Arde a vela que me deste, folheio o livro em que pegaste, ouço a música que escolheste. E dou por mim a pensar que daqui a muito pouco chegas tu.
segunda-feira, 31 de maio de 2010
Valha-me Deus...
Eu: Então mas era assim tão evidente?
Ele: Ora bem... quer dizer... se andassem com um néon talvez fosse um bocadinho mais!
É disto que vou ter saudades
Então, miúda, tudo bem? Olá! Tudo! E contigo? Eh pá, muito trabalho, sabes como é nesta fase... Por falar nisso, olha, podes fazer-me uma vigilância sexta e depois eu compenso-te para a semana? Eu... não posso. Na boa, miúda! Então mas conta lá, essa vida? Eu não posso porque o meu contrato acabou. Espera! Espera aí... Então e agora? Agora, nada! Oi... mas isso não pode ser, pá! Então... mas... Oh pá, eu estou doido com isso! Então, mas e... Mas e nada, homem. Está tudo bem. Não te preocupes. Mas oh pá, tu és uma miúda, oh pá, pronto... Eh pá... és tu... Pára lá com isso. Já te disse que está tudo bem... A sério? A sério! Está tudo bem! Não... a sério que já não vais lá esta época? A sério, estou a dizer-te. Achas que eu brinco com estas coisas?! Oh pá... Vá... tenta a sorte com outra pessoa. A sério, miúda... Olha, aparece para almoçar! Hey, eu não emigrei. Eu vou lá na mesma, eu tenho coisas para fazer lá. Só não sou mais tua colega. Eh pá, porra para esta m#$&% toda! Vá, beijinhos. Beijinhos. Eh pá... fogo... a sério...
Verdades e assim assim
Rodopio
Em rodopio, em novelos,
Milagres, uivos, castelos,
Forcas de luz, pesadelos,
Altas torres de marfim.
Ascendem hélices, rastros...
Mais longe coam-me sois;
Há promontórios, farois,
Upam-se estátuas de herois,
Ondeiam lanças e mastros.
Zebram-se armadas de côr,
Singram cortejos de luz,
Ruem-se braços de cruz,
E um espelho reproduz,
Em treva, todo o esplendor...
Cristais retinem de medo,
Precipitam-se estilhaços,
Chovem garras, manchas, laços...
Planos, quebras e espaços
Vertiginam em segredo.
Luas de oiro se embebedam,
Rainhas desfolham lírios;
Contorcionam-se círios,
Enclavinham-se delírios.
Listas de som enveredam...
Virgulam-se aspas em vozes,
Letras de fogo e punhais;
Há missas e bacanais,
Execuções capitais,
Regressos, apoteoses.
Silvam madeixas ondeantes,
Pungem lábios esmagados,
Há corpos emaranhados,
Seios mordidos, golfados,
Sexos mortos de anseantes...
(Há incenso de esponsais,
Há mãos brancas e sagradas,
Há velhas cartas rasgadas,
Há pobres coisas guardadas -
Um lenço, fitas, dedais...)
Há elmos, troféus, mortalhas,
Emanações fugidias,
Referências, nostalgias,
Ruínas de melodias,
Vertigens, erros e falhas.
Há vislumbres de não-ser,
Rangem, de vago, neblinas;
Fulcram-se poços e minas,
Meandros, paúes, ravinas
Que não ouso percorrer...
Há vácuos, há bolhas de ar,
Perfumes de longes ilhas,
Amarras, lemes e quilhas -
Tantas, tantas maravilhas
Que se não podem sonhar!...
Mário de Sá-Carneiro, in 'Dispersão'
Foi um fim de semana dividido entre as sandálias de strass num casamento no Castelo de Montemor e as havaianas num pic-nic no Fontelo, em Viseu. No primeiro caso, cumprimentava-se gente crescida e vestida a rigor. No segundo, corria-se atrás de uma trupe de 4 anos e sopravam-se mazelas em joelhos cheios de pó. Gosto disto!
domingo, 30 de maio de 2010
sexta-feira, 28 de maio de 2010
Assim, sim*!
sábado, 29 de Maio | 23ºC 13ºC |
---|
Céu com períodos de muito nublado Vento fraco |
* Eu não gosto de muito calor... Principalmente quando há festa e temos de andar de toilette a puxar para o chique e sapatos altos.
quinta-feira, 27 de maio de 2010
Vidas
Quase metade dos estágios na Função Pública estão por ocupar
Nunca entendi quem se enerva e nem dorme só de pensar que há ricos e que o patrão tem um carro de topo e vai de férias de avião. O patrão, Deus o proteja, tem mais é de ser muito rico, para dar muitos empregos e poder pagar cada vez melhor, para toda a gente viver cada vez menos na penúria. Vá-se lá perceber, tenho para mim, até, que, quem estuda mais, quem trabalha mais, quem luta mais e quem arrisca mais... vença mais. Porque paradinho, deitado no sofá a ver a novela, é que não se pode ficar rico. É que aquilo da roda que dá dinheiro e das adivinhas com palavras tão difíceis como "gato" não é forma certa de ganhar a vida. Sabem que sou toda da solidariedade, a sério que sim. Mas é preciso que seja solidariedade, porque pena é sentimento que não faz bem nenhum à Nação. Eu já tenho muita pena, de muita coisa, não me venham pedir que tenha pena de quem, ora bolas, não está para ganhar só 600 euros. Explico, correndo o risco grande de passar a constar no vocabulário de uns quantos como uma grandessíssima cabra, mas, enfim... Estamos cá para desabafar, que também é muito do que levamos desta vida. Se me custou um estágio não remunerado (Zero. Zeróvski. Niente. Nadica de nada.)? Custou. Se os 4 anos a ordenado mínimo não me puseram a pensar que mais valia não comprar mais livros? Tem dias. Acontece, almas boas, que a malta tem de fazer pela vidinha. E, à falta de melhor, apostar tudo no que existe. Também acho graça a quem tem para si a presunção de que tudo o que lhe acontece de bom, todos os que se lembram de si, mais não fazem que a sua obrigação. Não há cá génios por aproveitar. Quando muito, pagam-lhes mal. Mas não me venham dizer que "ai o estágio por 600 euros é que não". Pois não. Se ficarem com um qualquer subsídio podem ganhar o mesmo e sempre podem continuar a seguir a novela. Entendo. Pois é, pessoas. Há direitos. Então não há?! Todos! Cada vez mais! Mas os direitos são como as moedas. Têm um reverso. Chama-se deveres! Enquanto acharmos todos que isto não é nada connosco, a coisa fica complicada. E olhem que bem me apetece fazer voodu ao senhor que se lembra dos aumentos dos impostos. Mas não é com gente que quer ficar rica à pressa que chegamos longe, minha gente. Enquanto se recusarem serviços que sujam as mãos, se prolongam noite dentro ou cansam as pernas ou a cabeça, então, quem trabalha tem muito corpinho para dar ao manifesto. E com pena. Com pena? Pelo amor da Santa...
A minha tarde
de hoje está a fazer-me lembrar umas determinadas eleições autárquicas em que um determinado partido de um determinado concelho recrutou todos os doentes do hospital e idosos internados em Lar para irem às urnas. Juro que não posso, por aqui, dizer-vos porquê, mas de cada vez que o meu telefone toca eu já tenho vontade de desatar à gargalhada...
Penitência
E, por não seres Santa, cumprirás, no mesmo dia, tudo de seguida, depilação a laser nuns sítios e com cera nos outros. Repete todos os meses. Deixa lá uma bela fatia de ordenado. Sai de cara alegre. Pensa que é bom para ti (?!).
quarta-feira, 26 de maio de 2010
terça-feira, 25 de maio de 2010
Sou filha da mamã
Eu: Mãe, preciso de te pedir uma coisa.
Ela: O quê?
Eu: Que amanhã venhas cá para ires comigo ver o vestido.
Ela: Então mas não encontraste nenhum que gostasses?
Eu: Encontrei. Tão lindo.
Ela: Então compra, filha!
Eu: Mas eu não consigo comprar estas coisas sem tu veres...
Ela: Mas eu tenho escola...
Eu: Mas podes vir no fim das aulas. Eu telefono à senhora da loja para o guardar.
Ela: Mas eu depois tenho uma reunião...
Eu: E não dá para vires no intervalo?
Ela: É apertado.
Eu: Anda lá... Por favor....
Ela: Não sei...
Eu: Eu não consigo... Tu sabes...
Ela: Está bem, pronto!
Ecco
Um perfume de Verão, um novo juicy tube da Lancôme e um verniz coral. Amanhã vou procurar um vestido e ver as novidades nas revistas de penal. É que é também assim, por certo, que se recomeça.
Incoincidências
"A missa ameaçava dobrar a segunda meia hora. Elas permaneciam quietas, a ouvir a voz que vinha do coro. Então ele aproximou-se e tocou no braço da mãe. Não teria mais de três anos. Cabelos loiros, com caracóis, uma pele branca e uns olhos vivos. A mãe sorriu-lhe. Ele tocou-lhe no braço. Ela pegou-lhe ao colo. O coro continuou. A mãe perguntou-lhe como se chamava. Ele encolheu-se e sorriu, maroto. A mãe disse que tinha cara de António. A filha achou que tinha cara de filho. A mãe perguntou-lhe como se chamava. Ele disse que só dizia ao ouvido da filha. E, depois, baixinho, ouviu-se Jaime. A mãe disse que era bonito. A filha desviou o olhar. Pousou-o na Santa. E recuperou uma lágrima."
R. S.
segunda-feira, 24 de maio de 2010
Mine, by mum
sexta-feira, 21 de maio de 2010
Verdades e assim assim
Eu não tenho medo de ficar sem estes trabalhos. A sério. Eu sei que arranjo outros. Eu tenho medo é de a minha geração ficar para sempre impedida de criar raízes.
Coisas sérias
Evitei falar disto antes porque tenho andado a viver à base de coisas sérias e importantes para fazer, com deadlines surreais... cheia de pensamentos laboriosos em diversas matérias, com esperança de não atabalhoar a hora de os decompor, um a um. Mas agora o ritmo, ao que parece, acalmou, e posso, quase devo, dizer que as declarações da presidência me envergonham como cidadã. Atamancar decisões de fundo com convicções pessoais, reinventar argumentações totalmente desprovidas de sentido e adiantar como inevitabilidade o que passou, entre outras, a barreira constitucional, é ficar a dever, mais do que podemos admitir, ao conhecimento jurídico em geral. Absolutamente deplorável, ainda assim, mais do que tudo, a ameaça velada em tom de "Por esta passa, que não estou para me aborrecer... Mas não vos engulo muitas mais gracinhas." É triste. É quase infantil. Tenho pena.
Acabei
o bendito trabalho eternamente inacabado... o tal que me deixou, mais uma vez, mais um ano, à beira do murro na mesa, da toalha ao chão. Agradeço que, às custas de o ter andado a fazer em serões que acabam invariavelmente depois das duas da manhã*, não ousem pensar em aplicar as regras de contenção salarial ao meu vencimento...
* Poderei fazer como alguns juízes nas sentenças e adiantar qualquer coisa como "Madrugada dentro"?!
P.S.: Ontem capotei antes da meia noite... Mas ando a dever tempo à cama desde que cheguei de viagem, no início da semana passada...
P.S. 2: Os trabalhos de doutoramento também estão acabados... mesmo o de última hora...
quinta-feira, 20 de maio de 2010
Tentação
Eu não resistirei à tentação, não quero que de mim possas perder-te, que só na fonte fria da razão renasça a minha sede de beber-te. Eu não resistirei à tentação de quanto adivinhei nesta amargura: um sim que só assalta quem diz não, um corpo que entrevi na selva escura. Resistirei a te chamar paixão, a te perder nos versos, nas palavras: mas não resistirei à tentação de te dizer que o céu é o que rasa a luz que nos teus olhos eu perdi e que na terra toda não mais vi. Luis Filipe Castro Mendes, in "Os Amantes Obscuros" |
Hoje
Recebi uma túlipa e um desenho. Eu dei-lhe um chupa da Kitty. E ficámos amigas! Ela tem quase 3 anos e a grande novidade é que foi convidada para o aniversário do namorado*...
*Está que nem pode! Pudera... Eu também estaria :)
quarta-feira, 19 de maio de 2010
Engolir sapos
terça-feira, 18 de maio de 2010
Música
O filho dos meus vizinhos de cima está a tocar flauta. Papagaio loiro de bico doirado, leva-me esta carta ao meu namorado... Há 23 anos, por esta altura, estaria eu sentada no alpendre dos meus avós a estudar a mesma música... ansiosa pela primeira vez que subiria ao palco. Mas dos 12 anos de música, tem piada, ficou-me uma amizade eterna com o professor e a certeza que se estudar um bocadinho ainda me hão-de sair, pelo menos, ao piano, o Hino da Alegria e os Parabéns a Você.
segunda-feira, 17 de maio de 2010
Diz-me, pois...
Eu deixarei que morra
em mim o desejo de amar os teus olhos que são doces
Porque nada te poderei dar senão a mágoa de me veres eternamente exausto.
No entanto a tua presença é qualquer coisa como a luz e a vida
E eu sinto que em meu gesto existe o teu gesto e em minha voz a tua voz.
Não te quero ter porque em meu ser tudo estaria terminado.
Quero só que surjas em mim como a fé nos desesperados
Para que eu possa levar uma gota de orvalho nesta terra amaldiçoada
Que ficou sobre a minha carne como nódoa do passado.
Eu deixarei... tu irás e encostarás a tua face em outra face.
Teus dedos enlaçarão outros dedos e tu desabrocharás para a madrugada.
Mas tu não saberás que quem te colheu fui eu, porque eu fui o grande íntimo da noite.
Porque eu encostei minha face na face da noite e ouvi a tua fala amorosa.
Porque meus dedos enlaçaram os dedos da névoa suspensos no espaço.
E eu trouxe até mim a misteriosa essência do teu abandono desordenado.
Eu ficarei só como os veleiros nos pontos silenciosos.
Mas eu te possuirei como ninguém porque poderei partir.
E todas as lamentações do mar, do vento, do céu, das aves, das estrelas.
Serão a tua voz presente, a tua voz ausente, a tua voz serenizada.
Vinicius de Moraes
sábado, 15 de maio de 2010
stop
Correu bem. STOP. Vamos ver a nota. STOP. Tive "jantar de carro". STOP. Fomos assistir ao fogo de artifício da Portagem. STOP. Estou a ficar sem resistência. STOP. Vou dormir. STOP.
sexta-feira, 14 de maio de 2010
Obrigada,
dores menstruais, por não me deixarem sozinha neste dia de avaliação. A sério, não era mesmo preciso.
quinta-feira, 13 de maio de 2010
E o que é a C tem?
A capacidade de fazer mimos como poucos. Só ela (e a mãe, o pai, o mano e mais menos de meia dúzia de gente) para me fazer abrir a porta numa tolerância de ponto em que ainda não tinha rodado a chave de casa, o pijama é a toilette eleita, o cabelo não viu escova e na sala dividem a bagunça livros e fotocópias com uma quantidade de roupa para passar a ferro... Não contava com ninguém... Mas devia. Que isto de andar mal humorada e prestes a dar em tolinha é coisa para deixar os amigos de alerta. Trouxe scones da Almedina e doce de cereja. E pronto... Fiquei muito mais feliz. Merci :) Gosto de ti :)
Da boa fé
Ora então, tem a palavra.
E é mesmo uma palavrinha. Breve. E podemos depois sair todos mais cedo. Tentemos não nos endrominar, sentemo-nos a conversar e não mais a lei terá aqui de actuar. Gostou?! Vá... e nada de ser agarrado nas notas, tá bem?! Temos de ser uns para os outros... Cá beijinho à aluna :)*
*Era tão bom... Mas não. Deixem-me só sonhar um bocadinho. Estou a ler acórdãos desde as sete da manhã, depois de ter parado por volta das três... já não digo coisa com coisa...
quarta-feira, 12 de maio de 2010
Nas mãos...
Não sei se é pena de ter reparado em coisas que não reparava ou se é medo de não conhecer bem outro caminho. Não sei se é serenidade por ter sido como foi ou se é tristeza pelo que nunca chegou a ser. Não sei se é culpa de não ter esperado mais ou raiva por ter esperado demais. Não sei se é fraca memória das coisas piores ou se há ilusão no que vivemos melhor. Não sei. Só sei que foi diferente de todas as outras vezes. E que não foi especialmente bom de lembrar. Estou impossível de aturar. Mas isso não pode ser a razão para não me ter apetecido ficar.
Praia do Esquecimento
Fujo da sombra; cerro os olhos: não há nada.
A minha vida nem consente
rumor de gente
na praia desolada.
Apenas decisão de esquecimento:
mas só neste momento eu a descubro
como a um fruto rubro
de que, sem já sabê-lo, me sustento.
E do Sol amarelo que há no céu
somente sei que me queimou a pele.
Juro: nem dei por ele
quando nasceu.
David Mourão-Ferreira, in "Tempestade de Verão"
A minha vida nem consente
rumor de gente
na praia desolada.
Apenas decisão de esquecimento:
mas só neste momento eu a descubro
como a um fruto rubro
de que, sem já sabê-lo, me sustento.
E do Sol amarelo que há no céu
somente sei que me queimou a pele.
Juro: nem dei por ele
quando nasceu.
David Mourão-Ferreira, in "Tempestade de Verão"
Tira-me do sério
que me mintam. Que tentem fazer de mim lorpa. É que, tarde ou cedo, eu percebo. Não me contenho. Digo o que tenho a dizer. Normalmente, o que eu tenho a dizer não é bom de ouvir. E o ambiente fica pesado. Não se atendem telemóveis, não se responde a mails, falta-se a compromissos, enviam-se mails em que supostamente se anexa o material que já me devia ter chegado às mãos há um mês e os mails, curiosamente, vêm todos sem anexo. E depois eu aviso e, curiosamente, há sempre uma reunião que vai durar até de noite e que vai impedir as pessoas de, antes disso, me enviarem o que falta. Ou então dizem que estão a corrigir. Eu digo que, caso não se lembrem, isso sou eu que faço e agradeço que mo permitam fazer antes de eu quinar. E prometem que então segue tudo já. E passam mais 24 horas. E depois a chefia lembra-se que eu tenho ar de directora de recursos humanos e cobra-me pelo que não devia sequer passar por mim, que somos todos crescidos e a mim ninguém me tem de lembrar o que me compete fazer. E passam mais umas horas. E a minha apresentação de doutoramento fica posta em causa. Quando me passo da cornadura, por não estarem muito habituados, acham-se todos no direito de amuar com as verdades. E a mim só me apetece mandá-los a todos a um sítio feio e ir trabalhar para onde falem a mesma língua que eu. Pronto. Está dito.
terça-feira, 11 de maio de 2010
Basicamente
Se não te dedicares a ele, se chegares a evitar regá-lo, se lhe correres o cortinado nos dias de melhor luz... o tempo há-de fazê-lo desaparecer. Reduzir-se a meia dúzia de folhas secas e uma quantidade de terra estéril. Porque o amor não deve ser um cacto. Dá ares de flor delicada. Rara. Preciosa. E nem todas as flores que plantamos vingam para nos perfumar os dias. Só isso.
Vamos de avião?! Têm a certeza?!
Não é que me incomode particularmente. Sou menina para me adaptar. E os preços convidam. Mas... este fim de semana viajei pela primeira vez numa companhia aérea low cost. E senti-me entrar no regional a uma sexta feira ao fim da tarde. Só faltam os tropas. Eu enjoo a andar de Alfa, pelo que tenho alguma propriedade para falar de comboios menos bons. Durante 5 anos, viajei todas as sextas feiras no regional que vai para o Porto. E, se essa é uma experiência de mergulho no Portugal profundo, muito próxima, diga-se, da Liga dos Últimos, a verdade é que não me traumatizou. Bem pelo contrário. Às vezes até tenho vontade de dar uma volta de regional. Acontece que o avião, por mais viagens que faça, parece-me sempre uma entrada no mundo mais à tona, qual melodia de civilização. Não me interpretem mal. Sou fã da massificação de todos os meios de transporte, de tudo, mais ainda quando isso potencie a possibilidade das pessoas, todas, acrescentarem mundo ao seu mundo... mas é preciso algum bom senso. Eu não peço salto agulha nos aeroportos. Pelas alminhas. As pessoas querem-se à vontadinha para partir em busca de muito boa vida. Peço, vá, contenção. Ele é gritos pelo Zé que vai na outra ponta, ele é filas para o WC, ele é sandes de tudo embrulhadas em papel prata. Mas pior, pior, são as conversas como se os interlocutores fossem surdos. O silêncio... o som do silêncio... é uma coisa tão em desuso que até tenho medo que deixe de saber fazer-se. É que eu preciso dele. Muito. Sobretudo quando vou no ar e preciso de me concentrar na oração.
Campeões
Somos. Mas não me soube ao mesmo que saberia, por certo, se tivéssemos saído vencedores há uma semana. E achei um bocado disparatada a homenagem feita pela câmara da capital.
Cá está o que é
Levantei-me às 5h da manhã. Não durmo em aviões. São 3h da manhã. Faltei ao inglês e não foi para pintar as unhas ou organizar gavetas. Ainda não pude ler nem uma palavra para o doutoramento. Continuo no belo ritmo do trabalho para aquecer. Detesto trabalhos de grupo. Vou dormir. Daqui a pouco continuo.
P.S. Mas foi muito bom.
segunda-feira, 10 de maio de 2010
quarta-feira, 5 de maio de 2010
Olha que bom...
mais um trabalho de doutoramento... Eu pensava que por este lado estava FINITO, ACABADO. Mas, pelos vistos, olha... Não!!! Toma lá mais um trabalho e aguenta-te que é para isso que cá andas. Ai queres laró, mesmo sabendo que sexta feira tens de ir falar de boa fé?! Então vê lá se atinas e põe-te a escrever sobre o que precisa de ser alterado na CRP... até sexta feira. Anda, vá, que tens a puta da mania que até podes ir de fim de semana sem computador, para o estrangeiro, sua armada ao pingarelho. Vai, vai. E aproveita. Não te caia nenhum raio nessa bela cabecinha, que quando voltares tens muito que penar. Para que não penses que isto é só boa vida, lembra-te que ainda tens outro trabalho... até sexta. Vá... e agora vai lá gozar o fim de semana como puderes, que aposto que nem te vai saber ao mesmo só de imaginares o caos da tua próxima semana. Deves achar que és muito boa, tu, R. Maria. Toma lá, que é para aprenderes. E nada de chorar. Faz-te uma mulher, já que o teu pai nunca o foi!
Vamos ao que interessa
Eh pá,
a sério... Então mas esta gente não sabe escrever?! Estou a sentir-me mal por todas as alminhas a quem dei positiva depois de ter assistido a verdadeiras cargas de porrada na gramática* (aquilo não são pontapés). É que um dia, no futuro, podem virar especialistas e vir-me parar às mãos com coisas destas. Da próxima vez que alguém me disser que contratou um especialista, uma pessoa muito válida, eu peço a palavra, faço um ditado, com ficha de interpretação, à criatura e consoante a capacidade de organização de ideias, de escrever sem erros e de articular subordinadas e subordinantes, grito: "Ou ela/e ou eu"!
* Ontem, eu própria já dizia deiam. Como diz a minha mãe... uma pessoa lê tanta vez um erro que a certa altura já nem sabe o que é que é certo.
Verdades e assim assim
Há coisas que só a nossa almofada sabe. E é preferível que tudo continue assim.
Arre
Das duas uma: ou engulo em seco, meto o meu melhor sorriso e faço de conta que está tudo óptimo, ou me candidato a uma bolsa e me enfio em casa: escrevo a tese (de manhã) e lamento muito ter abandonado o outro projecto que adorava (de tarde).
terça-feira, 4 de maio de 2010
Agora
Estou incapaz de escrever.
Tudo porque queria muito
escrever.
Se ninguém que me lê
me conhecesse, continuaria a
escrever.
Mas não posso
imaginar
uma resposta para cada
futuro
"Porquê?".
Custa tanto saber o que se sente quando reparamos em nós!...
Mesmo viver sabe a custar tanto quando se dá por isso...
Falai, portanto, sem reparardes que existis...
...
Quem pudesse gritar para despertarmos!
...
Quem pudesse gritar para despertarmos!
Estou a ouvir-me gritar dentro de mim,
mas já não sei o caminho da minha vontade para a minha garganta.
Fernando Pessoa
Enervam-me
os erros ortográficos e de sintaxe. Muito. Sempre. Mas ainda mais quando tenho de os corrigir porque não tenho coragem de partilhar páginas com coisas tão mal escritas. Chegamos a Abril/Maio e tenho esta cruz no meu caminho. Estou furiosa! Eu tinha jurado que este ano não me prestava a isto. Fosse o que Deus quisesse. Mas não consigo. É que eu tenho vergonha por ela.
segunda-feira, 3 de maio de 2010
Chá de nascença
Pensei manter o vermelho da última semana, mas depois ia regar as plantas e havia ali um contraste, pelo que decidi seguir o exemplo da Rosa...
P.S. Já recebi a carta que me relembra o fim do meu contrato com a Faculdade. Trabalhei quatro anos e escreveram-me quatro linhas.
Verdades e assim assim
Às vezes pedem-me para fazer umas coisas que me levam a sentir que dou borlas intelectuais, quase como se fosse uma prostituta em saldo.
domingo, 2 de maio de 2010
Mas
quando ficaram reduzidos a 10 e os nossos começaram a ter medo de se chegar à bola, os do Porto passaram a merecer todos os golos. Porque não quero que digam que tenho mau perder, aproveito ainda para dizer que o Luisão não foi brilhante, teve apenas um grande galo!
Quanto ao relato, finalizo dizendo que um brasileiro a fazer estes comentários equivale a termos flautas a acompanhar os fados na serenata da Queima.
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