Especialistas afirmam que caminhamos a passos largos para o dia em que o cancro se torne uma doença crónica. Ter uma doença crónica não é uma boa notícia, mas, quando olhada em comparação com uma doença que tem estado a devastar a raça humana com tamanha rapidez e aleatoriedade, transforma-se numa das melhores notícias possível.
Tenho um medo terrível da doença. Tive uma colega de faculdade, da minha idade, que se foi embora por causa de um cancro. Embora o meu pai tenha mais onze irmãos, os meus avós não podem já, hoje, por muito que queiram, reunir os doze filhos. A minha tia A. adoeceu e morreu em dois meses. Deixou três filhos, todos pequenos, e um marido, uns pais, uns irmãos, uma família inteira desfeita. A C., prima da minha mãe, em casa de quem o meu irmão foi criado, levou menos tempo a lutar contra um cancro. Não chegou a um mês e meio. E depois há a L., madrinha do meu irmão, mãe de uma das minhas melhores amigas, uma das minhas pessoas incondicionais durante tantos anos, a amiga sempre presente da minha mãe, que viveu onze anos com um cancro, e depois, num domingo, foi almoçar a minha casa, entretanto ficou muito cansada e pediu-me para a levar a casa dela, se despediu de mim com um "Até amanhã, minha querida!", foi internada na segunda feira e morreu no sábado. Assim.
Odeio o cancro com todas as minhas forças.
E aplaudirei de pé tudo o que se descobrir contra ele. Tomo-o por inimigo. Quero-o sumido para sempre.
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