Viena. É linda e maravilhosa. Está iluminada de Natal e tem candelabros nas ruas. Durante o dia recebe-nos com um frio cortante, mas seco, que faz doer a cabeça e cair lágrimas. Os nossos melhores amigos são os gorros que nos tapem também as orelhas, os cachecóis, as luvas, as botas, os corta vento e o batom de cieiro. À noite, enquanto caem flocos de neve, as ruas enchem-se de gente, barulho e cheiros de vinho e chocolate. Viena convida muito a abracinhos, beijinhos e mãos dadas. E a experiências com as nuvens de ar quente que nos saem pela boca. Tem quinze mercados de Natal, fora as imitações. Nem todos são glamouroros o suficiente para não serem confundidos com feirinhas de Natal, mas o do Schönbrunn era perfeito. Os concertos de rua sucedem-se e deixam em quem passa a sensação de que a vida, para lá de tudo, é uma festa, uma benção. Estar em Viena e não visitar Belvedere, para ver Klimt, é quase crime. As paisagens do pintor também são lindas e o quadro da Secessão rivaliza as atenções com O beijo, mas Klimt é incontornável por este último e, de facto, aquilo marca a vida de um pintor. Catedral, Ópera, Albertina, Leopold, Parlamento, Biblioteca, Universidade, Tribunal, Votiva, Teatro e Rathaus. Voltar à realidade dos dias seguidos, cheios de rotinas, não se assemelha em nada ao bom que é passear por Hofburg ou Theresien Platz, mas também não é mau. Trazem-se as meninas dos olhos inundadas de coisas bonitas e o paladar satisfeito de sachertorte e apfelstrudel. Venho de Viena com tantas memórias para organizar... Sei que ao anoitecer rivalizam espaço nas minhas eleições o Loos, jogos de burro e massagens em pijama e é quanto me basta. Dorme-se em Viena com o coração cheio de dúvidas e acorda-se em Viena com ele a etiquetar certezas. Vem-se de Viena estranho, mas feliz. Muito estranho. Muito mais feliz. Vale a pena ir lá. E voltar.
Pronto! Já estou roída de inveja!
ResponderEliminarÉ sim. Viena. É tudo isso e tanto mais. Fui a trabalho, sem companhia. Com receio, diga-se. Única portuguesa, primeira vez na cidade. Muito trabalho. Outra língua durante uns dias. Por sorte, a faladura foi logo no primeiro dia, o que me permitiu descomprimir e respirar a cidade a cada instante disponível. Fiquei juntinho à StephanDoom e adorei cada minuto. Espero voltar. Ainda bem que também gostaste. Beijinho
ResponderEliminarO que é que eu tinha dito???...
ResponderEliminarE O Beijo, de Klimt, é tão forte ao vivo e a cores, não é? Nada como estar lá, ver, olhar, parar, minutos a fio, com aquela sensação mista de reconhecimento e de surpresa. Como se fosse e afinal não fosse a primeira vez que se vê a tela.
Espero que as minhas dicas tenham ajudado. Fico tão, mas tão contente que tenhas gostado.
Bem-vinda de volta, mais reconfortada e cheia de coisas boas para contar e lembrar, espero...
Um abraço,
Marta
Estou a ver que gostaste. Viena é por acaso das capitais da Europa que quero visitar, mas que não é das prioritárias para já.
ResponderEliminarContentei-me com o Porto nestes dois últimos dias, e apaixonei-me por por ele.