Vamos chamar-lhe Senhor T.. Pelo menos umas cinco pessoas que vêm ao blog vão identificar o Senhor T.. Pelo menos um dos meus seguidores deve ser amigo do Senhor T.. Portanto, este post entra no terreno pantanoso das pessoas que me irritam serem tu cá tu lá com as pessoas que me leem, mas eu não consigo deixar passar isto.
Estava aqui a ler um trabalho de pós graduação que estou a orientar, quando, a contragosto, levantei o real traseiro do sofá e me pus a ler um determinado livro do Senhor T. .
Ponto um: sim, eu sei que pareço tola, porque ainda tenho dois artigos para acabar, ando a ler a tese da alminha que odeia o português e agora digo-vos que estava a ler um trabalho de pós graduação que estou a orientar. Isto é tudo de temas diferentes e, portanto, pode ajudar a explicar ainda agora ter chegado de férias e há pedacito já me ter passado pela cabeça cortar os pulsos. Não inventarem os dias com 48 horas é uma coisa que me anda a bulir com os nervos.
Ponto dois: sim, eu leio os trabalhos que oriento. Assim como as teses. Sim, eu ainda faço isso. Sim, chamem-me jurássica ou então palonça, mas sim, eu não sou capaz de aceitar orientar alguém para depois lhe virar as costas e dizer que se organize sozinha. Estudei aquela coisa que manda não fazer aos outros o que nunca gostei que me fizessem a mim.
Adiante.
O Senhor T. já me tinha irritado solenemente quando o livro saiu, porque o livro do Senhor T. é sobre uma coisa que eu, modéstia à parte, ajudei a parir. Ora, uns dias antes de o livro do Senhor T. ver os escaparates das livrarias, o Senhor T. tinha estado comigo numa reunião de um dia inteiro, onde por diversas vezes se falou do tema em apreço. E o Senhor T. fez questão de tirar nabos da púcara e de pedir exemplos e de discutir e a porra e nunca, NUNCA, mas nunquinha, mencionar que o livro sairia. Comprei o livro, de braço dado com o G., ambos a espumarmos da boca e a sentirmos que nos tinham comido as papas na cabeça, mas tudo certo. Abri o livro, li meia dúzia de coisas e como me pareceu mais um ataque que uma análise, desliguei e nunca mais peguei na obra. Até há bocadinho. Estou aqui, como vos disse, a ler calmamente o trabalho da moça e começo a ler disparate atrás de disparate. E vou escrevendo comentários ao lado, a dizer que não percebo onde foi buscar aquela ideia e que não encontro fundamento legal para o que diz e que uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa e ela está a baralhar as coisas. Pouso enfim a vistinha na citação bibliográfica e sinto o ritmo cardíaco acelerar-se-me. E confere. Acabo de abrir o livro do Senhor T. e comprovar que sim , que diz o que a minha orientanda, auditora ou lá como se chama, diz. E tenho uma necessidade que, neste momento, me formiga aqui nos dedos e me impulsiona a perguntar: "Mas por que razão é que as pessoas, quando não sabem, inventam?! A sério. É que não custava nada. Nada. Ligava, vinha cá, sentava-se com a malta toda, ouvia o que tínhamos a dizer e esclarecia que não, o legislador não pensou como lhe parece que terá pensado. Porque o legislador, eh pá, pronto, não é espectacular, mas também não é burro de todo. E nem é por mim, mas o legislador tem ali malta mesmo competente. Referências na matéria a nível nacional. Outro people com a mesma profissão que o Senhor T. e que, quer-me cá parecer, lhe subiu um bocado à cabeça. Só que isto não é um episódio do legislar a la carte. Isto levou tempo e fez muito boa gente sair muitos dias com a cabecinha em água do emprego.".
Era isto. Tu também és um dos que me cansa a beleza, Senhor T.. Bom para ti, seres importante. Parabéns, tá.
já sabes qual é a solução para pessoas assim...
ResponderEliminarSei. Uma malha.
ResponderEliminar