quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Ainda do facebook


A verdade, mesmo verdadeira, é que, embora só tenha no facebook pessoas que conheço (excepção feita à Raquel, por enquanto), não posso deixar de lamentar toda a gente me aparecer ali de uma maneira indistinta. Tenho no facebook colegas da primária que nunca mais vi, alunos com quem me cruzei nos corredores da faculdade e que entretanto acabaram o curso (não aceito quem ainda é ou será meu aluno), colegas de casa de há dez anos, gente que conheci em reuniões de trabalho, dos melhores amigos, o mano e os primos que só encontro de ano a ano, os rapazes do centro de cópias, a minha arguente de mestrado e o meu orientador... No facebook, quem mais me comenta não sabe quase nada da minha vida, em regra nunca me viu chorar ou me abraçou num momento de enorme felicidade. No facebook, não tenho alguns amigos que privam comigo diariamente, que sei que estão em minha casa como na deles, que me reconhecem o estado de espírito pelo tom da voz. O conceito até pode ter a sua piada, concedo. Esta ideia de reunir toda malta com quem falas, muito embora de alguns tenhas de recordar o nome com esforço quando os encontras na rua. Mas fica-se por aí. Discursos de metro e com profundidade não cabem ali. Provas de amizade não são para aquele espaço chamadas. Acho o vídeo curioso. Nem é porque o medo me assista no desconhecido. Até hoje, como sabem, o blog, por exemplo, só me trouxe gente maravilhosa. Mas não sei... não engraço com aquilo. Até pode ser embirração, mas não engraço.

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