sexta-feira, 5 de maio de 2017

E o terço, caramba?!



A Joana Vasconcelos criou um terço para a comemoração do centenário das aparições. O terço é, na minha modesta opinião, uma ode ao mau gosto, suspenso ali numas coisas, a despropósito. Veio entretanto a público a notícia de que o terço gigante não seria inédito e que numa localidade brasileira o que mais se conhece são terços gigantes pendurados entre dois paus ou coisa que o valha. Caiu o Carmo e a Trindade. Entre acusações de plágio e uma defesa esfarrapada da artista, a coisa tem tudo para marcar a obra pela negativa. Ora bem, eu já fui ver coisas da Joana Vasconcelos e gostei. Lembro-me do sapato com panelas, por exemplo, do bule de ferro forjado ou do piano de meia cauda em croché e até, de certa maneira, do candelabro de tampões. Mas este terço é muito mau. E vem depois daquelas tiradas poéticas sobre o que a Joana levaria na mochila se fosse uma refugiada e em que a artista referiu as jóias e os cadernos e os lápis de cor... A Joana tem, numa linguagem que usamos cá por casa, virado um bocado à esquerda. Ultimamente, tem sido cada cavadela sua minhoca. O terço, enfim, vem por acréscimo. O discurso dela em Fátima é, então, a cereja no topo do bolo. E assim deixa de se apreciar uma artista. É uma pena. Passou-se. 

Sem comentários:

Enviar um comentário