sexta-feira, 30 de setembro de 2011

A saga continua...


A minha mãe, que é professora, costuma dizer que há, hoje em dia, uma ingratidão enorme pela profissão dela (e minha, embora em contextos muito diferentes). É que se o menino tira 20, o menino é muito esperto, mas se o menino tira 1, o professor não tem método nenhum, não cativa, não percebeu as especificidades daquele pequeno génio, enfim. Também há muita ingratidão, em Portugal, de há uns anos para cá, pela magistratura. Se o cidadão "tão bom rapaz" sai em liberdade, se o cheque sem provisão dá cadeia ao caloteiro, se o abusador vai dentro 15 anos, Deus é grande e fez-se justiça. Se um intocável é conduzido a um Estabelecimento Prisional, se o processo executivo dá em nada porque o caloteiro desbaratou tudo a tempo, se o arguido é absolvido por não ter sido produzida prova suficiente e ainda há quem se lembre do princípio da presunção de inocência, há uma cabala montada, os juízes são uns corruptos, a justiça está que é uma pena, enfim.

Quando é que a malta se convence que errar é humano e os juízes são pessoas, não são super heróis?! E que não, não tomaram os tubarões nacionais todos de ponta e isto não é uma perseguição gratuita?! Pelas alminhas, pá!

P.S. Também me irrita solenemente aquele tipo que pulula pelos programas da manhã que se veem nas férias e que levanta a voz aos técnicos da Segurança Social sempre que uma criancinha adoptada é maltratada. A sério. É grave. É gravíssimo. É intolerável. Mas acontece. E acontece porque há quem tenha de profissão avaliar se as pessoas que lhe passam pela frente são boa ou má res. E toda a gente sabe que, por mais cuidado que se tenha, há sempre quem nos meta no coração e, mais cedo ou mais tarde, nos desiluda profundamente. Bolas, gente. É da vida. Não é para desistir. É para ir aprendendo.

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