Há dias, recebi um mail onde pediam a minha ajuda profissional, basicamente, a minha leitura acerca de uma coisa sobre a qual frequentemente boto faladura e para que, na opinião de quem me escrevia, tinha, porque tinha, de ter resposta. Expliquei-lhe com calma que há coisas que só a prática vem mostrar ainda carecidas de discussão e acerto, mas que, era verdade, eu cá tinha a minha opinião, que não fazia as vezes de lei, mas pronto, também não devia equivaler ao chiar de um carro. E depois, cheia de boa vontade, em férias (?!), respondi à pessoa, expliquei tudo e mimimi. Até hoje, nem uma palavra. Bastava que me tivesse escrito "Cá recebi a sua missiva. Grata." Não era preciso mais. A ela, não lhe custava nada. A mim, apaziguava-me um bocadinho. Gosto pouco de pessoas mal educadas.
Há precisamente cinco meses, depois de uma saga digna de filme, passei uma manhã inteira a deitar verbo. Respondi às dúvidas todas, dei a matéria toda que me competia, aconselhei bibliografia, deixei material e ainda dei dicas para casos concretos. Passados uns dois meses, atolaram-me a caixa de correio com trabalhos para ler e avaliar, porque a malta tinha gostado da aula e mais de metade da turma tinha decidido fazer o trabalho final de pós graduação sobre o meu tema. E eu li. E avaliei. E até fiz uma tabela com as notas. E ainda me dei ao trabalho de enviar uma súmula para a responsável, a justificar cada avaliação, só naquela... não era a minha casa, era gente que não me conhecia, convinha não ficarem a achar que dou notas ao calhas. Hoje, enviei o décimo sétimo mail a perguntar quais os dados que devo fazer constar no recibo a emitir para que me paguem. Das outras dezasseis vezes, ainda não havia cabimento para o pagamento. Hoje, a resposta foi... o silêncio.
Tenho cara de quem gosta de trabalhar para aquecer, só pode!
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