quinta-feira, 13 de novembro de 2014

December


Nunca tanto como este ano quis Dezembro. E, no entanto, nunca tanto como este ano temi Dezembro. Dia 1, pela manhã, se tudo correr como previsto, vejo-me livre deste fardo, deste peso, desta angústia permanente. Não sou ingénua ao ponto de achar que há uma vida antes e outra depois de dia 1 de Dezembro, mas sei que, por agora, preciso de abrandar, atingi há muito o limite máximo da minha energia, da minha força e da minha determinação. Somado ao medo imenso que não abranda, há um descaso com o depois e uma concentração genuína no Dezembro. Quero chegar bem a Dezembro, quero que Dezembro comece e acabe livre de sobressaltos. Só para ver se me reergo e ganho em tamanho a coragem para voltar às lutas. Tenho feito esta tese em condições pouco saudáveis. Tenho tido mil coisas mais importantes a chamarem por mim. E, nas horas vagas, lá volto eu a arrastar-me para escrever mais duas linhas. Mais que uma coisa brilhante, ambiciono qualquer coisa acabada. Um dia, quando isto acabar, conto-vos dos sobressaltos que apareceram desde Agosto, das tardes inteiras em que as lágrimas me molharam o teclado do computador e de como, mais que uma tese, este é um trabalho demasiado árduo de superação. Não porque esteja muito bem (começo a achar que, se calhar, nem está), mas porque, contra todas as expectativas, se vai fazendo. Não sei se e como hei-de pôr termo ao demónio, mas continuo focada numa verdade indesmentível: já faltou mais. 

1 comentário:

  1. Muita força nesta recta final.
    Aqui sofremos do mesmo.
    Ele que terá de terminar nos próximos dias e está também no limite.
    E eu que tenho ainda o peso até ao final de fevereiro.

    E sim depois vamos todos respirar ;)

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