Acho que não sou moça de privilégios. A bem dizer, e para ser exacta, não sou mesmo. De todo o modo, como em tudo o resto, a esta regra quase absoluta compete sua excepção. E eu tenho um privilégio. Acho que é mesmo só um, mas é dos grandes. Não cai do céu aos trambolhões, que está justificado pelo meu trabalho, mas não é uma consequência forçosa dele. Logo, é um privilégio. Assim, eu posso estacionar num dos parques da alta, junto à Universidade. Desde para aí 2007 que não sei o que é ter de me levantar de madrugada para estar a apanhar um lugar vago lá em cima. É uma coisa que me alegra os dias. Tanto, mas tanto, que sinto que se assim não fosse eu seria uma alma dada a camadões de nervos diários. Aquilo é impossível. E escusam de me vir para aqui destilar veneno a mandar-me ir a pé porque isso obriga-me a recordar-vos que sou, dizem, Dra.. Logo, como todos os seres desta espécie, eu não passo de uma pessoa relativamente burra mas que, e é o que aqui nos importa, anda sempre carregada de livros. E era isto.
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