A Pipoca diz que faz o teste no messenger. Eu não. Talvez por não usar messenger. Já usei. Agora deixei de lhe achar piada. E percebi que se tiver aquilo ligado não faço nada dias e dias seguidos, sempre com alguém a querer meter conversa. Não uso, é o que conta para o caso. Por isso, o meu teste é outro. O meu teste é a bela da mensagem no telemóvel. Se, naquele segundo em que ainda não abri o envelope virtual, desejo muito que ele seja de determinada pessoa... nada feito. Pode ser um momento, mas sei que o que queria mesmo era que fosse. E sorrio, feita babaca, se é... Uma tristeza! Enquanto a minha prioridade, sendo o envelope daquela pessoa, for responder a qualquer custo, sempre com a secreta esperança que haja mais um envelope e depois outro e outro e outro, até fazer colecção no telemóvel... estou perdidinha, um caso crónico. Se me custar apagar as mensagens antigas porque parece que são cartas de amor em que coube tudo, mesmo que nunca se tenha falado de amor, assim, com as letras todas... não há caminho para andar. Quando a minha primeira mensagem depois da meia noite no Natal ou no Ano Novo vai direitinha para a pessoa... ai... pessoas, ai saudades... O tempo todo em que fizerem sentido mensagens como "Estou a sair", "Vou comer um gelado", "O mar está mau", "Odeio esta matéria", "Bom dia", "Vou dormir", "Que fazes?" e "Dorme bem"... nem atadinha de pés e mãos a coisa se cura. Mas... há sempre um mas nestas coisas... quando eu já não tenho urgência em abrir o envelope e em ver de quem vem, quando me é indiferente, quando o meu coração deixa de disparar se é o nome dele que aparece e se se despede com "bons sonhos", quando não ter saldo ou bateria deixa de ser relevante, sobretudo quando não fico a pensar naquilo, não sonho com o desenho no visor e o som de quando pisca, quando nada disto acontece... é o fim. Demoro sempre muito tempo até atingir este estado ausente da história comum. Mas, quando chego lá, não há como voltar atrás. De todas as vezes em que já gritei "the end", contam-se pelos dedos de uma mão, e sobram, aquelas em que passei neste teste. O meu teste. Porque dizer "acabou" é tão fácil como mentir a toda a gente. Basta querer. E, às vezes, queremos. Ou isso, ou que nos deixem em paz, que nos desamparem a loja, que nunca mais nos falem nisso, que nunca por nunca ser voltem a sugerir que aquela história ainda pode acontecer. Porque há vezes em que tudo o que desejamos é que repetir que acabou, fingir que acabou, viver como se tivesse acabado... mate a história. Mas há o teste. E só nós sabemos até quando chumbamos nele. Redondamente.
quarta-feira, 30 de junho de 2010
Passo-me dos carretos
quando tento ver um vídeo ou ouvir uma música no youtube e aquela m$%&# passa a vida a rodar umas reticências (uma espécie de bússola, mas em diferente), a pedir-me que espere. Passo-me.
terça-feira, 29 de junho de 2010
David
Sauna
Duas horas a passar a ferro e parecia que tinha saído de uma sauna. Eram três máquinas acumuladas. Duas brancas e uma escura. Segundo a minha mãe, sou um bocado lenta a passar, mas isso é porque sou perfeccionista. Agora sim, com um banhinho tomado, estou pronta para voltar a pegar neste livro de 600 páginas que aqui tenho a olhar para mim e a lembrar-me que tem mesmo de ser.
Um homem faz muita falta numa casa
Momento alto da madrugada: matar uma mosca. Não era uma mosca qualquer, era a mosca que decidiu partilhar casa comigo desde domingo. Uma única mosca, que me perseguia para onde quer que eu fosse. Pensei, em vão, que me seguisse até à varanda e que aí podia despedir-me dela com um "goodbye Maria Ivone". Não. Quando ia à rua ou à varanda, ela pousava em qualquer lado e esperava que eu voltasse a casa para me atormentar. Para quem não sabe, quando estou a trabalhar, sobretudo quando estou a ler, qualquer barulho me atormenta. O barulho de uma mosca ou de uma melga fazem o meu desespero. Mas enfim, fomos convivendo. Era apenas uma mosca, não um batalhão delas, pelo que nem me passou pela cabeça comprar Mafu. Acontece, meus amores, que a referida mosca devia sofrer de insónias. Toda a santa noite um zzz que me atormentava como se houvesse picaretas a destruir a casa do lado. Eu dormia e acordava com aquele zzz. Eu desesperava com aquele zzz, até que a estúpida decide emaranhar-se nos caracóis do meu cabelo. Entrei em transe! Primeiro momento em que me apercebo que um homem faz muita falta numa casa. Teria sido o momento perfeito para me declarar, sem verbos, mas com acções, todo o seu amor. "Por mim, por favor, levanta-te e vai matar aquela mosca!" Mas a pessoa mora alone. Portanto, eram umas cinco da manhã e eu andava levantada, de chinelo na mão, a rogar-lhe pragas e a correr atrás dela. Até que a estúpida decide pousar no tecto. E é neste momento que eu penso pela segunda vez que um homem me dava cá um certo jeito. Se fosse alto, com um pulinho e o chinelo havia de lhe tratar da saúde, se fosse baixo, pelo menos não haveria de ter vertigens como eu, que quase rezei um terço completo enquanto subia para cima da cama para tentar caçar a desgraçada. Ela estava a divertir-se. Eu cuspia fúria. Até que a p%#& pousou numa parede do hall e eu, sorrateira, lhe mandei com o meu chinelo na tola. Jazia já a parva no chão enquanto eu esfregava os vestígios do crime na minha parede, com um bocadinho de algodão e água. Depois, calmamente, peguei nela com um bocadinho de papel, deitei-a na sanita e puxei o autoclismo. Voltei para a cama. E pensei pela terceira vez que um homem faz muita falta numa casa. Estava agitada. Teria adormecido melhor e mais depressa com festinhas, beijinhos e expressões como "Deixa lá, ela era má!".
segunda-feira, 28 de junho de 2010
Constatação e pergunta
Os meus seguidores/leitores/visitantes não gostam de desafios. Ou melhor, não gostam dos meus desafios. Porque estou que nem posso para saber se o problema está nos tópicos que tenho escolhido para os desafios, agora vou apostar em qualquer coisa mais consensual na blogosfera feminina. Para ver se alguém se chega à frente com respostas e comentários e lógicas de "vou e levo um amigo também", para apreciar, no fundo, se muita gente junta consegue bater os records de comentários aos posts cá do estaminé.
Ora então....
O que é que um homem / uma mulher tem de ter
para que vocês se apaixonem por ele / ela*?
*Acho que está uma pergunta jeitosa!
Sesta*
Se eu podia viver com meia hora de sesta por dia? Podia! E tenho a certeza que não era a mesma coisa!
* Tenho raiva de mim nestes dias em que trabalho até às duas da manhã, enquanto durmo endromino meia dúzia de parágrafos e às sete da matina já ando às voltas na cama. A sério. Eu era uma pessoa que dormia tão bem... Mas que raiospartissimi se anda a passar comigo, céus?!
Eu não meço as consequências dos meus actos
Acabo de fazer a seguinte anotação a um documento a dias de ser oficial:
"Tenham lá paciência, mas isto está uma salganhada!"
domingo, 27 de junho de 2010
sábado, 26 de junho de 2010
sexta-feira, 25 de junho de 2010
Espaço intermédio
Deixa andar
Deixa ser
Quando queres entender
O que não podes disfarçar
Escolhes não sentir
Mas não é teu para decidir
...
Volta o teu abraço cheio
Com o coração no meio
Volto eu a disparar
não percebo o que é que queres
Diz-me tu o que preferes
Ir embora ou ficar
Este espaço intermédio
Entre a paz e o assédio
Não nos deixa evoluir
Não é dor nem fogo posto
É amar sem ser suposto
É difícil resistir
...
quinta-feira, 24 de junho de 2010
Surreal
Há coisas surreais que me acontecem. Muito surreais. E que me acontecem. A sério. Eu devo ter cara de Santa Casa da Misericórdia. São muito(a)s cromo(a)s para a troca. Como diz o G., eu tenho qualquer coisa que o(a)s atrai. Porque eu posso estar sossegada, quietinha no meu cantinho, que há cromo(a)s a caírem-me no regaço. Pelo amor da Santa... Sinceramente!
Quem não ama, desmente a natureza
Se a flor namora a flor que lhe é vizinha,
Se uma palma com outra enlaça os ramos,
Se nos prados, com cândidos reclamos,
Namora uma avezinha outra avezinha.
Se o mundo o seu Autor quando o sustinha,
Nos eixos do poder, que acreditamos,
Na longa rotação que divisamos,
Viu que, para o suster, Amor convinha:
Se Amor é um dever que impresso existe
Em tudo que vegeta a redondeza,
Em que o governo universal consiste:
Quem se exime de amor e a Amor despreza?
Quem ataca esta Lei? Quem lhe resiste?
Quem não ama, desmente a Natureza.
Francisco Joaquim Bingre, in 'Sonetos'
Cirurgia
Fui de vestido. Achei que era chegar, operar e andar. O médico riu-se. A seguir, bem mais sério, disse que afinal isto é mais delicado do que pode parecer. E que se esquece o ambulatório. E que vou ter de estar internada, andar com aquelas batas verdes que vestem aos doentes, levar anestesia com agulha (eu achava que podia ser só com um spray!!!). A somar a isso, não conduzir, não correr (?), não saltar (?) e não andar mais do que quase nada. Não gostei muito das novidades... mas também ninguém disse que eu tinha de gostar!
P.S. Ainda não há data.
quarta-feira, 23 de junho de 2010
Verdades e assim assim
"Creio que quase sempre é preciso um golpe de loucura para se construir um destino."
Billy - actualização
O casamento é cá.
Não querem prendas (?). (Vou ter de pensar eu sozinha numa...)
Ainda não há hora...
Entretanto, deu-me os parabéns pela contratação, mas pediu-me para, em nome dele, dar mais parabéns ainda à casa, porque ela é que fica mesmo a ganhar... É um exagerado. Gosta de mim. Chamou-me brilhante. Mentir às vezes não custa nada e faz um bem do caraças. E hoje estava a precisar que alguém me relembrasse que se calhar até sou um bocado jeitosa no que faço. Coisas. Há dias assim... Eu sei que o Ronaldo não precisa de marcar golos para se moralizar... mas eu não sou o Ronaldo...
terça-feira, 22 de junho de 2010
Ai, valha-me o criador...
Hoje levantei-me a cantar esta canção... e continuei a fazê-lo o dia todo...
Billy*
Quando, há uns dois meses, encontrei o F. no bar da faculdade, estranhei, mas fiquei muito feliz. Já não estava na Madeira. Tinha decidido voltar para o continente, tudo bem, beijinhos... coisa e tal... Estava eu quase a sair porta fora quando ele me chama para acrescentar, como se fosse gabar-me a armação dos óculos, que ia casar. PARABÉÉÉÉÉNS, gritei... O filme: vestido, igreja, fato, quinta, flores das mesas... (sou gaja!). Estava convidada. Era apontar na agenda. Não havia convite em papel, ou pessoal, mas mais formal, sequer, pelo que ia-se lembrando e ia convidando. A N. fazia a mesma coisa. Eu achei que era piada. Mas... não era!!! Ainda não sabia o dia. Tinham só um palpite. Ora, neste momento, está toda a gente na mesma situação. Convidados em parques de estacionamento, filas do café ou esquinas da rua, ninguém sabe nada da boda. O homem não me atende. Eu não há meio de o encontrar. Tenho "Casamento do F. e da N.", a lápis, no dia provável, mas por confirmar, na agenda, há dois meses. O dito dia aproxima-se. É verão. A malta, sei lá, perde a cabeça e vai de férias. É preciso marcá-las. Coisas de gente picuinhas. Só pode. Gente que é capaz de até pensar em organizar as mesas no dia em que casar, reservar um espaço com algum tempo e combinar com o mais que tudo o número de convidados. (Dava-me uma coisinha má se, às vésperas de casar, perguntasse ao meu homem "Meus convidados são x, nossos são y. E teus?" e ele me dissesse "Não sei. Fui convidando. Ponham mais água na sopa e fritem mais umas entradas. Cada um senta-se onde quer. Aquilo é relva.")
Ora, esta introdução serve para dizer que acabo de mandar um mail ao F. E que parece coisa de gente maluca. Mas não resisti a contar-vos... e a partilhar o essencial!
"Billy!
Então, homem? ... ... ...
Falei com a X. por estes dias e chegámos à conclusão que ainda não sabemos grande coisa do casamento. É verdade que me adiantaste o dia 8, mas é certo? Preciso marcar férias, pá! Entretanto, estou sem saber se é cá, se é na Madeira ou se vamos todos para uma ilha das Caraíbas comemorar contigo e com a N.. Por falar nisso, ...
Se puderes, dá ainda mais umas indicações a esta convidada desvalida: hora do evento dava jeito, por exemplo :)
Ah... e onde é que têm lista de casamento? Ou, o que é que vos faz falta e está dentro do meu orçamento? (Nada de pedir carros, apartamentos e bimbys :))
Ah... esta é que é mesmo importante: quando é a despedida de solteiro? Conta-me tudo, não me escondas nada!
Aguardo, com a agenda aberta no mês de Agosto, à espera de detalhes sobre o casamento do ano :)
Muitos beijinhos e abraços.
Mais saudades ainda!
Tudo de bom para ti e para a tua miúda,
R."
Ainda não acredito que mandei um mail destes...
*Quando conheci o F., andava o Mundo a braços com a história da Mónica e das actividades dela na Casa Branca! O petit nom deriva do facto do meu amigo ser um bocado "amigo" de ter amigas, sendo certo que eu e a X éramos mesmo, mesmo, mesmo só amigas! Conhecíamo-lo demasiado bem para um dia poder passar pela cabeça de algum sermos mais que isso :)
Fraque
Sempre me pareceu uma excelente solução. E tenho até uma certa pena de nunca lhes ter dado, pelos menos, dois certos servicinhos. A verdade é que é tudo muito lindo, mas quem prega o calote é quem, normalmente, se ri em primeiro... pelo meio do processo... e por último! Se há coisa em que não acredito neste momento é nas execuções. Sobretudo quando sei bem de mais as voltas que uma cobrança dessas pode levar. Lembro-me de, ainda estudante, passar horas numa determinada conservatória, sem encontrar nada em nome de uma determinada pessoa. Parece que alguma gente vive do ar. Exausta, saía ao fim da tarde e a família calote gozava com a minha cara: mãe e pai de ferrari, a filha de lua de mel no Dubai e o filho num veleiro com uns amigos. A Paracuca diz que compreende alguns crimes. Eu também. Não foram poucas as vezes em que achei que um balázio numa pernina podia fazer milagres nas fugas daquela família. Hoje, continuam a não ter nada. E são contumazes. É uma alegria... E a quem deverem... que espere! De facto, não podia ser advogada de gente assim. Nem juíza, que era gaja para lhes bater com a cabeça na mesa logo depois de fazerem o juramento. Cambada.
segunda-feira, 21 de junho de 2010
Mas...
Ora bem...
Hoje já não devo ter muito tempo de vos provar por A + B a minha teoria de que a realeza tá doidinha de todo. Assim, afirmo apenas que, a bem dizer, parece que cada casa real despojou o seu palácio de cortinados para embrulhar princesas e rainhas para o casamento da Vitória.
Para despertar a curiosidade, deixo-vos estes exemplos. Tudo usado na boda, ora pois! Podem ver tuditudi aqui!
Da Fly
Há jogo!
O Ronaldo está ali na TV, nas notícias da manhã, a dizer que os golos vão aparecer... Até aqui, tudo certo. Acontece que acrescenta que os golos vão aparecer hoje, amanhã ou daqui a dois anos. Ora bem... isto já me complica as contas. Que eu saiba, amanhã não há jogo. Além disso, ninguém aguenta um Mundial vuvuzeleiro durante dois anos. Assim sendo, sei lá... sugiro-vos que os golos apareçam hoje... Finalmente, remata afirmando que confia no treinador... Ainda bem que tu confias. É que eu... bem... Deus tenha mais fé na minha alma!
Quem diria?!
A comissão de inquérito ao negócio PT/TVI deu em... nada! Niente! Nicles! Aliás, minto! Pelos vistos, deu para provar os biscoitos da irmã do presidente, que admitiu ter, a dada altura, gostado do convívio!!!
domingo, 20 de junho de 2010
Grande Reportagem Sic - Sozinhos em casa
Primeiro ouvi que "quando temos mais de 40 anos, a mochila onde depositamos as coisas da vida já está demasiado cheia", que "hoje nada é profundo, tudo é chiclet, mastiga e deita fora", que "quando a pessoa já viveu tantos anos sozinha, já não faz sentido morar junto", que, quando muito, "uns fins de semana fora", que "criar intimidade dá imenso trabalho", que...
Depois, voltei ao blog da Kitty, fui ler o artigo do Público, e retive que
"Aos 63 anos, “quando já não se espera nada”, encontrou “o que faltava para passar a ter tudo” – Pilar. Jornalista, Pilar del Rio chegara de Sevilha a Lisboa para fazer o percurso de Ricardo Reis, tal como descrito magistralmente pelo escritor, em O Ano da Morte de Ricardo Reis. Nada de bizarro: na semana a seguir, uma irmã e o marido fariam o mesmo; uns dias antes, tinham-no feito uns amigos. E a peregrinação prosseguiria, durante muito tempo, no seu círculo de amigos.
E, agora sim, posso voltar a ficar sossegada. Dizem que a vida não é um filme da Disney, que não há príncipes, que... Mas o que seria de nós se acreditassemos em tudo o que nos dizem...
Assistente
Deliberado na quinta feira, foi nesse dia que eu soube... Depois de quase toda a gente e de ter ido aviar uns recados com todos os sons quebrados para o silêncio, pareceu-me estranho que houvesse tanta sangria desatada para falar comigo. Afinal, tinha acabado de sair de ao pé de toda a gente. De mau humor, contrariada, que há dias em que mais vale uma pessoa enfiar a cara numa almofada e esperar que o amanhã chegue. Então era a notícia. Oficiosa. Comemorei como devia ser. Sozinha, sentada no sofá de casa, com uma taça de nestum mel e a ver o filme da Cinderella, num VHS que me acompanha sempre. Depois dormi cedo. A bem dizer, doía-me tudo. E não realizava metade do que aquilo significava. Meio do meu mundo com mensagens e telefonemas de parabéns, e eu preocupada com a madrasta e o Lúcifer. Ainda a medo, foi oficial. Com direito a conversa institucional, entrega de documentos e assim. Pelo que, sou assistente, o que não me diz grande coisa. Mas quando decomponho isto e percebo que sou professora e que... o sou na casa onde quase moro há 11 anos, já parece que até acredito...
Como diria o meu saudoso Saramago, "sempre acabamos por chegar aonde nos esperam". (in A viagem do Elefante)
quarta-feira, 16 de junho de 2010
Amizades essenciais
Almocinho à beira rio. Sacrifício mais que grande para me ver feliz... É que bacalhau à braz com salada verde só podia ser se fosse para dois... e eu gosto tanto... e queria tanto... e ele fez-me a vontade. Trabalho dividido. Agora é cumprir a divisão. Uma hora a puxar por estas duas lindas cabecinhas e dois novos romances para explorar. No fim, já à porta, um "conta-me lá". Começou bruto que nem uma porta... Mas acabou a fazer-me mimos e a provar, com argumentos quase aceitáveis, que tudo acabará bem. Se ainda não está bem... é porque ainda não acabou. Agora vou namorar. Porque sim. Pensar de mais faz mal. E trabalhar de menos, bem... isso ainda deve fazer pior!!!
terça-feira, 15 de junho de 2010
Poema
Foi no dia em que me disse
um poema inteirinho,
sem nos desviarmos o olhar,
que eu soube melhor que nunca
o que era isso da palavra amar.
Mas não mo repetiu.
Até hoje, não mais ninguém o ouviu.
Se fosse para ser inteiro...
a pulso labaredas, sim.
Mas da vida vingou sozinho,
temendo, cada dia mais,
repetir-me um poema inteirinho.
Madura sorte de se alhear
caminho todo sem poesia
canteiro ermo da razão
morte tentada cedo ao coração.
Das brancas túlipas enjeitadas
traços largos de um sorriso
quebrado em lágrimas magoadas.
Solitária escolha de chumbo
missão rasteira de alvo ao fim
doida ponte feita névoa
do tempo que não chegou a chegar
antes de se pôr a partir.
Vontade dúbia,
essa, de me manter de pé
sem desaprender de sorrir.
"Quem faz um poema abre uma janela.
Respira, tu que estás numa cela abafada,
esse ar que entra por ela.
Por isso é que os poemas têm ritmo
- para que possas profundamente respirar.
Quem faz um poema salva um afogado."
Mário Quintana
Se eu fosse futebolista
também não me concentrava com a barulheira das vuvuzelas... Portanto, eu não vos condeno a moleza, que uma pessoa com dor de cabeça fica que só lhe apetece caminha... Mas, please, até o comentador está fartinho de vos chamar frouxos, pá! Afinal, são homens ou ratos?! Fechei eu o livro que prometi namorar hoje para ver isto?! Isto?! Mas o que é isto?! Scolari, volta, estás perdoado!!!
segunda-feira, 14 de junho de 2010
Pierre Marcolini
Frustrou-se a expectativa de tantos quantos imaginaram, junto comigo, que o blog teria leitor com poderes para mandar a crise para longe. Ainda assim, a viagem de pequena C. ao país do menino pouco púdico, que faz chichi à vista de quem passa, rendeu-me uma caixinha de chocolates Pierre Marcolini. E só isso já é maneira de me ir esquecendo da crise, pelo menos enquanto cada quadradinho derrete, calmamente, a minha vontade de emigrar.
:)
"Quantas vezes a gente, em busca da ventura,
Procede tal e qual o avozinho infeliz:
Em vão, por toda parte, os óculos procura
Tendo-os na ponta do nariz!"
Procede tal e qual o avozinho infeliz:
Em vão, por toda parte, os óculos procura
Tendo-os na ponta do nariz!"
Mário Quintana, Da felicidade
Dicionário da língua da avó
Ctofa (Ou quetofa): elemento do sexo feminino que se apresenta com dimensões muito semelhantes em termos de comprimento e largura. Popular: Mulher com tanto de alto como de largo; moça sem figura.
Contexto: Alguns anos depois de lhe ter chamado "ranhoso", avistei-o na feira de Coimbra, acompanhado de uma ctofa, que ao cabo era a mulher.
domingo, 13 de junho de 2010
sexta-feira, 11 de junho de 2010
E depois
ainda dizem que não se fazem amizades pelo blog...
Para quem ia discutir a interpretação de duas normas legais, acho que nos desviámos um bocadinho do assunto, oh P. :)
quinta-feira, 10 de junho de 2010
Tic-tac afilhada
Ela: Gosto tanto de ti.
Eu: Eu sei, Kika! E eu também gosto muito de ti.
Ela: Mas eu gosto tanto que tu podias ser azul como no Avatar que eu nem te trocava nem nada.
quarta-feira, 9 de junho de 2010
Verdades e assim assim
Gosto um bocadinho de sapatos e sandálias e botas e sapatilhas e chinelos e assim... Não sei se dá para perceber...
Nem quando for grande quero ser assim...
O último mail que enviei ao Zé, hoje à tarde, já foi lido por 11 secretários!!! Fica meio mundo a saber a vida do homem... pelo amor da Santa!
Conversas que... só comigo!
Ele: E o projecto?
Eu: Bem... ainda ando a estudar aquele tema de que já falámos. Mas... estou com um problema.
Ele: Qual?
Eu: Não consigo apaixonar-me por ele...
Ele: Como assim?
Eu: Eu preciso de estar apaixonada por um tema. Eu vou viver com ele, acordar com ele, dormir com ele, sonhar com ele nos próximos 4 anos... Preciso de gostar muito dele... para não me tornar uma pessoa infeliz. Já bem basta a pressão normal destas coisas, o desespero próprio destes momentos... Ainda não gostar do tema... Ninguém merece!
Ele: Entendo. E então, o que é que está a pensar fazer?
Eu: Vou estudar mais um bocadinho, para o conhecer melhor. Se não me apaixonar entretanto, não vale a pena. Tenho de começar a pensar em alternativas.
Ele: Pois. Estou a ver...
Ainda agora deve estar a pensar que eu não bato bem. Académico que se preze estuda de tudo, gosta de tudo, marcha tudo... Eu cá, não! Tenho de estar apaixonada! Se não, sou infeliz...
Ai, R. Maria, como anda essa cabecinha...
Estou a trabalhar ao som do Oceano Pacífico...
Eu sei, é mau... Mas ando como o tempo... melancólica :)
terça-feira, 8 de junho de 2010
Apelo!
Pessoa da Comissão Europeia que me lês e que vieste cá hoje ao estaminé às 8h02m e às 13h21m, estou que nem posso de achares que isto vale tanto a pena que até voltas. A sério. Já agora, o Luxemburgo* é lindo, sim senhor... Hei-de voltar. Quem sabe não marcamos uma bica ali na parte velha, naquela esplanadinha sobre o rio, tão bonita. Mas, enquanto esse dia não chega, e para estreitarmos este nosso laço, posso meter-te uma cunha? Posso? Eu nem sei. Vai-se a ver e és o big boss. (Olha, se sim, está descansado que não és tu o Zé que me andou a dar nos nervos!) Voltemos ao que interessa. Até fico um bocado sem jeito de te dizer estas coisas, mas já se sabe... quem não chora... Pois bem, andam para aí a dizer que vamos ter de apertar ainda mais o cinto porque é crise e o défice e mimimi... Acontece, pessoa, que a malta daqui a pouco anda a dar trabalho nos hospitais, com crises de estômago e fígado e rins e ovários e entranhas dessas, que andar assim apertado não faz bem a ninguém. E não é confortável, ainda por cima. Mesmo elegante... Bem, é sabido que tenho uma certa preferência por um aspecto mais saudável, de quem não se furta a um docinho. Portanto, nem lindo acho isso, vê lá tu. Assim sendo, a cunha era no sentido de travares os instintos assassinos dos teus colegas, para ver se o povo da ocidental praia lusitana ainda resiste mais uns anos, com saúde e assim... Se vires que te facilita o trabalho mandar ofício, avisa-me. E, sei lá, até posso protestar juntar prova documental. Mando-te os recibos de vencimento de meia dúzia de meses e os orçamentos que me fazem para T3 e aposto que tenho a malta toda do meu lado. Também te arranjo testemunhos de gente com cara de quem já viveu o suficiente para merecer algum descanso e que gasta 130% do que ganha na farmácia. Ou de casais novitos que não têm filhos porque podiam ser convidados a deixar de passar recibos verdes. Se quiseres, ainda te consigo fotos de alguns corredores de hospital, ou então às portas do Centro de Emprego. Tu é que vês o que é que precisas. Já agora, se te começarem a dizer que é tanga (tanga?! eh pá, se és o big boss, lembras-te bem da fase da tanga) porque anda tudo com uma flauta cor de laranja a pular feito maluco, esclarece que é o desespero. Dá a alguns para pirar antes do tempo. Mas ainda há esperança. A sério. Aposto que se nos deixarem soltar a barriguinha até apreciamos melhor outros instrumentos e deixamos a toleima de lado. Já sabes, vou continuar a micar as tuas visitas, ansiosa pela tua resposta. Até já te trato por tu. Não leves a mal. É a amizade a nascer...
* Para que não restem dúvidas... eu sei que a sede é em Bruxelas, mas acontece que o Statcounter dá a indicação
Commission Europeenne (147.67.241.226) [Label IP Address]
pelo que dou de barato que seja algum departamento que funcione lá... Não se ponham a insultar-me, sim?!
É tão fácil convencer-me!
Eu: Amanhã, sem falta, vou ao supermercado.
Mãe: Comprar gelados? (Quando ando ansiosa e é Verão, sou uma mulher feliz se comer um geladinho pequenino à noite, depois de jantar.)
Eu: Não. Comprar peixe.
Mãe: Tu estás bem?
Eu: Estou... Olha, agora que falaste nos gelados, vou pô-los aqui na lista :)
Poesia*
Se todo o ser ao vento abandonamos
E sem medo nem dó nos destruímos,
Se morremos em tudo o que sentimos
E podemos cantar, é porque estamos
Nus em sangue, embalando a própria dor
Em frente às madrugadas do amor.
Quando a manhã brilhar refloriremos
E a alma possuirá esse esplendor
Prometido nas formas que perdemos.
Sophia de Mello Breyner Andresen
* Há dias em que também me canso...
segunda-feira, 7 de junho de 2010
Ódios de estimação XI
Mails com correntes, em que só há garantia de acordares no dia seguinte se mandares aquilo a 1764 pessoas nos 2 minutos seguintes. Correntes que, se decides quebrá-las, oh audaz, te ditarão fraca sorte no amor e no jogo, promoverão encontros românticos com sapos que, depois do primeiro beijo, se hão-de transformar em... sapos e colar-se a ti feitos lapa até ficares verde como... os sapos e as mulheres deles. Conspirações cósmicas vertidas me power point pejados de erros ortográficos. Promessas de toda uma vida com uma perna mais curta, estrabismo incorrigível ou um tique nervoso de soluços com som. Eu sei lá, ele é com cada coisa que uma pessoa benze-se e faz, com um medo de morte de partir triste e só, a repetir incessantemente "porquê"?!
Cliquem, pela nossa saúde!
O clip mostra o pessoal do St. Vicente Medical Center (Providence, Portland, Oregon, USA) a dançar para a consciencialização do cancro da mama. Eles vão receber uma grande doação da empresa que produz as luvas cor de rosa, quando o vídeo no YouTube for visto milhões de vezes. O hospital fê-lo com pessoal do seu staff e alguns pacientes. Vai receber uma determinada quantia dependendo do número de visualizações do vídeo, quantia essa que se destina exclusivamente à obtenção de fundos para a pesquisa e tratamento do cancro da mama.
Faz tanto sentido...
Ele boicota o fim da vossa não relação!*
*Eu, se calhar, também. Mas eu, pelo menos, consigo dizer porquê!!!
A minha frase
"A mais bela peça de roupa que uma mulher pode vestir são os braços do homem que ela ama."
Yves Saint Laurent
Porque reduz a nada as pequenas futilidades em que nos detemos diariamente.
Porque acena com um momento de amor, de ternura, de paixão, de amizade, de companhia, de silêncio, de paz, de serenidade...
Porque desmonta todo o imaginário daquilo por que cada uma de nós daria a vida.
Porque, com grande simplicidade, põe cada um no seu lugar. Nunca gostei da frase "Por trás de um grande homem está sempre uma grande mulher". Prefiro acreditar que, por maior que seja o meu homem, me há-de querer ao seu lado, sempre.
Porque me dá esperança na humanidade e no futuro.
Porque acredito que num abraço assim pára o Mundo, somem-se todas as frases...
Porque sim.
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