sexta-feira, 29 de julho de 2016

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Tenho pena da miséria moral em que nos afundamos por inércia.

Falo disto... mas, principalmente, das reacções a isto:

UCOIMBRA ALCANÇA 1º LUGAR NO RANKING DAS PIORES CONDIÇÕES CONTRATUAIS
A desfaçatez, a falta de sentido e o completo despudor guiaram a mão do Reitor da Universidade de Coimbra para um despacho publicado recentemente, no qual a contratação de convidados é baseada em 20 horas letivas/semanais. Conforma-se o leilão por ver quem viola mais alto o Estatuto da Carreira do Docente Universitário (ECDU). O desrespeito pela lei e pelos princípios mais básicos demonstram cada vez mais a falta de vergonha de dirigentes como estes. O ministério faz de conta que não tem qualquer papel de intervenção na tutela das instituições deixando “o mercado funcionar”. As carreiras e vencimentos parecem não existir, como se estivéssemos num quadro de completa desregulação. Num governo apoiado por uma maioria de esquerda é obra!
Há propostas de contratação que já foram feitas ao abrigo deste despacho, que incluem a contratação com vencimento cortado pela metade para lecionar o dobro. Do que temos conhecimento, a primeira resposta à exploração foi um não, porque, obviamente, quem tem qualidade e dignidade não se sujeita a este tipo de contratos.
Pensarão os colegas que haverá sempre alguém que irá aceitar, mas isso diz cada vez muito sobre o sistema que temos, baseado numa orientação que assenta em sobreviver e explorar. A degradação e a desvalorização surgem em par no ensino superior, lugar que deveria privilegiar a qualificação e a valorização. O sinal que é dado pela universidade é de que os seus docentes valem pouco, o que é um sinal sobre o futuro da sua formação.
A Universidade de Coimbra alcança assim o extraordinário 1º lugar do ranking de quem contrata em piores condições. Um feito que deve encher de orgulho o colega João Gabriel. A competição era assinalável, com as ações dos colegas Ana Costa Freire (Universidade de Évora – que anteriormente ocupava a 1ª posição deste ranking), Luís Antero Reto (ISCTE-Instituto Universitário de Lisboa) e Sebastião Feyo de Azevedo (Universidade do Porto). A arte de bem prejudicar os colegas com vínculos mais frágeis obriga a atributos extraordinários na falta de sentido, desvalorização social da universidade, despudor, intriga e tentativa de incentivar os colegas a pactuar com a exploração, aptidões só ao alcance de uns poucos. Os Conselhos Gerais devem também estar orgulhosos da atuação destes reitores. Mal podemos esperar pelo discurso de reconhecimento.
Entretanto, iremos dar sequência em tribunal com a interposição de litigância total sobre esta matéria.

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