Às vezes, uma pessoa diz exactamente o que eu quero dizer mas ainda não me saiu. A última vez que me aconteceu foi na sexta feira. Também eu, quanto mais o tempo passa, menos gosto de pessoas muito cheias de si, todas elas peneiras e manias. Também eu, quanto mais o tempo passa, gosto é de estar com a minha avó ou ouvir as histórias do Senhor António da Bolacha Americana, ou conversar com o taxista bem humorado ou saber o que aconteceu para que fulano se encontre a arrumar carros. Também eu, quanto mais o tempo passa, menos ligo à extensão da escrita Doutor, à verborreia de coisas chatas e etéreas e, por sobre qualquer outra coisa, à futilidade incontida de quem vive vidas tão alegadamente irrepreensíveis que parecem não existir. Não me dizem nada. E cansam-me. Cansam-me tanto, estas pessoas.
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