao ouvirmos ou lermos até nos magoa. Porque será que no fundo esperamos que um príncipe ou princesa cheguem montados num corcel branco e nos tragam a felicidade instantânea e sem limites? Não será mais lógico tentarmos ser felizes todos os dias da nossa vida, mesmo que não haja ninguém ao nosso lado a dar-nos a mão e a partilhar a nossa felicidade? E dizer que estamos sozinhos, não será, só por si, um absoluto disparate? Todos nós temos pessoas que gostam de nós, que querem o nosso bem, que partilham o nosso caminho, e que, mesmo que não sejam aquela pessoa, são as nossas pessoas, tão importantes como qualquer outra que venha a surgir. Por isso, sermos, ou tentarmos ser, todos os dias, felizes, deve ser o melhor a fazer por nós próprios...

Dele.

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