Dizem os astros e adivinhadores dos ditos que 2011 será o meu ano! Não sei. Ainda lá não cheguei. Mas se for, o blog contará (quase) tudo. Se não for... também. Gosto de vos ter por cá. Feliz 2011 para todos: com a saúde, a paz, a alegria, o amor, o sucesso, a realização, o silêncio, o mimo... tudo... o tudo que merecem!
sexta-feira, 31 de dezembro de 2010
quinta-feira, 30 de dezembro de 2010
Não partas já
Não partas já. Fica até onde a noite se dobra
para o lado da cama e o silêncio recorta
as margens do tempo. É aí que os livros
começam devagar e as cores nos cegam
e as mãos fazem de norte na viagem. Parte apenas
quando a manhã se ferir nos espelhos do quarto
em estilhaços de luz; e um feixe de poeiras
rasgar as janelas como uma ave desabrida.
Alguém murmurará então o teu nome, vagamente,
como a gastar os dedos na derradeira página.
E então, sim, parte, para que outra história se
invente mais tarde, quando os pássaros gritarem
à primeira lua e os gatos se deitarem sobre
o muro, de olhos acesos, fingindo que perguntam.
para o lado da cama e o silêncio recorta
as margens do tempo. É aí que os livros
começam devagar e as cores nos cegam
e as mãos fazem de norte na viagem. Parte apenas
quando a manhã se ferir nos espelhos do quarto
em estilhaços de luz; e um feixe de poeiras
rasgar as janelas como uma ave desabrida.
Alguém murmurará então o teu nome, vagamente,
como a gastar os dedos na derradeira página.
E então, sim, parte, para que outra história se
invente mais tarde, quando os pássaros gritarem
à primeira lua e os gatos se deitarem sobre
o muro, de olhos acesos, fingindo que perguntam.
Maria do Rosário Pedreira
quarta-feira, 29 de dezembro de 2010
Pensando bem...
Pensando bem, não encontrei ainda o que procuro, embora não há muito tempo tenha acreditado que talvez isso estivesse a acontecer.
Verdades e assim assim
Dá-me nos nervos gente que só se queixa. Também me dá nos nervos gente que jura que não tem problemas e é supé feliz todos os dias.
Sugestão Reveillon
As vitórias
E pronto... a dois dias do fim do ano fico a saber que um certo e determinado artigo meu será publicado em Janeiro, máximo em Abril. Sim, C., G. e N., é esse artigo que vocês estão a pensar. Esse mesmo. Aaahhh... o doce sabor da vitória!
terça-feira, 28 de dezembro de 2010
Balanço
Em 2010:
Passei a viver sozinha;
Fui ao teatro, mas não fui ao cinema;
Abandonei definitivamente um sentimento que me consumia a paz há muito tempo;
Fui contratada pela minha casa;
Pus o dedo no nariz a uma ou duas pessoas que andavam a irritar-me solenemente;
Continuei a procurar os postos de gasolina com o senhor que atende porque continuei a não me entender com aquilo;
Ganhei a felicidade de me tornar tão, mas tão, mas tão amiga de uma pessoa que há um ano achei que, para meu bem, teria de sair da minha vida para sempre;
Comecei dois projectos profissionais que adoro;
Percebi que uso tanto vestido porque, de facto, é a peça de roupa com que me sinto mais confortável. Até mais que com jeans, às vezes;
Assumi as rédeas de um espaço muito meu;
Fui operada;
Encontrei um tema de doutoramento e tenho de começar a trabalhar nele, só não sei é quando;
Vi nascer o M., o G. e a I.;
Aproveitei Lisboa e percebi que gosto mesmo da cidade;
Fui eleita segunda melhor amiga pela afilhada kika minuin;
Li no casamento do Billy;
Arguí pela primeira vez uma tese de mestrado;
Dei início a essa grande saga que dá pelo nome de depilação definitiva;
Fui aprovada na parte curricular do doutoramento com Excelente;
Conheci o Faial e o Pico;
Voltei a São Miguel e fui pela primeira vez ao Nordeste;
Fui ao Luxemburgo;
Fiquei tão ligada às minhas duas tias mais novas que me sabe tão bem tê-las pertinho;
Vi a avó Rosa e o avô David comemorarem 60 anos de casados e darem um beijo na boca a cortar o bolo;
Vi o meu pai adoecer e melhorar;
Descobri uma ou duas lojas que me fazem perder a cabeça... por isso tenho de evitar ir lá;
Conheci a Eu;
Aprendi a acreditar que vai correr tudo bem mesmo nos momentos em que tudo corre muito mal;
Comprei livros, cds e dvds, que não sei sacar nada da net;
Reuni a X., a A. e a T. em minha casa e adorei;
Indispus-me com gente que manda muito, mas que tinha de me ver voltar a nascer para pensar poder mandar em mim;
Recusei aquilo a que chamam um convite profissional irrecusável e, contra todas as expectativas, não me arrependo;
Vi um dos mais belos por do sol de sempre, pela janela do Alfa Pendular que saiu do Oriente ao fim da tarde no dia 24 de Setembro;
Vi o G. defender a tese com 18 e isso foi um acontecimento importante não só para ele, mas também para a D., para mim e para o N. Nós sabemos bem porquê;
Ouvi o mais sincero e improvável "És a minha melhor amiga";
Conheci o R. e, apesar de tudo, isso será uma coisa boa que recordarei deste ano.
Apetites
Tenho tanta vontade de trabalhar como de cortar os pulsos. Não me apetece cortar os pulsos. Hoje não. Sujava tudo e amanhã tenho visitas.
segunda-feira, 27 de dezembro de 2010
Verdades e assim assim
Os collants de cashmere da Calzedónia são a minha mais recente paixão.
E quem rima sem querer, é amado sem saber! Revela-te, pessoa :)
Eu prometi
A minha avó teve de interromper um picô para ir à novena. Quando chegou, começou uma flor nova sem ter acabado a anterior. No fim, os pontos não davam certo e fez um remate diferente do dos outros três cantos do pano. Diz que nunca tal coisa lhe assucedera, em quase oitenta anos de picôs e centenas de panos adornados. Estava aflita e perguntava se eu não ficava triste se mo arranjasse e desse só nos Reis. Pedi que não o fizesse. Trouxe-o assim. Porque é uma Sagrada Família à nossa moda. Um Gaudí reinventado. Um pano único e com uma história. E que só acompanhará a louça das ocasiões mais especiais.
Enquanto se esperava a meia noite para cantar os parabéns ao menino Jesus e depois distribuir os presentes, viam-se álbuns de fotografias. A mais antiga, era nova lá em casa. A avó, com a parceira da comunhão. A avó conta que a cachopa há dias lha levou lá a casa. E que se prometeram que a última a morrer iria ao funeral da primeira. A proposta foi da parceira. A minha avó respondeu "Com todo o gosto!". Nós rimo-nos à gargalhada.
O meu avô desapareceu por um bocadinho. Perguntado onde se tinha enfiado, respondeu prontamente que tinha ido visitar os velhinhos ao lar. O meu avô tem 90 anos... (ahahahahahah)
O neto mais novo presente entrega os presentes e cada pessoa abre o seu, mostra-o a todos e posa para uma foto. Logo... saímos de lá já passava das duas da manhã...
Ontem a minha avó jogou bilhar com a bengala, mas acha "mais difícil do que se julga enfugar as bolas nos buracos".
É isto!
De mim, para mim
um caderno de esboços da colecção da FNAC, com ilustrações da Joana Vasconcelos, para apontar as ideias que hão-de ir surgindo para a tese (sou tão bem intencionada, meus amores)
e
uma brisa relaxante para a roupa de cama e para o corpo, da imprescindível Rituals.
Ou seja... nem vestidos, nem brincos, nem sapatos, nem nada... Uma coisa a apelar ao zen e uma aposta forte no doutoramento. Tenho tanto de começar a trabalhar a sério nele. Tanto. Talvez entre a meia noite e as seis da manhã... mas preciso mesmo. É uma resolução de Ano Novo. (Por falar nisso, tenho de começar a escrever o meu balanço 2010...)
Pessoas do meu Portugal
há tanta coisa linda que vocês podem fazer nas férias... tanta... Para quê enfiarem-se dentro de um Centro Comercial toda a tarde, com as criancinhas a fazerem birras incluindo guinchos (Homem da minha vida, promete-me que aos guinchos dos nossos filhos responderemos com uma bela de uma palmada e que ninguém vai acudir com medo do trauma do petiz, ok?! É a mãe a dizer mata e o pai a dizer esfola, va bene?! Principalmente no caso da guincharia. Poucas coisas me irritam mais que criancinhas que guincham e esperneiam perante o olhar desatento e desobrigado dos progenitores.). Eu sei que também lá fui. Mas eu levava uma lista, não ia a passeio. Queria mais era despachar-me. E só não adiei porque sou muito bem mandada e a minha mãe queria, porque queria, aproveitar promoções para reabastecer o guarda roupa do seu mainovo. Convém não esquecer que o rapaz ainda não é maior e já vai no metro e oitenta e sete. Volta não volta o 43 aperta-lhe no dedo grande do pé. E por aí fora. É um moço, nas palavras da tia mais nova, maciço. Eu só acho que ele pesa chumbo. Principalmente quando lhe dá para se sentar ao meu colo como quando era bebé. Pois... mas agora sem a parte de ser bebé. Portanto, esvasiei boa parte das estantes da Pepe Jeans (fui eu) e corri capelinhas Sacoor pela cidade em busca do lindo casaco em aproximações escocesas. Nada. Niente. Rien. A crise, a crise... e vamos à procura do dito no primeiro dia de promoções e já não há. Bolas. Timberland?! Pronto... volto lá um dia destes. A fila chegava quase à escada rolante e eu sou uma pessoa impaciente. Valeu. A sério. Mas fica a próxima. Se já não houver as que ele quer, haverá outras... mas eu não me podia dar ao luxo de ficar toda a tarde à espera de vez. Sou uma pessoa que trabalha nas férias. É a velha questão do trabalho invisível... Agora vocês, a sério, que passeavam calmamente e analisavam tudo ao pormenor em cada montra mesmo que nem estivessem tentados a entrar, vocês pareceram-me a imagem do profundo e invejável relax de férias. Portanto, ouçam-me... e não fiquem entre quatro paredes, com barulho, atropelos e guincharias. Vão por mim. Há mais mundo fora dos Centros Comerciais.
O meu vizinho
O meu vizinho toca piano. Não sei se fala francês. Mas toca piano. Maravilhosamente. Está nisto há uma hora. E eu estou quase apaixonada. Eu não conheço este vizinho... mas começo a achar que me se me vai estragar um electrodoméstico não tarda nada.
domingo, 26 de dezembro de 2010
História de um pano com uma flor sem uma pétala e de uma senhora que era grega
Conto tudo um dia destes.
Por agora... huuummm... ainda é Natal...
Ah... e a minha avó é a mais melhor do mundo.
sexta-feira, 24 de dezembro de 2010
quinta-feira, 23 de dezembro de 2010
Oh pá... blog da semana...
Tenho uma seguidora que até me elege o poraquipasseieu blog da semana. Estou que nem posso, miúda... Merci pela consideração, minha Daniela :)
A menina ficará bem contentinha
Prelúdio de Natal
Tudo principiava
pela cúmplice neblina
que vinha perfumada
de lenha e tangerinas
Só depois se rasgava
a primeira cortina
E dispersa e dourada
no palco das vitrinas
a festa começava
entre odor a resina
e gosto a noz-moscada
e vozes femininas
A cidade ficava
sob a luz vespertina
pelas montras cercada
de paisagens alpinas
David Mourão-Ferreira
Gostava de um dia passar o Natal num país com neve. Uma lareira acesa numa cabana de madeira. Uma manta de xadrez escocês em soalho antigo. Sons natalícios vindos de uma grafonola. Vinho tinto (acho que fica bem... Eu não bebia, mas pronto... apreciava :)). Bacalhau (há coisas que não mudam) e frutos secos. Casacos quentes. Lãs. Perfumes de gente. Silêncio. Lume. Já disse lume?! Paz. Natal.
O meu melhor presente
Abrir o e-mail e perceber que, para além de ele se ter lembrado, se lembra sempre. As amizades que resistem às distâncias, aos meses a fio sem se ouvir a voz do outro, às novidades relatadas em catadupa em telefonemas de horas, são as que nos mostram que, num dia qualquer, do ano de 2003, no Corso Garibaldi da minha Pavia, a pessoa que eu conhecia seria, para sempre, uma das minhas pessoas. O Bruno é um biólogo brilhante. Faz neste momento um pós doutoramento que só pode ter tanto sucesso como tudo o que já fez e tudo o que ainda fará. Não falamos há um ano. E hoje, para lá das novidades, dos parabéns, do penso tanto em ti, recebi a tese dele, com destaque para uma linha dos agradecimentos. Conhece-me bem. Não ignorou que melhor seria certificar-se que eu acreditaria mesmo que aquela era eu. Não sei como... sei que os melhores amigos sabem sempre mostrar-nos que o melhor ainda está para vir.
"Thanks Ritinha for giving me, even without knowing,
the strength to face daily life."
quarta-feira, 22 de dezembro de 2010
Foi piada, concerteza!
Amanhã de manhã faço análises. Hoje, quando liguei para o laboratório para marcar, a senhora que me atendeu interrompeu a nossa conversa com um gritinho, seguido de um "Ai desculpe, mas acaba de desmaiar mais uma... Isto hoje..." Valhamejesuscristinho.
Sem abrigo
Tenho a curiosidade mórbida de saber de onde vieram, como viveram, quem amaram, o que sonharam. Não se nasce sem abrigo. Em Coimbra, não são frequentes. Conheci bem uma deles, nas lides das oficiosas enquanto estagiária. Aprendi com ela truques úteis de sobrevivência a que nunca recorri. Era mais nova que eu um ano. Tinha tido coragem suficiente para entreter meia dúzia dos seus muitos anos de vida má com um ou dois dias a sonhar. Porque não conhecer uma coisa não deve inibir-nos de a desejar profundamente, se acreditarmos que é por aí, que tem sentido. A minha I. passou por todas as fomes, as do corpo e as do espírito, prostituiu-se, drogou-se, automutilou-se e quis, mesmo a sério, acabar consigo. A minha I. acreditou uma vez no amor, ávida de paz, e foi deixada sozinha no quarto de um motel bem rasca. Disse-me que, apesar de tudo, ele lhe tinha mostrado o que era a felicidade. E eu acredito. A felicidade são momentos, segundos, sensações. E eu acredito que, numa sensação de um qualquer segundo perdido naquela noite feita de momentos, ela lhe tenha tocado - a felicidade. Mas voltemos aos sem abrigo... Nas caminhadas nocturnas pela capital temos visto tantos que dá dores de alma. À porta das melhores lojas da Avenida da Liberdade, amontoados de cartão e mantas, sombras esquálidas de homens e mulheres que já não são. Fede a urina de cão e pessoa ali à volta. Há restos de pão e massa em embrulhos consumidos pelo lixo. O murro mais duro no estômago não é o frio que passam, a fome que enganam, a sede que a chuva mata, a ressaca ou a sucessão de furos nos braços, nas pernas, nos sexos. O murro mais duro no estômago é feito de presente e futuro amordaçados pelo passado que os condenou a deixarem de Ser. Um país mede-se mais pela miséria que os seus passeios acolhe que pela altura dos seus edifícios envidraçados.
terça-feira, 21 de dezembro de 2010
Gostava tanto de...
até 31 de Dezembro conseguir pegar, nem que fosse uma horinha, num livrinho de penal, como quem trabalha para um doutoramento...
Antes disso, bem...
Fazer um exame para o módulo que dei na Pós da Medicina;
Fazer duas frequências (1.ª e 2.ª turma) para os meus meninos da casa que não era a minha, mas que depois também começou a ser;
Fazer o exame da época normal e o de recurso para a cadeira de que sou manda-chuva;
Preparar as duas aulas de casos práticos, de maneira a meter, em cada um deles, toda a matéria que demos (!!!);
Fazer a minha bolsa de perguntas de orais de melhoria para a cadeira em que estou emprestada (já me dói a cabeça só de pensar nisso...);
Começar a preparar as aulas do segundo semestre daquela matéria que me dá a volta ao estômago e onde estou apenas porque ou é isso ou não é nada... (o que uma pessoa faz por um objectivo...);
Preparar as duas aulas da Pós do Centro;
Começar o relatório das audições;
Escrever um capítulo de uma coisa que eu cá sei.
Pequena R. mimada que dói
Para além de todos os telefonemas, postais, mails e sms, de que destaco, mesmo, a tua, oh minha Guilhim da vida, fazer anos, ao que parece, dá direito a presentes... A saber, porque os amei taaaaaanto: um vaso com uma das minhas flores preferidas: amores-perfeitos e uns brincos lindos, lindos, lindos de cristal (paps, mum and kiko maravilha); um colar da colecção de ballet das Néréides e uma bolsinha da Nice Things (C.); uns brincos em coração que são a minha cara (P.); Maria Bethânia ao vivo - Amor, Festa, Devoção (N.); o conjunto de café da Vista Alegre inspirado nas estações do ano (G.); um kit de chá; seis toalhas de mãos, individuais (venham as festas); uma agenda personalizada; duas pregadeiras; uma pulseira com matrioskas; um gancho para domar estes caracóis teimosos; um estojo de maquilhagem; um lenço; um voucher massagem; uma pulseira/colar da pandora.
Já para o Natal... que também é época:
- Um vestido, um casaco e um lenço da Nice Things (paps, mum and kiko maravilha);
- Um spa caseiro da Rituals... Haja tempo para banhos de imersão e coisas que tais que o material já cá está todo (C.);
- Uma caneca de chá tão foffi e um conjunto de enfeites para a árvore com soldadinhos Quebra- Nozes (P.);
- A poesia de Pessoa dita pelo Sinde Filipe e com música do Laurent Filipe... Andava a namorar isto há tanto tempo... (N.);
- Uma Momiji Doll, com uma mensagem tão kika... (G.);
- Umas argolas de guardanapo;
- Uma lata tãããooo gira para os pacotes de açúcar;
- Uma agenda (perpétua) da Peregrinação, do Fernão Mendes Pinto... Amei!
- Um boneco de neve articulado e que está pendurado na porta da cozinha.
- Uma pregadeira tãããooo menina...
- Um cachecol;
- Uns brincos a atirar para o verde;
- Um porta moedas tão foffi;
- Dois pares de meias de dormir;
- Um doce de mirtilo;
- Um pano para tapar o jarro da água, bordado pela S.;
- Um perfume e um verniz (tia mais nova);
- Dois colares;
- Um bloco de notas personalizado;
- Um porta cartões com um bordado que diz "xi coração" (afilhada mais crescida);
- Uns incensos tão cheirosos;
- 2 panos da cozinha com picô feito pela avó;
- €€€
- Chocolates (help!!!)
- Um presépio... oh... um presépio... Tão lindinho o meu presépio... (minha S.)
Nota: Listas em constante actualização... claro está. A identificação dos amigos mãos largas só tem sentido quando são aqueles de que vou falando aqui ou que comentam, ou que, pronto, também já são aqui da casa blogosférica. Os outros são também amigos, mas dos que não se metem nestas alhadas...
As festas
enchem as casas. Mesmo que as festas sejam um chá de Natal e pouco mais. As festas fazem-se porque há dias em que precisamos de ter pelo menos alguns amigos por perto. As festas são histórias de gente. E as festas são também o que distingue uma casa de um lar. As festas não precisam de ser FESTAS. Para ser uma festa, basta que se reúnam uma dúzia de amigos, um bolo e duas velas, pelo menos duas variedades de chá quentinho, um Porto à maneira e qualquer coisa fresca, scones da Almedina, doces vários, velinhas e vontade. São assim... as melhores festas.
segunda-feira, 20 de dezembro de 2010
domingo, 19 de dezembro de 2010
Do amor para sempre... sempre... sempre
Contigo aprendi coisas tão simples como
a forma de convívio com o meu cabelo ralo
e a diversa cor que há nos olhos das pessoas
Só tu me acompanhaste súbitos momentos
quando tudo ruía ao meu redor
e me sentia só e no cabo do mundo
Contigo fui cruel no dia a dia
mais que mulher tu és já a minha única viúva
Não posso dar-te mais do te dou
este molhado olhar de homem que morre
e se comove ao ver-te assim presente tão subitamente
Ruy Belo
A baixa
está doente, depressiva, enferrujada, poeirenta, fria, desconfortável. Tirando isso, a baixa está na mesma. A montra da Materna dá vontade de ter bebés, o som impecável da viola em frente às escadas para o arco, a senhora das castanhas em frente a Santa Cruz, a feira de velharias na Praça Velha, as rabanadas do Nicola... Esquecendo o facto de a baixa estar doente, depressiva, enferrujada, poeirenta, fria e desconfortável, a casa azul com frente para a Visconde da Luz e traseiras para a Praça podia bem ser a minha casa de sonho. Está maravilhosa. Amei.
sábado, 18 de dezembro de 2010
Coisa mais foffiii de todos os tempos
A flor que plantei há meses, ou melhor, que definhou e que eu tentei recuperar mudando de vaso, mudando de terra e fazendo-lhe mimos e confidências, como que a dizer-lhe "fazes-me falta", abriu uma flor branca nestes dois dias em que estive fora. Hoje, quando acendi a luz da sala, cá estava ela. Um dia ainda planto um jardim, minhas pessoas, com pelo menos uma árvore que há-de vingar. E, a seguir, estendo lá uma manta debaixo e faço um filho. Fim.
Clic off
Cuspir para o chão.
Sim, homem bem apessoado, trajando fato de bom corte e com uma gravata impecável, que estavas hoje a sair da Prada com dois sacos na mão. Se és giro? Tens pinta! Se és rico? Ou isso ou roubaste e não foste apanhado. Se isso chega? Não faças perguntas sem sentido. Não, não chega. Tu cuspiste para o chão.
Sonhos
Pequena R. e G. em despedida da capital, passos largos na descida da Sé.
G.: Linda, aquela confeitaria tem sonhos, mas não são a sério!
Pequena R.: Como assim? Não são dos cor de rosa?
G.: Oh... não... Não é isso. Não são dos nossos. São de abóbora.
Oh, gente estranha... Isso não são sonhos, pessoas de Lisboa. Isso são filhós...
sexta-feira, 17 de dezembro de 2010
Pequena R. e seu fiel companheiro
Saímos do hotel, descemos a Avenida da Liberdade, demos uma volta ao Rossio, subimos ao Chiado, parámos a jogar conversa fora numa esquina, quando estávamos a enregelar decidimos voltar ao hotel fazendo o mesmo trajecto e descer às galerias, daí ao Rossio, subir a Avenida e, já mais quentinhos, ir dormir cedo. Um frio de morrer, saltinhos enquanto, sem andamento, via as montras, que isto de trajar de vestido e singelos collants tem o que se lhe diga, luvas, golas dos casacos levantadas, chapéus enterrados nas orelhas e cachecóis a tapar os narizes quando, enfim... não... não resistimos e... paramos na Santini para comer um geladinho... em Dezembro!!!
quinta-feira, 16 de dezembro de 2010
Ficas comigo para sempre, ficas, ficas, ficas?! Siiim, ficas?!
Mesmo não sabendo muitas vezes se a resposta mais bonita será a mais verdadeira, sinto falta desta pergunta. Ainda que implícita, reparem. Um meio termo entre o "tanto mel que até escorre" e o "nós não somos um, somos um mais um". Sinto falta. Percebi hoje. Quando passei há pouco no Rossio e vi um carrocel no meio das luzes do Natal e meia dúzia de famílias de luvas mas mãos dadas. Quis, nesse exacto momento, poder contar a alguém exactamente isso. Que o sonho da vida pode passar por um carrocel envolto em luzes e brilhos, luvas, sopros de ar quente a formar nuvens no frio, mãos dadas. Apeteceu-me ter no número rápido do telemóvel a segurança de uma voz feliz por me ouvir. Rendi-me à evidência de que teria gostado muito de desbobinar, com pormenores, os desenhos que as luzes fazem ali ou na fachada do Teatro Nacional. Gosto de estar apaixonada. Com todos os riscos, com todos os medos, com todas as fragilidades, gosto. Gosto de estar presente... e de ter alguém presente. Gosto. Por isso... enfim, não concordo nada que antes o vazio que a dor. Se dói, se dói muito, ainda assim, terá valido a pena. Bem se vê que a quente só nos lembramos de praguejar contra a maldita hora em que deixámos o coração cair naquela rede. Mas isso são desabafos. Teorias de vão de escada. No fundo, no fundo, temos todos, pelo menos os romântiqueiros incorrigíveis, queda para o melodrama, para as grandes histórias, para as paixões mais avassaladoras... Claro que a coisa piora no caso do amor sereno, calmo, a que só o tempo dá guarida. Isso é outra história. Isso dói mais que muito. Isso arranca bocados de alma. Portanto, aí, cautelas e canja de galinha. Não que taxativamente afaste a doçura dos primeiros momentos pelo amargo de boca dos longos dias e noites dos finais inevitáveis. Mas não é a mesma coisa. Agora uma paixão, dessas de fazer chorar as pedras da calçada, uma fábula de "e viveremos felizes para sempre enquanto durar", isso sim. Porque faz bem a tudo. Até à pele, deduzo. Sorrimos mais... somos mais felizes. Assim sendo, mesmo não sabendo se ficaria contigo para sempre, oh pessoa que para aí andas não sei onde, hoje, confesso, fez-me falta um ouvido do outro lado. Preferencialmente, bem acompanhado por um coração que, não disparando, ao menos acelerasse do lado de lá.
quarta-feira, 15 de dezembro de 2010
Pois, é verdade... eu querer até queria... mas...
Eu querer até queria... Escrever um texto onde desbobinasse as preocupações presentes... Mas não sei por onde começar... E tenho de passar a ferro e acabar de fazer o troley para abalar mais dois dias para a capital. Eu, assim querer, queria... que acho que até podia dar-se o caso de sair alguma coisinha com piada... mas agora não me está a ocorrer nadinha. Ainda assim, se me dedicasse a escrever o desabafo das comiserações rascas do quotidiano recente, importante, importante, era não esquecer de mencionar, pelo menos, as palavras: pílula, cabelos brancos, aluno giro, dor de costas, borbulhas, greve de chocolate, suspiro, adolescência tardia, amor da vida, bolas, ganas, até ver, eu decido, calores e ai, ai...
P.S. Se não tiverem mais nada que fazer e quiserem treinar para os desafios da Pipoca, podem tentar vocês construir um texto lógico com aquelas palavrinhas e onde procuram relatar o estado de Pequena R. Não tenho viagens para oferecer, nem máquinas de café, nem trapinhos da moda, nem nada, mas sempre vos posso convidar para ir à bica, ou assim, pedir conselhos de correctores de olheiras e por aí fora. Podemos ser amigos, vá... é isso que eu quero dizer!
Clic off
Gente complicada. É isso e gente estranha. Coisa tipo "ora agora chega-te a mim, ora agora arreda-te lá para trás".
Verdades e assim assim
A Nice Things tem tudo giro. Tudo.
Os vestidos, as saias, as lãs, os colares, os acessórios de cabelo, as carteiras, os cintos, os lenços, os mimos... Tudo.
Os válidos
Os válidos são válidos porque sim. Mistérios insondáveis. Os válidos caíram em graça, muito embora raramente sejam engraçados. Os válidos bajulam e armam-se ao pingarelho dia sim, dia também. Os válidos fazem de conta que são íntimos de toda a gente, sobretudo de toda a gente que está acima deles na hierarquia. Os válidos têm sempre uma prima de uma amiga de uma tia da vizinha ou o raio que os parta a todos que conheceu o chefe em bebé ou, no máximo, na idade escolar. Portanto, os válidos falam do antigamente como se lá tivessem vivido. Os válidos normalmente querem ser finos, mas acontece amiúde que metem o pé na argola, dizendo pronto em reuniões formais, tratando por tu pessoas que nunca viram ou, no extremo oposto, por você colegas de curso que em tempos encontravam no buraco negro e uma ou duas vezes tiveram a almoçar na mesma mesa dos grelhados. Os válidos fazem questão de dizer que não marram, que a sua brilhante carreira académica se deve a... pois... não dizem. À luz que baixa nuns e abandona outros, digo eu. Os válidos usam por vezes nomes profissionais onde mais parece que alugaram apelidos a toda a gente lá da rua em que moram. Os válidos nunca querem fazer trabalhos chatos. Porque os válidos, ora bolas, são válidos. Os válidos mandam. Acontece que, quase sempre, os válidos mandam mal. Porque, lá dizia a minha avó de baixo, só sabe mandar quem sabe fazer. Os válidos gostam mesmo é de supervisionar e, preferencialmente, pôr o nome no trabalho que os supervisionados produzam. Os válidos nunca elogiam ninguém. Ou melhor, às vezes elogiam, mas com ar de gozo, o que faz crescer no destinatário do elogio ganas fortíssimas de ir às trombas do válido. Mas não, porque o válido é o válido e o válido dá ares de poder lixar a vida ao que não é válido com um estalar de dedos. O válido nunca está bem com a roupa que tem, quer sempre mais. Mas o válido nunca fala claro. O válido manda recado, insinua, dá chás, manda bocas. Apetece muito bater com a cara do válido no asfalto quando o válido, vê-se mesmo, está a mandar para o ar, com um sorriso, verdadeiras bombas contra o não válido. O que o válido diz, quase sempre, é lei. O válido nunca falha. Quando muito, o válido anda cansado e não houve sensibilidade para se perceber que se andava a exigir demais do válido. Mas um dia, o válido apanha o não válido em dia não, com a mosca, vá, e ouve tudo o que quer e tudo o que não quer. Um dia, o válido só não tem de andar a apanhar dentinhos branco reluzente do chão porque o não válido nem está para se abalar a mandar-lhe um murro. Porque um dia o não válido farta-se, cansa-se. Um dia o não válido define as regras. Não define todas de uma vez, que ninguém tem tamanha desfaçatez, mas vai definindo o essencial. Um dia o não válido diz que ou é assim ou então vão todos à merda. E, nesse dia, normalmente, o válido enfia o rabinho entre as pernas e vai à vida dele, sob pena de ter de começar a vergar a mola e se descobrir que, afinal, o válido era um mito.
Desafio-te
a ti, pessoa que cá vem só porque sim, porque calhou, porque me conhece é é um dos meus essenciais da vida, porque não tinha mais o que fazer, porque te disseram que aqui se davam chuchas ou porque... a responderes ao desafio: O que é o amor?
Calhou, por acaso, de ver este post da Daniela e lembrar-me de um mail de há uns anos. Em síntese, antes de ter um blog, tinha o hábito irritante de, de quando em vez, mandar mails com desabafos para os amigos. No fundo, sempre me fez confusão perder o rasto às minhas pessoas só porque quilómetros físicos, reais se impunham. A conversa por telefone, a sms, a visita espaçada, e a carta mais ansiada não substituíam ainda a solidez do gesto de dizer "vou ter contigo ao café", "abre a porta que estou em frente à tua casa e não saio daqui sem me contares o que se passa" and so on. Portanto, tudo vale, sempre, para que os meus amigos não me percam, não deixem de saber de mim, não ignorem se estou viva ou nem por isso. O e-mail é só mais um meio para esse fim. O blog, outro, mas que acabou por assumir muito o papel desse registo par e passo dos grandes momentos da minha vida, ou, pelo menos, dos que podem tornar-se públicos.
Transcrevo, abaixo, uma parte de um desses e-mails antigos, em que, afinal, não peço conselho, não avanço respostas a uma consulta sentimental em atraso, não deito apenas conversa fora... Partilho e comento coisas da vida, como teria feito, certamente, naquele dia, se à volta de uma mesa ou num banco de jardim um amigo me tivesse dito "Então e mais? Não tens mais nada para me contar?"
Sem mais delongas, a pergunta que se impõe, a discussão que se espera, parte disto: Para ti, o que é o amor, afinal?!
No dia dos namorados, a minha mãe pediu aos alunos que fizessem um texto com o título 'O que é o Amor?'...
Nesse mesmo dia dos namorados já a minha gripe dava sinais de me querer vencer e já a minha voz começava a ter este tom ultra-sexy que oscila entre o silêncio segredante e uns gemidos a meio das palavras... uma coisa que treinada para teatro não daria tão certo... (Sim... continuo afónica... Quando me ligam... escusam de gritar 'não te ouço' porque isso não vai ajudar em nada... Nem eu me ouço!)
Mas continuando... cheguei eu a casa depois daquele dia dos namorados partilhado ardentemente com o termómetro e com a promiscuidade de me entregar alternadamente a ben-u-rons e brufens... e dei de caras com a minha mãe, instalada no seu puff (quem conhece a casa e convive com a famelga... sabe a famosa história do puff azul), à lareira, com uma molhada de folhas pautadas, A4, na mão, a dizer 'Lê isto e vê se não ficas já com outra cara...'
E eu li... e confesso que fiquei mesmo mais bem disposta...
Acedeu a que eu levasse as obras literárias para partilhar ontem com os mais íntimos... mas a verdade é que entretanto a gripe não me deixou esquecer que o amor pode ser o amor à vida e que era melhor ficar por casa...
Ora bem... porque agora continuo com aquela voz sexy que vos descrevi... não vale a pena levar as obras para vos ler... embora possa levá-las para vos mostrar os desenhos ... lindos também eles...
E então... decidi partilhar convosco algumas das ideias geniais dos alunos da minha mãe sobre 'o que é o amor'...
Têm a inocência das crianças misturada com o que pode ser o profundo conhecimento do que deve ser o verdadeiro amor.
Senão, vejam lá:
'O amor é uma pessoa ficar muito apaixonada e conseguir perdoar.'
'O amor é felicidade, é alegria. No amor só não há tristeza, mas há muita, muita coisa.
Eu já amei duas pessoas da minha família.
Primeiro foi a minha prima Érica.
A outra foi a minha prima Sofia.
Mas a irmã da minha prima Sofia, que é a Daniela, gosta de mim e eu sei isso porque ela nunca pára de andar atrás de mim.
Só que eu amo outra pessoa mas não quero dizer.'
'O amor é uma coisa muito bonita. As pessoas apaixonam-se, casam-se e têm filhos.'
'O amor é quando uma pessoa está triste, chegar e fazer-lhe carinhos.'
'O amor é bom. Andam abraçados uns aos outros e dão beijinhos e abraços. E muito mais à frente casam-se.'
'Eu gosto do amor, mas às vezes passamos por partes difíceis. Mas mesmo assim as pessoas gostam de amar.'
'O amor é quando uma pessoa gosta de outra pessoa. Eu tenho um namorado que se chama Rafael e ele é surdo e eu tenho muita pena dele. Ele vai todos os domingos à missa para tirar o problema que ele tem. Ele não faz quase nenhum disparate porque ele é muito querido.
Nós namoramos desde que nós nascemos e fomos para a creche. Sempre namorámos.'
'O amor é namorar com um rapaz ou uma rapariga. O meu namorado é o Gabriel. Ele é muito simpático, mas às vezes é terrível e mal educado mas eu mesmo assim gosto dele.'
'O amor é muito bom e pode ser de muitas maneiras. Por exemplo, eu tenho muito amor pelos meus pais, depois também há o amor pelos amigos, primos, irmãos, padrinhos, tios, filhos, mas o mais associado a amor é o amor dos namorados. E esse amor dá tanto calor.'
'O amor é dar flores e dar beijinhos e levar ao cinema. O amor é fazer sacrifícios pela namorada e não chatear a cabeça.
O amor é de pequeninos para aí até aos 60 anos. Os pequeninos começam a conhecer-se e a partir dos 5 anos namoram até aos 20. E para aí aos 20 começam a ter filhos. Quando fazem muita idade já é mais raro fazerem filhos, mas são avós. Só que já não dão tantos beijos.'
'O amor é uma preciosidade para os que já têm namorado e o namorado pode dar um anel ou um ramo de flores e pode pedir em casamento e podem ir viver na mesma casa.'
(Excertos dos textos da Sofia, do Gonçalo, da Andreia, do Leonardo, da Tânia, do Gabriel, da Margarida, da Beatriz, da Catarina, do José e da Filipa, com idades entre os 6 e os 10 anos)
terça-feira, 14 de dezembro de 2010
Sabes o que me apeteceu hoje?
Abraçar-te com força, assim como quem quer colar-se ao outro... Tentar sentir o compasso do teu coração dentro do meu peito. Mais ou menos isso, estás a ver como é?! Apeteceu-me. E ficar assim, sem medo que o coração me saísse pela boca ou que me suassem as mãos em bica ou que os joelhos desfalecessem. Assim. E dizer-te: gosto tanto de ti. Tanto. Assim, sem tirar nem por. Mas talvez ainda não estejas preparado para perceber que isso, isso não tem mais nenhuma leitura. Só essa. Mesmo. Tanto que eu gosto de ti. Tanto. Tanto que eu fico feliz por gostar assim de ti. Por ter sido capaz. Por não nos termos perdido. Tanto.
segunda-feira, 13 de dezembro de 2010
domingo, 12 de dezembro de 2010
Vó
Anda numa azáfama de panos e linhas e feitios de picôs porque decidiu que, este Natal, cada neta terá direito a dois panos. Já sei como são os meus. Um azul e amarelo, que dá com a minha cozinha, e um cor de rosa, que dá com o meu regador. Tão foffi...
Tic tac
Depois de ter ajudado, pelo telefone, a kika minuin a fazer a composição "Se pudesses encontrar o Menino Jesus, que presentes de Natal lhe levarias?", vou continuar a preparar aulas...
sábado, 11 de dezembro de 2010
Dona H. e o drama da falta de árvore de natal de Pequena R.
Dona H. é, nada mais, nada menos, que a auxiliar da escola da minha mãe. Gosta de mim, engraçou com a pessoa, acha que eu sou tão novinha e já tão encaminhadinha, aprecia que não me pinte muito, mas as cores garridas nas unhas dão-me um ar muito alegre, ainda mais o rosa tira-olhos. Enfim, Dona H. é uma simpática. Ora, Dona H. soube que Pequena R. não tem árvore de natal em Coimbra e, como se diz na minha terra, não pode tal levar a cabo. Mais ainda quando verifica que só lá na escola enfeitaram quatro árvores. Portanto, Dona H. teve uma ideia: pegava-se numa árvore já enfeitada e tudo para a cachopa nem ter apoquentações, metia-se na mala de um carro, e aparecia-se em casa de Pequena R. já com a árvore feita. E convencer Dona H. a esquecer isso?! Deixe lá... Tenho uma grinalda de luzes e um pai natal e um presépio (sem musgo?! inaceitável) e velas e coisas de natal... Não sei. Por enquanto, a coisa acalmou.
Versão caniche
Quanto mais tempo passa, mais encaracolado fica o meu cabelo. Tanto. Uma coisa aflitiva. Pensar que durante anos ou andava preso ou andava esticado... Ele há com cada mania. Ontem, no meio do emaranhado de caracóis, ainda podia ver-se uma fita com um lacinho de lado. Ando, à beira dos 30, a assumir os penteados que não quis aceitar aos 12. E gosto. O pior é que gosto. Mais que do look tudo no sítio, aprecio agora esta salganhada sem ponta por onde se lhe pegue e ondas e caracóis. M-E-D-O!
Politiquices e politiqueiros
Ontem à noite estive numa cerimónia de entrega de um prémio literário infantil internacional. Os políticos presentes conseguiram fazer, ainda assim, um discurso onde a grande frase foi "cumprir Portugal", com breves e desmaiadas nuances a propósito disso da literatura, da poesia, da cultura, da infância, dos hábitos de leitura, etc. Não há pachorra.
Concerto de natal
Durante anos lamentei que não me associasse ao convite para o concerto de natal. Ontem, discretamente, já noite, um "gostava que fosses comigo ao concerto de natal". E, pela primeira vez, não fez sentido. Ou melhor, não fez o mesmo sentido de outros tempos. "Bolas. Ainda não é desta que vamos juntos. Tenho um jantar. Diverte-te. Beijos e xis." Tudo tão verdade como a verdade do jantar. Não é desculpa de quem foge com medo de recaídas. Tenho mesmo. Hoje. Na cidade da fotografia. Um jantar só de meninas. Num sítio da moda. Pois. E se tenho pena de não ir ao concerto? Tenho. Mas com a naturalidade de quem sabe que não pode ter tudo. E que também teria pena de não ir ao jantar. Assim, tão simplesmente. Porque, enfim, o tempo é um escultor de sentimentos. Sempre.
sexta-feira, 10 de dezembro de 2010
Pois, pois...
Enquanto preparo as seis horas de aula de segunda feira à tarde, à custa do som aqui na sala, já dei por mim a "botar sotaque de nuestros hermanos" na matéria da vigência das disposições normativas.
Quando acabar, não esquecer de rever se está tudo a bater certo ou há discursos descontinuados com tiradas out.
Shame on me... ou não!
Estou latina que dói. Se quem canta seus males espanta, estamos a dar início a uma grande época. Não ter alinhado pela sonoridade pimba é uma grande sorte. Mas estou latina que dói. Espanholada desde manhã cedo. E brasileiro. Mas mais espanholada, sem dúvida. Há horas em que é tão bom viver sozinha num prédio onde não se conhece metade da gente (e se tem fé que a outra metade já tenha saído para ir trabalhar)!
Cinema em casa
Pela primeira vez desde a promessa, dei-me uma noite de quinta de cinema em casa.
Vamos ver se da próxima vez me lembro de ver antes uma comédia. Comédia mesmo. Nem comédia romântica, pelas alminhas. É cada banho de lágrimas... sempre que ouço o coração em vez da razão na hora da escolha.
Enfim...
"Se a vida te dá limões, podes escolher: ou fazes uma cara amarga ou... fazes limonada."
quinta-feira, 9 de dezembro de 2010
...
Quantas vezes a memória
Para fingir que inda é gente,
Nos conta uma grande história
Em que ninguém está presente.
Fernando Pessoa
quarta-feira, 8 de dezembro de 2010
Já não me lembrava
de como ficam as camisas secas na máquina. Quando, há minutos, a abri e vi aqueles rodilhos brancos... percebi que é bem possível que amanhã demore tanto tempo a passar cada camisa como, em condições normais, se demora a passar uma máquina de roupa. Ainda assim, não, não prefiro o Verão. Eu gosto do Inverno.
Importante
- Falta-me apenas comprar um presente;
- Preciso de embrulhar dois presentes que vieram singelos da loja;
- Não vou fazer árvore de Natal;
- Pena, pena, tenho de não ter luzes aqui na sala, mais que de não ter árvore;
- Valem-me as velas que acendo a toda a hora;
- Ainda não encontrei A coroa;
- Estou a ponderar seguir o conselho da Raquel, mas não sei se não vou só estragar materiais, além de que ainda não decidi que materiais usar;
- Vai correr tudo bem! MESMO!!!
Adenda: Vou só mesmo comprar a grinalda com os flocos de neve e uma flor do Natal. Mais nadinha. Finito.
Paixão antiga
Há seis anos que não falávamos. Que não dirigíamos palavra um ao outro. Lembro-me de dois ou três acenos de passadeira, lados opostos de passeio, varandas bem altas. Pouco mais. Nem sei se alguma coisa mais. Ontem, tocou-me no ombro. Quando me virei, olhava-me como se nos tivessemos despedido há um par de horas. Perguntámo-nos banalidades, apreciámo-nos as marcas de seis anos que passaram, desejámo-nos felicidades. Há histórias que percebemos estarem fechadas muitas vezes. Às vezes, até seis anos depois. Embora soubessemos ambos que a história antiga não existia mais, ontem demos início à que pode durar para sempre. Somos amigos. E eu gosto tanto disso.
Luzes de Natal
As árvores da Praça não têm véus em renda, que não têm. No Arnado fechou a loja que fazia jus ao Natal, pois fechou. Ainda não fui ver se há presépio na Praça Velha e se o som de um acordeão antigo ecoa na Visconde da Luz, é verdade. Mas a Sofia, simples, lembra a época, na curva que dobro se venho dos Arcos há uma casa com uma árvore de Natal no jardim, no Moinho já se vendem caixinhas de papel prateado e dourado recheadas de bombons, há uma grinalda que acompanha a Sá da Bandeira. Não gosto do anjo do Município e acho too much o ar palaciano do OAF. Fazem-me falta os tradicionais reflexos da ponte no Mondego. Mas hoje vi uma coroa numa porta da minha rua. Apesar de tudo, empinando o nariz à crise, na minha cidade sabe-se que é Natal.
terça-feira, 7 de dezembro de 2010
O futuro
Aos Domingos, iremos ao jardim.
Entediados, em grupos familiares,
Aos pares,
Dando-nos ares
De pessoas invulgares,
Aos Domingos iremos ao jardim.
Diremos nos encontros casuais
Com outros clãs iguais,
Banalidades rituais
Fundamentais.
Autómatos afins,
Misto de serafins
Sociais
E de standardizados mandarins,
Teremos preconceitos e pruridos,
Produtos recebidos na herança
De certos caracteres adquiridos.
Falaremos do tempo,
Do que foi, do que já houve...
E sendo já então
Por tradição
E formação
Antiburgueses
- Solidamente antiburgueses-,
Inquietos falaremos
Da tormenta que passa
E seus desvarios.
Seremos aos domingos, no jardim,
Reaccionários
Entediados, em grupos familiares,
Aos pares,
Dando-nos ares
De pessoas invulgares,
Aos Domingos iremos ao jardim.
Diremos nos encontros casuais
Com outros clãs iguais,
Banalidades rituais
Fundamentais.
Autómatos afins,
Misto de serafins
Sociais
E de standardizados mandarins,
Teremos preconceitos e pruridos,
Produtos recebidos na herança
De certos caracteres adquiridos.
Falaremos do tempo,
Do que foi, do que já houve...
E sendo já então
Por tradição
E formação
Antiburgueses
- Solidamente antiburgueses-,
Inquietos falaremos
Da tormenta que passa
E seus desvarios.
Seremos aos domingos, no jardim,
Reaccionários
Reinaldo Ferreira
segunda-feira, 6 de dezembro de 2010
domingo, 5 de dezembro de 2010
My home first christmas #14
Presépio tão bonito que a foto não lhe faz justiça... Obra da Ana Oliveira.
sábado, 4 de dezembro de 2010
Do Natal
Os miúdos fizeram a árvore e o presépio. Pequena R. empenhou-se nas restantes decorações, da troca das toalhas das mesas, aos anjinhos espalhados pela casa, aos enfeites de pendurar nas portas, às grinaldas que envolvem as velas, à coroa da porta, à louça de natal onde se farão todas as refeições até aos Reis. Começou o Natal mais a sério por aqui.
My home first christmas #13
sexta-feira, 3 de dezembro de 2010
Curioso, tão curioso, meus amores!
Hoje, uma blogger, que tem o mesmo nome que eu, escreveu um post que, não fosse o conselho sensato de quem me disse "ignora mi mi mi" ou, abreviadamente, "caga nisso", eu podia ter escrito. As datas são as mesmas: os meses, o dia. Os factos assemelham-se tanto, tanto, que me fui recostando no sofá e tremendo das pernas enquanto lia o post. Por momentos, o meu coração sugeriu "Bolas... este blog está a gozar contigo à força toda. Mas quem poderá ter feito uma coisa destas?". Depois reparei que, assim a eito, há uma pessoa que sabe da história. E não tem queda para blogger. E é minha amiga. E nunca me faria isto. Portanto, arredei o pensamento daí. Veio o desassossego. A tentativa de explicar o inexplicável. Bem me parecia que a outra (MRP) não tinha a razão toda do lado dela... e que... se calhar, uma vez por outra, há coincidências. E esta será uma delas. O post de que vos falo podia ter sido escrito por mim. Podia. Se, como ela, tivesse alimentado a (deixem cá ver como é que lhe hei-de chamar...) história que estava para ser e não foi. Se o meu blog, também desde aquele dia que ela revela, tivesse referido mais alguma coisa que pudesse apelar à história que estava para ser e não foi. Mas não. E... se me apeteceu? Também não. Agendei, a 17 de Novembro, um post para 17 de Dezembro. Sou uma gaja de datas. Ligo a mariquices como "o primeiro dia de...", "o último segundo em que...". Escusa de ficar agendado. A história que estava para ser e não foi não precisa ser recordada mais vezes. Portanto, meus amores, três coisinhas. Brevíssimas. Primeira, se há coisa que eu não aceito, ou melhor, que eu já não aceito, é que sugiram que eu faço filmes. Já dei para esse peditório. Cansei-me. Depois, em segundo lugar, dizer que, como li agora há tempos já não sei onde, acho que os blogs não devem servir para mandar recados a ninguém. Portanto, isto não é um recado. É um post. Não vai disfarçada nele qualquer ânsia de final alternativo. Mesmo. E, por último, deixem-me só dizer-vos que quando me lembro da minha vida sentimental entre o final do Verão e os meados do Outono só me ocorre uma expressão: óóóóólhááááá ooooondaaaaa!!!
Acredito mesmo
que um dia me farão sócia honorária do Imaginarium. Eu mereço. Muito. Hoje comprei 17 presentes. As minhas pessoas com menos de 12 anos estão com visto na lista de presentes de Natal. Tudo pequenino, que o que conta é a intenção, a tia não é rica e vocês são mais que as mães, oh minuins...
Pequena R. arguente*
Inspirada na minha arguente e no arguente do G., falei baixinho, devagar, desenvolvi as objecções, mas sintetizei sempre as questões mais pertinentes no final, evitei dizer que não concordava, optando antes, amiúde, por um não fiquei totalmente convencida da bondade da posição que perfilha, elogiei o que podia ser elogiado, insisti no que tinha mesmo gosto que se debruçasse mais um bocadinho, ali, perante o júri, sorri, interrompi para beber água e deixar o candidato organizar os apontamentos e concluí com um muitíssimo sentido voto de felicidades. Correu-lhe bem. E, se eu estava à prova, também não será justo dizer que me correu muito mal a mim.
* Ou: ainda agora achava que eles comiam crianças ao pequeno almoço e já ando metida nestas andanças. Hoje foi a primeira lá em casa e a primeira de mestrado.
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