sexta-feira, 22 de novembro de 2013

Aconselho o seguidor a sentar-se!

É que o relato vai demorar...

Pois bem... já fui a Braga e já vim. Era suposto. Pois. Acontece que entre ir a Braga e vir de Braga, tive uma série de testes aos meus nervos. Vale-me não andar na má fase dos ataques de pânico e mimimi, ou tinha desatado a chorar e acabado por não resolver porra nenhuma. Assim, e a quem interesse conhecer da minha resiliência, cá vai.
Saí ontem de Coimbra a tempo e horas de chegar a Braga com calma e ainda dar um giro para ver as montras. Pus gasóleo, vi os pneus, liguei o gps, sintonizei o auricular, seleccionei a música e pus rodas ao caminho. Em plena A1 e a dar os 140, o carro tem uma dor, ou o raio, e começa a tremelicar até perder a força nos membros, a tempo apenas de me deixar encostar à berma. Estava escuro como breu e se há quem ache que o Estado gasta muito a iluminar as estradas, fica a informação: O tanas! Liguei os quatro piscas e pensei sair do carro, mas tive um bocado de medo de ser atropelada e acagacei-me... confesso. Voltei a ligar o dito e fui em segunda e de quatro piscas ligados até à saída mais próxima. Saí na Feira e perguntei ao menino da portagem (quero ver como vai ser quando aquilo forem tudo máquinas!!!) onde havia uma oficina. Indicou-me a da marca, e lá fui eu (já disse que ia em segunda?!) até ao destino, no cu de Judas. Não sem antes, e farta de andar a pisar ovos, ter parado o carro, ter aberto o capô e me ter posto eu a ver se resolvia como desligar a mensagem irritante da "Anomalia antipoluição". Consegui apenas sujar-me toda e perceber que nada percebo de carros... Chegada à oficina, fiquei a saber que o carro tinha de ser ligado a uma máquina e que o homem da máquina já não estava, mas estava o Engenheiro. O Engenheiro não podia fazer nada, mas prontificou-se a dar uma volta no carro. Puxou até terceira mas quando tentou a quarta o filho da mãe morreu. Num ermo. Eu, o Engenheiro, o enfermo e um ermo! O que me vale, pensei, é nem todos os Engenheiros serem como o outro... Pode ser que este nem me corte às postas nem nada. Lá voltou a pôr o carro a funcionar e aconselhou-me a não andar com ele até Braga. Convoquei meia dúzia de pessoas dali da zona, pedi carros emprestados a meio mundo, que tinha de chegar a Braga (lembram-se que eu ia para Braga, não lembram?!), mas acabaram por ser os meus ricos paizinhos os salvadores da pátria, aka, eu, sua filhinha do coração. Lá puseram rodas ao caminho, de gambiarras em punho, para fazer a troca de veículos. Eu devia seguir com o carro da minha mãe para cima e eles deviam, até às nove da manhã de hoje, a passo, vir até à oficina com o meu... Assim foi. Toda lampeira, convicta de que já tinha tido a minha dose, lá fui para Braga. Cheguei perto das dez da noite, engoli o jantar no hotel e subi ao quarto. Estava a parecer a filha do cigano (com o devido respeito ao cigano e à sua garota): toda sujinha! Tomei um banho, ultimei as coisas da aula e refestelei-me a dormir. Hoje, pela fresca, acordei cheia de vontade de mostrar que a sorte é escapar, tomei o pequeno almoço, fiz o check out e peguei no carro. Não sei que voltas dei às indicações da moça do hotel (achei que não valia a pena ligar gps) e... perdi-me. Pronto. Perdi-me. Neste meio tempo, o carro começou a fazer um barulho estranho, mas eu só tinha duas hipóteses: ou parava e desatava a chorar... ou continuava e assobiava para o ar. Escolhi a segunda. Cheguei à Universidade e entrei pelo sítio errado, tive de dar uma volta ao quarteirão e estava, uns dez minutos atrasada, finalmente, onde me esperavam. Carreguei no verde, cumprimentei o segurança e fiquei a saber que... tinha um pneu furado. Bem... tinha um pneu furado e uma aula para dar... De quatro horas. Sendo que estava dez minutos atrasada, coisa que já não me estava a deixar muito contentinha. Segui viagem até ao estacionamento e fui para a aula. Comecei. Tiriri tudo muito certo. Mais ou menos a meio, dei dez minutos de sossego às almas, liguei para uma oficina e entreguei a chave do carro ao segurança da Universidade. Combinei que ou remendavam ou substituíam e que no fim havia de arranjar meio de chegar junto ao carro. Continuei a aula, correu tudo muito bem, tudo malta atenta, muita conversa e mimimi ai que lindas ideias e fez-se uma da tarde. Saí e dirigi-me à praça de táxis alegadamente mais próxima. Andei comórraio, carregada como uma mula, e a rir-me, só de pensar no lindo que seria se tivesse dado hoje para chover! Não havia táxis e portanto aproveitei a espera para ir comprar um pão com fiambre e um sumo de pacote para o caminho. Apanhei o táxi, fui para a oficina e preparava-me para pagar (praticamente o mesmo que vou receber pela aula (agora juntem hotel e portagens e verificam que ontem e hoje basicamente paguei para trabalhar)) e... não tinham multibanco. Sorri. Contemplei mais aquele contratempo e perguntei se, a pé, podia ir levantar dinheiro. Lá me deram as indicações, deixei-lhes a pasta e fiz o meu exercício matinal a ir ao banco e a vir. Paguei, peguei no carro, comi pelo caminho e pus o pé no acelerador. Acho-me em casa. E já não era sem tempo. By the way, eu compreendo. Tenho um melhor melhor amigo que é de Guimarães. Braga não podia, mesmo, querer nada de bom comigo!

4 comentários:

  1. Bem...
    Já ficamos a saber que tens um Citroen, que são os unicos que reclamam assim claramente da poluiçao...
    E dependendo da idade, modelo e quilometragem da viatura pode significar que terás que trocar o filtro de particulas, e que isso é quase tão bom como partir uma perna...
    Mas pelo menos foste e vieste sã e salva, e isso é o mais importante...

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    1. Não é um citroen. O problema era do catalisador...
      ;)

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  2. nem sei o que faria se fosse eu, acho que me desmanchava num pranto :) Que raio de dia!

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  3. estou a ver que as coisas mais insólitas não se passam só comigo. quase tudo o que podia correr mal, correu.

    Espero que recuperes no fim-de-semana!

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