Nunca achei que se podia viver sem passado. Nunca me pareceu razoável negá-lo. Apesar das dores de crescimento que tantas vezes nos impõe, é ao passado que devemos muito do que somos hoje e o que viveremos amanhã. Além disso, não gosto de anular as coisas boas, de me calar as boas lembranças apenas porque um dia deixaram de poder ser mais que isso: lembranças. Parece-me uma opção infantil amuar e dizer que o sonho ceifado a meio nunca foi sonho. Foi, bolas. Correu mal, não se cumpriu inteiro, mas fez-nos felizes a dada altura. E, só por isso, vale a pena ter existido. É uma opção: ou permitimos que a má memória nos contamine ou nos desempoeiramos a aprendemos a apreciar, serenos, o que cada pessoa, história ou momento nos ofereceu um dia.
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