Porque se foram somando, nesta menos de meia dúzia de dias, os mails, as sms e os telefonemas, é devida uma palavrinha. Nunca achei que se o blog é meu faço o que me apetece e ninguém tem nada com isso quem dá explicações é tótó. Não. Tanto assim que gosto das devidas palavrinhas quando os bloggers que acompanho se ausentam. Vá lá o povo entender isto, que só quem anda nestas coisas sente, os seguidores de um blog não se tornam nossos amigos, que não, nem lhes conhecemos o nome a sério as mais das vezes, mas são fontes inesgotáveis, basta quererem, de alento nos dias maus, parecem torcer para que a nossa vida dê certo e é raro o drama em que não nos passem, virtualmente, a mão pela cabeça com sussurros de vai passar, não te apoquentes. Alguns tornam-se, por isso, à distância, pessoas importantes para nós. Pois bem, esta é a minha devida palavrinha. Não há razão para se preocuparem. Fechei para balanço aqui e na vida. Consta amiúde que venho ostentando má cara, olhar cheio de desnorte e uma inquietante irritação na voz. Não me droguei, pelo que a explicação não passará por uma grandessíssima ressaca. Não. Cheguei a um espaço da vida em que nunca tinha estado, nem quando estava para acabar a faculdade e adoeci com alguma gravidade, nem de cada uma das vezes em que uma das minhas duas pessoas ascendentes esteve à beirinha de ir para não voltar. Foram horas profundamente amargas, que não quero repetir nunca mais, mas não me senti assim. Não é só cansaço físico, nem psíquico. Não é. Já deixou ambos para trás. Os tempos, desde o dia 5 de Dezembro, e não vale a pena expor aqui porque, têm sido um fardo duro de carregar. Tem-se levado. Continuar-se-á a levar. E é por isso que não há pensamentos de desisto ou dou em tola a pairarem na cabecinha de pequena R. Mas somem a isso uma semana absolutamente devastadora em termos profissionais. Uma daquelas semanas em que, na sexta feira, me senti ao ponto de desatar a berrar e a mandar tudo à merda, silenciando essa vontade e engolindo litradas de lágrimas enquanto pensava eh pá... esqueçam-se que eu existo. Desmaiem todos 15 minutos para ver se me desamparam a loja um bocadinho. Não faço mais que muita gente, mas ando a fazer mais do que a minha pessoa aguenta. E é essa a bitola para que tenho de olhar. Não se ignore uma troca de palavras bem agrestes com alguém de quem se esperava só um abraço apertadinho e silêncio. É que era isso. Um abraço apertadinho e silêncio. Mai nada. Mas não. Não foi capaz. Tudo junto, deu numa onda de tédio de tudo. De deixai-me ir. De, por amor às pessoas, descansar das pessoas. Fui votar. Não estou contente porque o PSD ganhou. Também não estou triste porque o PS perdeu. Com a licença das palavras, parece-me muito que mudam as moscas, mas o chiqueiro é o mesmo. E cada vez me desacredito mais nessa coisa de mudar o mundo. Cansei-me. Talvez, de facto, volte um dia destes. Aliás, espero muito que me apeteça. Por agora, não. Pus na agenda comprar umas sandálias da ras e nem isso me apetece, portanto... imaginem. Tenho até ao fim do mês prazos para cumprir, um dos quais acaba no dia 27 e pode definir a minha vida nos próximos 3 anos, pelo menos. Sim, tem a ver com o doutoramento. E com aquela coisa de só admitir estudar meses a fio uma coisa que me faça minimamente feliz. Tenho várias fontes intransponíveis de mau humor. Não gostava de lhes associar mais esta. Para tanto, há um pai de sapos para engolir vivo e a estrebuchar, mais uma conversa esmagadora para enfrentar. Não sei como, nem quando, mas terá de acontecer. Estou mais do que cansada. E não gostava que me guardassem com palavras ocas ou cheias de nuvens. Também é por isso que não volto agora. Mas talvez volte um dia destes. Obrigada a todos.