Também deve haver heróis destes, mas, até agora, só conheci heroínas. Duas. Idades diferentes, vidas diferentes. Uma história comum. Um encontro com um homem apaixonante, daqueles que dizemos poder ser o homem da vida de qualquer mulher, apaixonado, dedicado, sem hesitações entregue à mulher que amam. E, um dia, a dúvida, o desconforto. E, no outro, a certeza: é o meu amigo, o meu companheiro, mas não é o homem da minha vida. E elas dizem-lhes. E eles sofrem horrores. E, postos os horrores do sofrimento nos pratos de uma balança, tanto que esta penderia para o lado delas. Incompreensível, dirá a maioria. Coragem, fibra, lealdade a si mesmas, diria eu. Não sei se seria uma destas mulheres, postas as coisas nestes termos. Prefiro nunca descobrir o que faria. Na verdade, sempre que me lembro do que me disseram, não tenho espaço para muito mais que a admiração profunda por estas heroínas. Pelos vistos, ao dizerem a palavra fim, começou a doer-lhes uma dor aguda e, ao virarem a costas a quem reclamava que ficassem, enformou-se-lhes a saudade maior humanamente sentida. É preciso acreditar muito na história da felicidade.
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