Da última vez que estive nos Açores, ouvi uma frase que nunca mais deixou de me acompanhar "O impossível é a medida do Homem.". Há dias, encontrei, já não sei onde, a frase "Por não saber que era impossível, foi lá e fez.". E a intermitência nas minhas convicções não dava tréguas. Ora me rendia à força ingénua das minhas frases, ora recolhia ao conforto da inevitabilidade. Não me entendia, nem ao resto. E teimava que talvez, lá bem no fundo, soubesse as respostas para as perguntas, mas, preocupada comigo, me fosse, apoucadamente, protegendo de as trazer à superfície de mim. Não tenho muitas dúvidas que vamos sabendo, intuindo, sentindo... que raramente as surpresas são isso mesmo... uma surpresa. Cuidamos muito de saltar barreiras, amarfanhar embotados, mas nós sabemos. Quase sempre, acho mesmo, nós sabemos bem mais do que cuidamos aceitar que sabemos. É difícil ser tão esperto. Ser gente dá uma trabalheira. E isto baralhava-me ainda mais e, confesso, assentava numa insuportável sensação de fingido, de fraude, de ser uma treta a história do coitadinha de mim que não imaginava. Insuportável. Suportamos pior as mazelas que reconhecemos ter ajudado a fazer. Até que encontrei uma tentativa de resposta que, apesar tudo, de não estar testada cientificamente e o raio, parece-me, vai conseguindo apaziguar-me a má experiência de ignorar que bem podia ter-me avisado. Não é só... ou tanto... por uma pressa inconsequente. Não. Afinal, é porque a minha medida não é o impossível... mas o coração. E toda a gente sabe que se há coisa sem limites não é o impossível... é mesmo o coração. Porque o impossível, o impossível é nada. Hoje vou fazer puré de batata para acompanhar o salmão no forno. O impossível é só o poema. O coração, o coração é que é o poeta.
Pois eu, muitas vezes, queria ter um bocadinho de ti em mim! Por tanta tanta coisa que aqui posto como quem faz um rol ia envergonhar-me!
ResponderEliminarDisparate, princesa!
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