Naquele pic-nic de burguesas,
Houve uma coisa simplesmente bela,
E que, sem ter história nem grandezas,
Em todo o caso dava uma aguarela.
Foi quando tu, descendo do burrico,
Foste colher, sem imposturas tolas,
A um granzoal azul de grão-de-bico
Um ramalhete rubro de papoulas.
Pouco depois, em cima duns penhascos,
Nós acampámos, inda o Sol se via;
E houve talhadas de melão, damascos,
E pão-de-ló molhado em malvasia.
Mas, todo púrpuro a sair da renda
Dos teus dois seios como duas rolas,
Era o supremo encanto da merenda
O ramalhete rubro das papoulas!
De tarde, Cesário Verde
Talvez dos que me deu mais gozo de ler nas aulas do secundário. Como era tótó, apesar de já ligar muito aos livros, só comecei a ler poesia e coisas mais sérias agora :P
ResponderEliminarEu gosto muito de poesia, muito, muito. Tenho um prazer imenso quando ando com a neura e páro dez minutos, pego num livro de poesia numa mão e num chá quente na outra e, em silêncio, me ponho a ler :)
EliminarEste... dito ao ouvido... fica mais especial :)