Não precisava de passar a semana com o coração na boca à conta dos meus rapazes. Se no fim de semana tive o pai no hospital, de mão dada comigo e os olhos cheios de fragilidade, esta noite foi o meu homem a fazer-me disparar os ritmos e não pelas melhores razões, já que a passei na luta interior "aguardo serenamente, não é nada grave vs vou mas é pôr pernas ao caminho e depois logo lhe explico por que razão quebrei a promessa de não me fazer à estrada a estas lindas horas". Por mim, estava aqui deitado ao lado, que eu cá é que sei tratar do rapaz. Agora andar às noites nos hospitais e aos dias nos julgamentos é uma coisa que me anda a mexer com os nervos. Vou-me habituando a custo, que há 32 anos privo com uma alma que, que me lembre, nunca tinha ficado um dia de cama até à segunda feira da semana passada, gozando do velho e mítico argumento "eu tenho mesmo de ir trabalhar". Portanto, tal meu pai, tal pai o que escolhi para dar aos meus filhos. Este agora também faz cara feia à proposta de acalmar, porque, já que não é que tem gado para entregar, é que tem julgamentos para fazer. Eu mereço?! Valha-me o homem mano, que, em maré também pouco animada, pelo menos se tem mantido arredado das urgências hospitalares. É daddy's day e eu tenho duas prendas para dar. Uma ao meu pai e outra ao pré pai cá de casa. Não é um mercedes, que não é, mas já é qualquer coisa! Podia estar a ter uma semana mais calma, que ainda assim não me esqueceria de como são importantes as palavras kikas e mimentas aos pais. Ao meu. O meu, para mim, é dos melhores que há. E é por isso, e porque me reconheço alguma vaidade na coisa, que me permito dividi-lo apenas com o mano. E tudo porque o pai é grande. Dá para os dois. Daddy day é todos os dias. Tal como Mummy day. Tal como Love day. Tal como Family day. Gosto deles todos os dias. Todinhos. Não é só hoje.
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