terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Ci vediamo domenica!





Porque... até domingo, eu vou andar por aqui!!!

domingo, 22 de fevereiro de 2009

Bronze

Deitada numa espreguiçadeira, interrompia a tempos a leitura atenta do acórdão de fixação de jurisprudência para passar pelas brasas. Quando findaram os argumentos, ordenou calmamente as folhas pálidas e resolveu usar o verniz. Vermelho, outra vez. Este sol chama pela cor. E recolheu a mais um espaço de longe, voando em direcção ao inconsciente. Despertou escaldada no peito... manias de querer ganhar côr em Fevereiro e vestir trajes de praia para gozar a casa. Pegou num livro inteiro e pôs-se a contar o que lhe interessava recordar para o dia do espectáculo que ensaia. E depois reclinou-se e começou a estudar o seu papel. Antes, porém, lambeu os dedos suados da manga madura. E sorriu. Para se dar sorte.

Pleeease...


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sábado, 21 de fevereiro de 2009

5 anos depois

Faz hoje precisamente 5 anos que voltei a casa depois da maior e melhor aventura que vivi até hoje. Caía neve lá no sítio da minha aventura, há 5 anos. Muita. Almocei carbonara e tiramissu. Despedi-me em lágrimas. Recebi uma pulseira de uma pessoa que nunca vi, mas que mandou recado de me adorar. E um brinco par do da minha Federica sem par. Faz hoje precisamente 5 anos que o Lorenzo me fez uma banda desenhada que reza assim: "R..inha, noi... dispiace... tanto... tu... parti... ma... noi... presto... viene.. Portugal, ok?!". Faz hoje 5 anos que os vi pela última vez. À minha Federica e à minha Sónia, ao Lucca, ao Lorenzo, à Ponga e à Milla. Faz hoje 5 anos que aqueles seis atravessaram um carro em frente ao meu autocarro e eu recebi um abraço colectivo onde me sussurraram ao ouvido: "Tens a certeza que não queres ficar para sempre connosco?! Seríamos tão felizes. Nós já não gostamos só de ti. Nós amamos-te!". Faz hoje precisamente 5 anos que eu senti, ao voltar a casa, estar a voltar a um sítio aonde já nunca mais pertenceria inteira. Porque uma parte de mim, talvez a mais perfeita, ficou agarrada àquele abraço. Faz hoje 5 anos que voltei atrás muitas vezes no aeroporto e pensei em muitas desculpas para viver para sempre no sítio onde fui mais feliz até hoje. Faz hoje precisamente 5 anos que acabou o último reduto do meu tempo totalmente em paz até hoje. Faz hoje precisamente 5 anos. Desse tempo, guardo, envolto em ternura e enfeitado de suspiros, um baú de viagens: Parma, Modena, Pavia, Verona, Pavia, Milão, Lago de Como, Lugano, Pavia, Veneza, Pádua, Pavia, Bolonha, Pisa, Siena, San Gimignano, Florença, Pavia, Génova, Lago Maior, Mónaco, Pavia, Assis, Roma, Pavia, Peruggia, Pavia. Desse tempo, guardo quartos de hotel pelintras mas com um intenso aroma a aventura e companheirismo. Desse tempo, guardo Peruggia e um melhor amigo, insistências com banhos da noite, pancadas fortes de querer mais. Desse tempo, guardo olhos vivos e olhares atentos. Um teatro, um cinema, chocolates quentes, corsos Garibaldi e Cavour. Um Professor Conte. Um mercado de domingo. Amigos feitos do nada e que em tantas horas sobraram em tudo. Um dia, num dos dias desse tempo, uma amiga disse-me ao ouvido: "És especial. Tão especial que hoje decidi que és o meu anjo da guarda de quando o meu anjo da guarda está de greve.". E diz que fui. Mas eu acho que não. Porque essa criatura mágica não precisava de anjos da guarda, tão perfeita que ela é. Faz hoje precisamente 5 anos que fechar a porta do n.º 11 da Via Maffi me doeu como soltar pedaços de corpo e alma. Porque eu já era tanto de lá como só se pode ser do sítio onde nos querem. Mas vim. E faz hoje 5 anos. E eu tinha de vos dizer isto!

Do que mete medo ao susto - III

Dolorosa criatura - o espectáculo


Diz que vou ter de defender a tese no Dia Mundial do Teatro. Diz que vou disfarçada de esperta, com esperança que a arguente vá com o disfarce de boa pessoa. Diz que não quero lá ninguém a fazer de público. Diz que tremo de imaginar as pancadinhas de Moliére. Diz que se vejo a hora de cair o pano até penso que é mentira. Diz que se me chamam para um encore de tanto terem gostado me desmancharei em lágrimas. Diz que já balanço ao ritmo das varas verdes. Diz que nem com asneiredo da sorte me andam a acalmar. Diz que isto é muito a sério. Diz que sou protagonista. Diz que enfim... the show must go on!

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Ok... lentamente vou-me consciencializando que é preciso enfrentar os medos e o monstro. Hoje dei um pequeno passo para a Humanidade, mas um grande passo para a R.: abri aquilo numa página ao calhas...
e...
já topei uma cabra de uma vírgula a mais!

Do que mete medo ao susto - II

Ser cumprimentada por uma pessoa a quem só falta o som para os beijos serem repenicados!

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Dolorosa criatura

Voltámos à saga dos picos de hipertensão.
Hoje ia-me ficando a meio de uma prova oral.

Das duas uma: ou me vejo urgentemente livre do pesadelo (vulgo tese) ou a coisa vai começar a afinar.

Mas por que é que eu me meto nestas coisas???

domingo, 15 de fevereiro de 2009

EU

A
C
A
B
E
I

A
Q
U
I
L
O


Ió laré ió... ió laré ii, ió laré ió iá ii...

Só esta

mas é que ainda não me recompus de uma das declarações de amor publicadas ontem no Expresso on-line.

Transcrevo:
Tenho um grande amor que espera por concretização há 20 anos! Dia 14 de Fevereiro será, mais uma vez, um dia lembrado pela ausência sempre presente! Achei o Amor há muito, muito tempo! Estou pronta para a mais louca das declarações! Mas...mas falta o impossível acontecer e o sonho transformar-se em doce realidade. Na dúvida do amanhã, insisto e permaneço! Um dia, escreverei, então, a tinta permanente, as palavras mágicas que voam da nossa alma apenas quando alguém nos abraça! Vou deixando a janela aberta... Há amor, mas não há namorado! Como sobreviver a mais um dia 14 de Fevereiro?!

Uma pessoa lê isto e fica logo mal disposta. Havendo gajo em vista, altera-lhe logo a deadline definida. Ai eu tinha pensado esperar por ti até ao Verão que agora também não me dá muito jeito que ando cheia de trabalho, mas afinal tens até além de amanhã, às 6.32, para mostrares o que vales. Pois, eu entendo que é um bocado em cima, pá, mas antes assim que ficar a remoer na coisa vinte anos. Gosto, então não gosto de ti, Godofredo, meu amor?! Pois gosto. Oh pá, mas vinte anos é muito ano e eu tenho aí um T2 em vista. Pronto, vá, não te queixes. Há tipas que não avisam. Eu, ao menos, decidi ligar-te a avisar. Vá, agora tenho de ir. Não me quero apegar muito a ti. Vá, anda, não insistas. Beijinhos. Tá. Adeus. Eu também te adoro... mas lembra-te, até além de amanhã, às 6.32.

Baile na minha aldeia - parte 3

Ok... senhor, olhe que eu até já pintei as unhas... de vermelho, que se não sabe fica a saber que dá uma trabalheira para ficar um serviço minimamente decente... Agora, vá lá, senhor, baixe lá a musiquinha. Eu não quero partir para a ameaça, mas se esse ramboié continuar o senhor corre o risco de eu começar a explicar-lhe tudo mal naquilo das extremas. E de lhe indicar as conservatórias todas trocadas para tratar dos assuntos. E de me fingir de morta quando receber daquelas cartas que a pessoa tem de assinar e que deixam logo a aldeia toda aflita. E de não saber dar dicas no IRS. Olhe que o IRS está aí a chegar... Olhe eu a não saber nada do que está escrito nesses papéis. Ai eu a não perceber essas letras miúdas. Ai eu a ficar tão cansada que estou numa de não atender a campaínha... Olhe eu a fugir, vizinho.

Pronto, chega: ou eu, ou esse bailezeco de meia tigela!

Baile na minha aldeia - parte 2

E se eu agora lá fosse verborrear artigos e decretos sobre os decibéis do baile?!
...
Hããã... hããã...
Que me dizem?


...



Nããã... O máximo que iria conseguir era uma vaia geral e a eterna alcunha de "armada ao pingarelho"!

Baile na minha aldeia

É que só me faltava um vizinho decidir dar hoje um baile!!! Eu já estou a trabalhar que é uma categoria... então agora ao som do batuque que para ali vai, este artigo ou sai, ou sai... O mais certo é sair tremido, mas pronto, isso já é outra conversa! Oh... valham-me os deuses!

Cubo mágico


Parece que Erno Rubik, o famoso inventor do ainda mais famoso Cubo mágico, inventou um novo quebra-cabeças. O novo "briquedo" chama-se 360 e consiste numa esfera contendo seis bolas coloridas que é preciso encaixar na respectiva calha. "As bolas estão dentro de três esferas de plástico transparentes (duas por cada) e, para solucionar o quebra-cabeças, é preciso fazê-las passar por uma esfera intermédia (que tem apenas dois buracos) e encaixá-las na calha correspondente da esfera externa. Isto sem tirar do lugar as bolas já colocadas. É tudo uma questão de peso e equilíbrio. E, sobretudo, de muito treino e paciência. Se no cubo o segredo estava na Matemática e na lógica, aqui são a Física e a perícia que ganham protagonismo." (Expresso, 14 de Fevereiro de 2009)
O 360 chega ao mercado em Agosto, altura em que, de férias, poderemos recuperar as memórias dos quebra-cabeças. Não sei como foi a vossa relação com estes objectos, caros leitores, mas a minha foi muito intensa. Tive um cubo mágico e muitos daqueles jogos de encaixe em que só faltava uma peça e era preciso ordenar todas as outras sem as retirar da calha em que estavam. Depois disso, já nos tempos mais recentes, tornei-me adepta dos quebra-cabeças feitos de metal, com formas muito variadas, em que precisamos, por exemplo, de separar duas argolas que parecem de encaixe mas não têm abertura. Os quebra-cabeças são uma espécie de memória de infância, mas quem se vicia neles dificilmente lhes resiste seja lá em que idade for. Quando era mais pequena, tínhamos só dois canais de televisão e horas certas para os desenhos animados. Não havia em casa vídeo ou dvd, muito menos computador. Por isso, era preciso entreter o tempo de outros modos. E por muito que tenha brincado com bonecas, por muito que tenha corrido com cães e gatos, por muitos banhos de rio que me tenham levado as horas, por muitos dias em que tenha vestido a pele de empregada de mesa e cozinheira, estragando ingredientes da loja do meu avô, a verdade é que sobrou sempre tempo, e ainda bem, para puzzles, legos, quebra-cabeças, palavras cruzadas, dominó e jogos de baralho. Teria sido inevitavelmente diferente se me tivessem falhado estes momentos. E, não sei, mas tenho para mim que mais triste. Afinal, o que poderia eu partilhar hoje nas tardes de verão à volta da mesa de casa dos meus avós?! Pouca coisa. Travo a nada. O meu avô nem mexe em máquinas de calcular!

sábado, 14 de fevereiro de 2009

Fazer acontecer

Há nos dias de algumas mulheres horas mortas de esperança. Há nos dias dessas tantas outras esperas por cumprir. E a tempos se lhes prova que há por vir o que nem sonhado está. Há nos meses do estio um querer maior. E nos outros também. Mas quando passam todos e novos já despontam, há silêncios que se quebram e palavras que as alagam. E há no tanto que quiseram uma queda sem parar. E nem mais nada a salvar. Até que imita a vida o sonho. E nos dias dessas mesmas há violetas por abrir e perfeitos para amar. Há alegrias por regar. E nada mais a separar. De um pouco amanhecer, é de luto que se erguem. Mas despidas dele todo, há nos dias de algumas mulheres milagres por acontecer. E nos de alguns homens milagres por fazer.

Sempre quiseste ser artista de circo. Estou a dar-te a oportunidade de provares que tens talento!

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Wishlist

Saudades

Saudades! Sim.. talvez.. e por que não?...
Se o sonho foi tão alto e forte
Que pensara vê-lo até à morte
Deslumbrar-me de luz o coração!

Esquecer! Para quê?... Ah, como é vão!
Que tudo isso, Amor, nos não importe.
Se ele deixou beleza que conforte
Deve-nos ser sagrado como o pão.

Quantas vezes, Amor, já te esqueci,
Para mais doidamente me lembrar
Mais decididamente me lembrar de ti!

E quem dera que fosse sempre assim:
Quanto menos quisesse recordar
Mais saudade andasse presa a mim!

Florbela Espanca, in Livro de Sóror Saudade

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Tens a certeza


que queres deixar a coroa na loja, não tens?!

Não dá para resistir

"Os cônjuges são duas pessoas que vivem em comunhão de mesa, casa e coiso!!!"

Da tese

Hoje, ia eu na minha vidinha, dei de caras com um elemento do júri. E toda eu tive a sensação de um rápido, mas potente, choque eléctrico. E a senhora sorri. E eu também. E depois sigo mais um bocadinho na minha vidinha e parece que já me passou. E então tenho a segunda descarga. E tremo toda até assentar. E mentalizo-me que não é nada. E finjo-me serena, calma, uma lady. E cá dentro rebentam mais uns bocadinhos de maus pensamentos como se fossem grãos de milho numa panela ao lume. Aaaaaaaaaiiiiiiiiiiiiiii!!!

Wishlist

Ainda que mal

Ainda que mal pergunte,
ainda que mal respondas;
ainda que mal te entenda,
ainda que mal repitas;
ainda que mal insista,
ainda que mal desculpes;
ainda que mal me exprima,
ainda que mal me julgues;
ainda que mal me mostre,
ainda que mal me vejas;
ainda que mal te encare,
ainda que mal te furtes;
ainda que mal te siga,
ainda que mal te voltes;
ainda que mal te ame,
ainda que mal o saibas;
ainda que mal te agarre,
ainda que mal te mates;
ainda assim te pergunto
e me queimando em teu seio,
me salvo e me dano...
... de amor.

Carlos Drummond de Andrade

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Xôôô


... sai de mim, mau pensamento!

Ti prendo e ti porto via

Tornare indietro o oppure no...


Serão só tortos os caminhos?
Suspensos os caminhos?
Frágeis os caminhos?

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Tim e Pongo

São os dois habitantes caninos cá de casa. O Pongo é um dálmata elegante e bem parecido, merecedor de todas as festas e mimos dos convivas. O Tim um rafeiro que por teimosia a criança da casa quis ter. Vivem juntos. Quando estão presos, estão presos juntos. Quando correm, correm juntos. Quando lhes damos a ração, eles estão juntos: só que o Pongo come e o Tim aprecia. Se o Tim se aproxima para comer antes que o Pongo se considere absolutamente satisfeito, leva uma patada, ou uma dentada, ou um ladrar doentio aos ouvidos, que deve quase furar-lhe o tímpano. E então eu enervo-me, e dou-lhe uma palmada. E sabem o que acontece?! O Tim vai lá lambê-lo, no sítio do dói-dói, enquanto o Pongo prossegue calmamente a sua refeição e quase são urros os sons do estômago do desgraçado Tim. Os meus cães são como muitas pessoas. O Pongo como aquelas que são bonitas, elegantes, espertas, gabadas por todos, mas que no fundo não mereciam nada daquilo. É um convencido de marca. Não tem coração. É mau. Só quando está doente é que deixa de ladrar para começar a ganir. E o primeiro a acudir-lhe é o Tim. O Tim é um gajo porreiro, boa alma, um coração de manteiga. Dá a outra face. Meio feioso, com um pêlo sem jeiteira nenhuma, que nem côr definida tem e cresce ao desbarato. É atarracado, corre pouco porque tem umas patitas curtas. O Pongo é o lord, e a convivência fez com que o Tim não se importasse de fazer de lacaio. Mas o Tim não ladra, nem morde. Acho que lhe marejam os olhos algumas lágrimas quando muito raramente recebe uma festa. Sabe que só lha dão depois de terem esgotado as mais fofinhas com o outro, mas não reclama. Agradece tudo o que tem. E ainda reparte. O Pongo até sente como insulto se demoramos um bocadinho mais no banho do Tim. Que ultrage, perder tempo com o rafeiro. Por isso é que a cada dia que passa eu gosto mais do Tim e vou ganhando uma osga maior ao Pongo. Estúpido. Insensível. Mal agradecido. Um tipo que tinha tudo, tudo, para ser perfeito, mas só o é à primeira vista. Vai-se a ver e é um escroque. Na vida há gente assim... mas nunca me pareceu tão óbvio que o que conta é o que vai lá dentro como quando hoje voltei a ver o cão mais giro do Mundo a morder o pescoço do feioso que dois minutos antes lhe tinha lambido o pêlo.
(16 de Novembro de 2008)

Ódio de estimação

O cheiro que fica nas mãos depois de descascar uma laranja.

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terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Uma história

Houve uma altura da minha vida em que via o meu futuro todo direitinho à minha frente: era acabar o curso, esperar dois anos para ir para o CEJ, mas, para não me desabituar de estudar e me manter actualizada, fazer o estágio de advocacia e o mestrado nesses dois anos. Depois era concorrer. Ao mesmo tempo era a mãe e as avós acenderem muitas velinhas à Nossa Senhora. E a seguir era saber de ter entrado. E chorar de emoção. E ir para lá e sofrer horrores a estudar mundos e fundos e depois passar naqueles testes todos e um dia um dos chefes do estaminé dizer: Parabéns à senhora auditora, que agora afinal já é juiz. Ora vá lá à sua vida e lembre-se de ler sempre a lei com a lupa do bom senso. E pronto. A partir daí era correr as capelinhas uns anos até assentar arraiais na minha cidade e ficar velhinha e morrer.

Mas... não foi nada disto que aconteceu. Eu acabei o curso, isso sim. E fiz o estágio, isso também. Mas de resto não foi nada disso. Fui trabalhar para o último sítio em que imaginei um dia trabalhar e com isso fui adiando o mestrado, que agora está em agonia à espera dos golpes mortais dos samurais eleitos para o júri. E a vida foi-se encarregando de me baralhar as certezas todas e de me fazer perceber que a maior parte das vezes em que julguei, julguei mal. E por isso, fui-me agachando feita mona e fazendo finca pé de nunca na vida ser juiz. E agora falam-me nisso e só falta desatar num berreiro porque não quero, e não quero, e não quero.

E então, mas o que é que eu faço agora?!
Bem... às vezes, até finjo que trabalho. Mas o que eu gosto mesmo mais de fazer é aprender constantemente e aprender até nas horas em que parece que estou a ensinar alguma coisa. Mas ninguém ensina nada. Há é pessoas com o dom de ajudar os outros a aprender alguma coisa. Eu gosto de me perder nas horas, a falar com os alunos. Eu gosto de lhes inventar hipóteses e de, passados uns dias, saber que também eles já inventam hipóteses. Eu gosto de ouvir o "yes" de quem passa numa prova oral. Eu gosto de andar por ali. E gosto de não me sentir longe daquela minha casa. Porque aquilo estranha-se, mas depois entranha-se. E gosto de lhe ir conhecendo recantos e manhas. E de lhe ir tecendo críticas aligeiradas pela cumplicidade amante. E já ando com contracções pela hora do parto do meu adeus. Que levo dali coisas assimcomassim inesquecíveis. Muitas horas de desespero, mas muitos momentos de uma cumplicidade inigualável. Duas melhores amigas. Amores e humores. É que foi por lá que fui conhecendo outras vontades. E delineando-me no querer. E assim pertencendo ao sítio aonde era suposto não estar. Por me caírem os mitos. Feitos, quase todos, para cair. Quase.







Mas, de tudo, uma mágoa que se agiganta: a desesperança nas peças processuais a serem produzidas por quem escreve "tamém"; "à dias"; "cônjugue"; "lei da liberdade rilijiosa"; "colassão"; "no caso que nos é controvertido"; "erdeiros"; "economia estacionada"; "a nossa posição actual é do positivismo"; "divórçio"; "regime dos bens do casamento adquiridos em geral"; "o divórcio litigioso é a autópsia do casamento já morto"; "a lei diz que podem adoptar os maiores de 25, logo, se ela tem 25, não pode adoptar"; "requesitos"; "estrumentos de control"... e outras que, à medida que me for lembrando, acrescentarei.
Eu corrijo. Assinalo (a lápis, que não lhes usaria vermelho). Não desconto, mas desanco. Mas nada. Não lêem. É o que diz a minha mãe: não lêem!

Cartas de amor

Quando entrei hoje na Bertrand, o pensamento ia posto num objectivo muito concreto: era entrar, não ver nada, ir os livros juvenis, pegar n'O Principezinho, sacar da caneta, escrever a dedicatória de parabéns para a afilhada mais velha, que fez ontem 9 anos (está na altura de receber este livro!), pagar, sair... e finalmente respirar.

Mas... não resisti... e comprei-me este presente de... mês de Fevereiro!


Deviam ver a lua que estou a ver agora...

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Roam-se de inveja

Eu vou, nada mais, nada menos que..., JANTAR FORA! E se calhar até sair durante meia hora :)
É o que dá ter uma turma de inglês que me faz olhinhos e não me deixa resistir às tentações!
O que eu gosto de andar naquele inglês...

domingo, 8 de fevereiro de 2009

Será tarde?

E assim passa uma gaja mais um fim de semana enfiada em casa, com um humor de cadela e a ter de assumir que o mais sexy que consegue estar é de costas direitas em frente ao computador... rodeada de livros e folhas e códigos e lápis e canetas e o diabo a sete para, ah pois é..., não acabar o que tinha para fazer!
É de fazer chorar as pedras da calçada ver assim uma figura gastar o tempo dos seus 27 fresquinhos anos. Agora que já nem há tese, agora que nem é ainda preciso afiar as armas para a defesa, podia a pessoa dedicar-se a horas infinitas a retoiçar pela rua, a ver o mar, a palrar com os amigos, a conhecer gente... mas não... passa aqui outro dia em que o ponto de maior emoção é tomar banho e mudar do fato de treino para o pijama.
Pois... é em dias assim que pensar me faz doer a cabeça e falar significa mais uma alfinetada com sabor a "eu avisei". Afinal, não só os testes psicotécnicos avisaram que isto seria sempre uma segunda escolha, porque a verdadeira vocação era a arte de viver outras vidas, como o tempo se encarregou de me fazer desenvolver estranhas mas admiráveis capacidades na arte da manicure. Às vezes, penso se, para se ganhar um fraco remedeio de jurista, não perdeu o mundo uma exemplar actriz com part-time de esteticista.

Diz-me para onde vais e pode ser que eu também queira ir

"- Mas eu não tenho mapa.
- Não é preciso. Eu sei UM caminho de cor.
- Ah! Ainda bem. É isso mesmo. Acho que estou a precisar de um pouco de orientação."
Kika, Almodóvar

BonecRo

A minha Ti C. tem quase 90 anos e diz que quer ao menos viver mais 15 para ver o rumo do Mundo. A minha Ti C. é irmã da minha Ti L. e mulher do meu Ti V. A minha Ti C. acha que é uma grande coisa eu ganhar 10 minutos do meu tempo a levá-la à farmácia para medir a diabetes e o colesterol. A minha Ti C. diz que o meu Ti V. a mata de arreliação, porque perto dos 90 anos ele ainda quer andar de mota. A minha Ti C. chora se eu lhe faço biscoitos caseiros e lhos levo ainda mornos. A minha Ti C. dá-me caixas de sortidos no Natal e escolhe sempre a que tem o desenho mais bonito. A minha Ti C. perdeu os 3 filhos que pariu e quase enlouqueceu. A minha Ti C. só não enlouqueceu porque ainda tem razão para não enlouquecer. A minha Ti C. ama o meu Ti V. como quando, há quase 70 anos, se casaram. Arrisco que ainda há ali paixão, até. A minha Ti C. disse-me um dia destes: "Havias de o ter visto, com umas calças novas de uma fazenda muito mimosa e uma jaqueta a condizer. Ai cachopa, parecia um bonecRo. Mas é arreliador. Veio da missa e foi rachar lenha naqueles modos". A minha Ti C. não sabe o que é um post, nem internet.
(7 de Novembro de 2008)

sábado, 7 de fevereiro de 2009

Pois

...lentamente, as horas foram ganhando lonjura sem ti e as coisas foram perdendo encanto sem ti. ... fui escutando o que uma voz trémula me dizia. E teimando com ela que não, sua doida maluca, é lá isso agora?! Oh rapariga, tá calada e põe-te ao fresco. Tu não estás bem da cabecinha. Ai, ai, mas o que é que te está a dar?! E ela em berros, histérica em mim!
Esmagadoramente feliz só por te sentir, percebi que o caminho não tinha trilho de volta. Só podia andar em frente. E muitos dias bons se seguiram a esse, com a normalidade das paixões que crescem e que aquecem. ... Com a impaciência dos incompletos, até já via lá longe uma luz, quando.
Então tremi e calei. Não calei a voz, porque a perdi. Calei-me. Calei a pessoa que eu era desde o início do nosso segundo acto. E calei convicta de que a dor era tão grande e tão funda que eu nunca mais deixaria de me calar. E tremi. E não chorei, tão calada que era eu. Caiu o Mundo nesse dia e mataram a luz que eu via. Sobrevivi às escuras, lambi feridas e tive muitas recaídas. Até adormecer as dúvidas e saltar por cima delas, mansamente, com terror de as despertar.
Mas falhei e elas gritaram-me aos ouvidos, tão alto, sabes lá!? ... E caíam mudas as vozes, em mim. Ouvia-me respirar e só por isso é que nunca duvidei que não me tinham morto inteira. Só me tinham morto quase toda. E, olha, dei por mim a fugir delas, feita tola em direcção a nada. Mais coração que pensamento, fiz-me à estrada e corri. Quando parei, nem respirava. Era toda feita de náusea e desesperança. E ali fiquei. Sem me mexer. À espera de mim.
Retomei-me convicta de tudo, principalmente da tua ausência. E medi forças muito tempo, vencendo-me com um preço caro.
Só que há em nós vontades para além da nossa vontade e há em nós razões para além da nossa razão. São rebeldes as causas que evitamos sem convicção. Provam-nos sempre a fraqueza das decisões mal amanhadas. Nem queiras saber... toda borras de pintura duma vida a preto e branco, acordei ...
Amo-te, pá!
Será que isto não te chega para arriscares?!
(7 de Novembro de 2008)

Agora sei. Não.

Afinal...


Kikas: fui pescar ao meu passado e...
...
...
...
































...
...
...
...
...
Descobri o poraquipasseieu perdido em fotos do google!!!
E...
consegui recuperar posts.
E...
estou histérica.
E...
uma mulher magoada devia ser proibida de tomar decisões!
Se eu pudesse colava aquele blog no princípio deste. Como não posso, vou pescando nele e cantando para aqui o que o passado me for assobiando.

Lov u :)

Do amor

Eu tenho uma amiga a quem hoje só quero dizer que acredito, como La Rochefoucauld, que perdoamos na medida em que amamos e que, por isso mesmo, não há mal nenhum em ver semear futuro numa hora de mágoa... mas só se ainda resistir o amor.

E que eu nunca entendi a necessidade de alguém dizer "amo-te muito". Se amo, é tudo. Não é muito. É ao limite do ilimitado, é ao ponto final do infinito, é do tamanho da desmedida, é na porção da inteireza. Se amo, não me perguntem se é muito. Se quiser escalar sentimentos, digo que gosto (muitíssimo, muito, tanto, normal, mais ou menos, assim assim, pouco, menos, nada, menos que nadinha,credo). Mas se eu digo que amo, então eu amo e ponto. Amar é insusceptível de questões. Não se ensina, não se aprende. Cada um ama diferente, mas para cada um amor é amor e ponto. Por isso, quando eu digo que amo, eu não estou só apaixonada, eu não gosto só tudo, eu não quero só muitíssimo bem, eu não perdoo só os defeitos, eu não entendo só os silêncios, eu não quebro só num olhar, eu não suspiro só por um toque de pele, eu não sinto frio só de imaginar, eu não sinto calor só de sonhar, eu não quero só morrer e ainda assim não deixar de tentar. Eu amo. E isso basta para não haver palavras. Isso chega para ser inexplicável. Isso é suficiente para não poder ser de outra maneira ou com outra pessoa. Porque se eu amo, amo. E ponto. É isso.

Coisas tontas ou de outras pontas

Responder "vou pensar nisso" quando te pedem "não desistas de mim" vale de compromisso?!

I like it

Nããã...


...
And made me cry again
When you said

Little girl please don't wait for me
Wait patiently for love
Some day it will surely come
Ooh Little Girl please don't wait for me
Wait patiently for love
Some day it will surely come
And I'm still waiting

(Oh oh oh whoa oh)
I'm waiting
(Oh oh oh whoa oh)
Ooh still waiting
(I'm just a fool)
Oh I'm a fool
(I'm just a fool to keep waiting)
To keep waiting
(I'm just a fool)
For you
(I'm just a fool)
Ooh I'm Waiting
(Fool, I'm just a fool)
I'm Still Waiting
(I'm just a fool to keep waiting)
For Love
(I'm just a fool)
For you
(I'm Just a Fool)

Then someone finally came
He told me that he loved me
I put him off with lies
He could see I had no eyes
So he left me
Once again alone
Like a child without her playmate
I had to face the truth
I was still in love with you
But you said


Little girl please don't wait for me
Wait patiently for love
Some day it will surely come
Ooh Little Girl please don't wait for me
Wait patiently for love
Some day it will surely come
And I'm still waiting

...
Come back can't you see it's you I'm waiting for

(I'm just a fool)
Don't you know I'm Waiting
(I'm just a fool to keep waiting)
Ooh I'm waiting
(I'm just a fool)
For Love
(I'm just a fool)
For you
(Fool, I'm just a fool)
I Miss you
(I'm just a fool to keep waiting)
Ooh I'm Waiting
(I'm just a fool)
Come back boy
(I'm Just a Fool)
Come back come back
(I'm just a fool)
Come back Boy
(I'm just a fool to keep waiting)
Ooh I need ya
(I'm just a fool)
Ooh Ooh and I want you
(I'm just a fool)
That's what I'm afraid to say
(Fool, I'm just a fool)
A fool
(I'm just a fool to keep waiting)
But I'm still waiting
(I'm just a fool)
For you

I'm still waiting - Diana Ross

Eu tenho uma piada para contar

Chama-se:
Resolução do Conselho de Ministros n.º 198/2008
Regras de legística na elaboração de actos normativos pelo XVII Governo Constitucional

Aiiiii... ainda estou a apertar a barriga!

Ex. de piada assim mesmo cheia de piada: art. 8.º/4 - "Devem evitar-se remissões para artigos que ainda não tenham sido mencionados no acto normativo".
Ora, ainda bem que só é preciso evitar. Já pensaram se fosse mesmo proibido?!

Está muito bem... facilita a leitura, pois claro. Não fosse as leis não serem coisa para se ler tipo romance, faria todo o sentido. Mas, é impressão minha ou dizem por aí que há cursos que ensinam as pessoas que mexem nas leis a "andarem de trás para a frente nos artigos", a "mobilizarem fundamentos legais dispersos, desde que atinentes à mesma questão", e até..., pasme-se, a "fazerem remissões para diante e até para outras leis de fora, tipo estrangeiras e tudo"?! Dizem, não dizem?! É fantástico. Dizem até por aí que não é preciso só remeter para trás porque as leis não contam propriamente uma história e portanto ninguém vai achar a leitura enfadonha só porque se lhe antecipa o final... Mas eu já nem digo nada.

Bem, eu até nem devia ser pessoa para fazer este comentário, uma vez que li o código penal tipo romance, de fio a pavio, aos 14 anos, deitada na areia da praia, a torrar ao sol. Mas isso foi só porque me acabou o mantimento de livros levados para férias e era domingo e a livraria lá do sítio estava fechada. Ah... e porque estava a passar férias com um advogado. Mas, tirando estes casos extremos, acho difícil a malta largar a Margarida Rebelo Pinto para andar a ler o que o legislador inventa... Mas isto digo eu, com os nervos... Sei lá... há tolos para tudo!

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

6/2

"O coração das mães é um abismo no fundo do qual se encontra sempre um perdão."

Honoré de Balzac

Dúvidas

Depois de ver este...
e este...
...
...
...
...
...
...
...
...
...
...

... alguém, alguma alma do Mundo, se atreverá, só porque é da época, a optar por este?! Ok. Aqueles que pedem conselho à menina da loja e não acham estranho ela considerar que o mais giro é sempre o mais caro. Ok. Tá. Mas... tirando esses... Please... E mesmo esses... Homens deste país... confio em vós! Não me desiludam. Se eu depois de dia 14 começo a ver tudo quanto é moça com uma coisa daquelas no dedo, lá se vai a minha última esperança no futuro...

Todos daqui: www.swarovski.com

Do que mete medo ao susto





Há alguma coisa que deixe uma mulher mais pirosa que isto?
NÃO!
Kikas, vá lá... quem vos disse que era lindo não vos quer bem.
Confiem em mim!

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Al Berto

Dizem que a paixão o conheceu

Dizem que a paixão o conheceu
mas hoje vive escondido nuns óculos escuros
senta-se no estremecer da noite enumera
o que lhe sobejou do adolescente rosto
turvo pela ligeira náusea da velhice

conhece a solidão de quem permanece acordado
quase sempre estendido ao lado do sono
pressente o suave esvoaçar da idade
ergue-se para o espelho
que lhe devolve um sorriso tamanho do medo

dizem que vive na transparência do sonho
à beira-mar envelheceu vagarosamente
sem que nenhuma ternura nenhuma alegria
nenhum ofício cantante
o tenha convencido a permanecer entre os vivos.

Al Berto

Pois era...

Yesterday


Houve, de facto, uma hora disto... Com umas pedrinhas quentes e uns óleos de essências a lembrarem a pessoa de como há coisas boas na vida. Houve, de facto, o milagre da sumição das malditas dores de costas. Houve, é verdade, um momento em que a pessoa quase levitou de tão bem que se estava ali...

Mas isso foi um prémio pela resistência hercúlea da menina na hora e meia em que, altiva, calou fundo os gritos histéricos próprios dos episódios de agrura peneirenta em que nos arrancam partes da natureza!

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Desperta amor

Ora fica desde há pedacito provado, sem possibilidade de recurso para instância superior, que, para o Mundo, falar eu ou chiar um carro é exactamente a mesma coisa.

A matéria de facto resume-se nisto:

- eu, fulana de tal, pedi encarecidamente que me mantivessem afastada desse popular dia de S. coisinho que se festeja com rosas vermelhas, corações que piscam, peluches pirosos ou almofadas em forma de coração;
- eu, fulana de tal, consciente das minhas fraquezas, dei o mote para as necessárias medidas de segurança a adoptar;
- eu, fulana de tal, disse que não respondia por mim se voltassem a falar-me do bendito santo;
- eu, fulana de tal, avancei a hipótese de ser cometido um homicídio em série e dei ao processo o nome de um possível autor moral (o Mundo).
- E o Mundo... decide enviar-me um mail chamado "Desperta Amor" (www.despertamor.com), fazendo a apologia da prenda ideal para o mais que tudo de toda a gente e que é, nada mais, nada menos, que um despertador que toca músicas românticas e se parte em dois, para que cada partner fique com uma parte.

Ora, o Mundo ou é surdo, ou é tolinho de todo. Eu uso no máximo um ipod se quero ouvir música. Eu se quiser partir alguma coisa para andar com metade e dar a outra metade ao outro partner, parto-me toda para ter mais tempo para me dar inteirinha. Eu não uso colares que me façam correr o risco de dispararem com uma música do Tony Carreira. Eu se quisesse dar uma prenda original dava, que sou uma pessoa autosuficiente em matéria de imaginação e não preciso que seja um mail a dizer-me o que é original (aliás, o que há de original numa coisa que é publicitada para meio Mundo?!). Eu, se quisesse usar um colar com uma forma diferente, de certezinha que não precisava de me render à pendureza que anunciam... Ia à Pedra Dura e satisfazia a necessidade. Eu não vejo com bons olhos que o amor seja despertado aos Trimmmmmmm, Trimmmmmmmm... Pelas almas...

Portanto... eu sou uma pessoa que agradece a diligência dos publicitários do Mundo, mas recusa o convite para estupidificar!

E agora vou ali pensar num programa para o dia 14 e pensar muito em palmeiras e beber muito chá, na esperança de me dar para o Zen e me passar esta vontade de matar alguém.

Hasta!

Blog

Do que o tempo e a dor de alma levaram, a notícia foi sendo dada assim:

Sou uma fraquinha, que ao fim de uma semana já não suporta um segredo...
- porque o impulso foi dado por uma história que tu conheces melhor que ninguém;
- porque nesta fase da minha vida, em que preciso encontrar maneira de me aliviar as ânsias, estou a terminar uma tarefa em que te empenhas como só os grandes amigos se empenham;
- porque sei que pode descansar-te saber que não ficarei a magicar nas vontades, agora que posso descarregá-las assim que surgem;
...

É o que dá ter um engenheiro mecânico na turma de inglês...

"- Ai o carro anda a apitar há mais de um mês sempre que aceleras um bocadinho mas tu achas que é um tique do bicho?! Ah... Não admira que ele precise de dar-te o recado por escrito para atestares a água do motor. É que olha-se para ti e vê-se logo. Uma menina. É pôr gasóleo e ligar o rádio.
- Desculpa lá, é impressão minha ou tu estás a ralhar comigo?
- Estou. Pois estou. Porque é um crime pôr um carro nas mãos de pessoas como tu.
- Olha, estou chateada contigo.
- Não fiques. Ah... e pneus, vês os pneus?"

Daqui: http://icanread.tumblr.com

São os astros que dizem...

"Com a sua vontade bem canalizada pode mudar o rumo de muitas situações, para isso há que acreditar em si, mais e mais, isto sem nunca chegar à arrogância. Pois é, basta crer e querer!"

domingo, 1 de fevereiro de 2009


Daqui: http://icanread.tumblr.com

O que eu queria?

O que eu queria era acordar.

Wishlist

Às vezes, tenho pena dos repentes... mas nem sempre é possível voltar atrás. Desta vez, é!

A minha C.
Eu tenho uma amiga que me chama princesa, pequenita e minha linda e que diz que eu sou especial. Eu tenho uma amiga que me conta coisas duras e depois se derrete em mimos para me curar as feridas. Eu tenho uma amiga que quando me vê a chorar diz que isso lhe custa muito. Eu tenho uma amiga que me diz que eu tenho de ir de férias e dá palpites para as ditas. Eu tenho uma amiga que nunca chora, mas que já chorou para mim. Eu tenho uma amiga que diz que está tudo bem mesmo quando está tudo mal. Eu tenho uma amiga que diz que tem mau feitio, mas que para mim é a mais doce das criaturas. Eu tenho uma amiga que faz salto de barreiras pela vida. Eu tenho uma amiga que sorri mesmo quando não lhe apetece nada sorrir. Eu tenho uma amiga que me trata como menina porque a vida já lhe ensinou a ser muito mulher. Eu tenho uma amiga que concorda que não há loucura no que se faz por amor. Eu tenho uma amiga que despiria a roupa toda pelos amigos. Eu tenho uma amiga que é amiga do (que vai ter de deixar de ser o) homem da minha vida e que lhe prega sermões. Eu tenho uma amiga que tenta que os amigos se orientem na vida. Eu tenho uma amiga que gosta de flores e de cães e de meias de lã até ao joelho e de taças de cereais e de apanhar chá, mas que as pessoas pensam que veio de fábrica já com o fato vestido e a carteira Vuitton. Eu tenho uma amiga que dá comigo os grandes passos da minha vida recente. Eu tenho uma amiga que se emociona com isso. Eu tenho uma amiga que já se ofereceu (em tempos) para fazer as talas ao homem de quem se fala se ele não disse(sse) "ti voglio bene tutti i giorni della mia vita" (mas que depois teve de me dizer que "ai pequena... eu gostava tanto de te dizer diferente! Mas... anda lá e... Por favor! Porque não estás triste, estás vazia! E isso também me dói. E o tempo vai curar. E... gosta, mas não consegue fazer mais... E mais mal é dele, que és a pequena mais especial e até terá tentado mas não somos capazes de tudo o que tentamos"). Eu tenho uma amiga que é do melhor que se pode ter. Eu tenho uma amiga, que és tu.

A minha O.
Tenho uma amiga que é daquelas amigas que são filhas das amigas das nossas mães. Daquelas amigas que nem são bem da nossa idade. Daquelas amigas que nós achamos que são amigas, tá bem, mas pronto. Mas que depois se tornam tão nossas amigas que são capazes de nos ouvir horas a fio a falar sobre o mesmo tema, que nos acompanham em caminhadas de reflexão, que nos encurtam os sofrimentos com meia dúzia de f#$/&% ou car"#%&/$. Que nos ligam para dizer "arrasaste". Eu tenho uma amiga assim. Eu tenho uma amiga que diz que de vez em quando eu podia desmaiar 15 minutos para ver se acalmava. Eu tenho uma amiga que tem um gajo que vai ganhar o 2.º lugar no concurso dos entronhados portugueses. Eu tenho uma amiga que até se faz passar por anónimo para me comentar (mas neste blog se assume). Eu tenho uma amiga que se admira se eu descubro que ela é o meu anónimo comentador. Eu tenho uma amiga que acha que eu devia escrever um livro. Mas que se não, ao menos que fizesse um blog. Eu tenho uma amiga que diz que eles gostam é das que os tratam mal e que eu não posso ser só mel e coisas doces (e se calhar tem razão, que de queridas, prendadas e kikas andam eles estafados). Eu tenho uma amiga que é meia doida, mas que é uma grande, grande amiga. Eu tenho uma amiga, que és tu.

A minha P.
Eu tenho uma amiga que é a minha P. A minha P. é desbocada e é faladora. A minha P. espanta as coisas más com asneiredo. A minha P. diz que se eu congelar as pessoas más elas já não me aborrecem. A minha P. parece uma alvora, mas não é. A minha P. parece que não chora, mas isso não é verdade. A minha P. tem dias em que não se entende e então não está para ninguém. A minha P. é impulsiva e já se arrependeu de muitos impulsos. A minha P. viveu em 30 anos mais do que muita gente poderia viver em 100. A minha P. chama-me boneca. A minha P. já me deu muitas esperanças, já me alimentou muitas ilusões, já me preencheu muitos sonhos, já me desmontou muitos medos, já apostou comigo que ia dar tudo certo. A minha P. já um dia descobriu que se calhar não ia nada dar tudo certo. A minha P. já teve de me dizer isso. E à minha P. terá isso custado quase tanto como a mim. (E depois já caiu outra vez na lenga-lenga do anda lá diz-me só mais uma vez se coisa e tal e já teve de arrepiar caminho outro tanto e custou-lhe outra vez muito! Porque nunca te vi como hoje, em que a tua tristeza é de desolação e custa tanto que até magoa por dentro quem te quer bem! E quer, mas... temos pena! Chega de andares ao som daquela música). A minha P. acha que não a levam a sério. Mas eu levo a minha P. muito a sério. Há dias em que ela me fala tão sério que nem parece ela, mas é. Quem fizer mal a um amigo da minha P. tem a minha P. à perna. E ter a minha P. à perna não é coisa que se deva desejar. A minha P. consegue pôr no discurso um chumbo que perfure as más almas. A minha P., em compensação, também sabe ser feita de mel. A minha P. parece uma valente, e é. Mas a minha P. não é a super-mulher e por isso às vezes também se perde. A minha P. conquistou-me lá longe, há uns tempos, mas parece que me acompanha desde sempre. A minha P. é uma amiga muito especial. Toda a gente devia ter a sua P. na vida. Porque quem tem uma P. como a minha P. passa bem melhor pelas agruras da vida. Eu tenho uma amiga, que é a minha P. Eu tenho uma amiga que és tu!

A minha S.
Eu tenho uma amiga que me chama linda e querida, que diz que o meu sorriso ilumina e que eu sou uma pessoa que faz bem. Eu tenho uma amiga que me abraça com força. Eu tenho uma amiga que diz que não, não é nada, mas que depois me conta o que não consegue contar a ela própria e começa por chorar e acaba por rir. Eu tenho uma amiga que diz "gaja" e "cabra". Eu tenho uma amiga que tinha um gajo com uma deadline à porta (que a cumpriu e ainda bem ou eu não respondia por mim). Eu tenho uma amiga que teve uma espécie de ataque de pânico quando recebeu os sogrichos pela primeira vez em casa. E que me convidou para assistir. Eu tenho uma amiga que diz "telefonino". Eu tenho uma amiga que é romântica. Eu tenho uma amiga que adora Natal. Eu tenho uma amiga que faz do dia do pinheirinho acontecimento local. Eu tenho uma amiga a quem mando postais apesar de sermos vizinhas. Nós temos um carteiro que acha isto um disparate e volta a pôr os postais na minha caixa do correio com a indicação "ponha lá você, que é aqui perto". Eu tenho uma amiga que me reencaminha mensagens. Eu tenho uma amiga que sabe coisas minhas que mais ninguém sabe. Eu tenho uma amiga com quem é impossível dormir, porque há sempre paleio para pôr em dia. Eu tenho uma amiga que me deseja bons sonhos. Eu tenho uma amiga que me dá estrelas com brilhantes. Eu tenho uma amiga que me lê os silêncios. Eu tenho uma amiga que sabe o que eu vou fazer antes de eu fazer as coisas. Eu tenho uma amiga que sabe que se eu vou a um concerto com o homem da minha vida vou tentar decorar todas as músicas do gajo que vai cantar (embora já tenha ficado provado que isto não resulta em grande benefício para a rambóia). Eu tenho uma amiga que se ofereceu para lhe fazer umas orelhas de burro se ele não disse(sse) "ti voglio bene tutti i giorni della mia vita" (e que tenho para mim que ainda hoje lhas faria porque até ao fundo das entranhas de qualquer pessoa é possível mudar tudo, virar-nos do avesso por uma kika pessoa como a sua melhor amiga). Eu tenho uma amiga que diz que não me diz nada para não errar e não ser má amiga. Eu tenho uma amiga que nunca deixa de me dizer o que eu preciso ouvir. Eu tenho uma amiga que é filha de uma amiga da minha mãe e de uma amiga minha, grande. Eu tenho uma amiga que a vida me deu e depois o tempo me tirou e depois a vida me deu outra vez (e agora os trabalhos teimam em esconder-me e nem tempo temos para escolher vestidos de noiva, mas não há-de ser nada porque as melhores amigas passam por essas coisas e ainda ficam mais melhores amigas que antes). Eu tenho uma amiga com quem já vivi coisas muito boas. Eu tenho uma amiga que me liga em férias porque somos como família. Eu tenho uma amiga que não é como se fosse irmã, porque as irmãs podem não ser as melhores amigas e ela é a minha melhor amiga. Eu tenho uma amiga com quem partilhei dias muito maus. Eu tenho uma amiga que me disse a seguir a um dia desses "tu és a minha melhor amiga". Eu tenho uma amiga que nesse dia estava com umas calças brancas e uma t-shirt azul céu. Eu lembro-me. Eu tenho uma amiga que diz "adoro-te" e depois eu respondo "me too". Eu tenho uma amiga que diz "poderosa". Eu tenho uma amiga que é poderosa mas tem a lágrima fácil. Eu tenho uma amiga, que és tu.

Ai! Se Sêsse!...

Se um dia nós se gostasse;
Se um dia nós se queresse;
Se nós dois se impariásse,
Se juntinho nós dois vivesse!
Se juntinho nós dois morasse
Se juntinho nós dois drumisse;
Se juntinho nós dois morresse!
Se pro céu nós assubisse?
Mas porém, se acontecesse
qui São Pêdo não abrisse
as portas do céu e fosse,
te dizê quarqué toulíce?
E se eu me arriminasse
e tu cum insistisse,
prá qui eu me arrezorvesse
e a minha faca puxasse,
e o buxo do céu furasse?...
Tarvez qui nós dois ficasse
tarvez qui nós dois caísse
e o céu furado arriasse
e as virge tôdas fugisse!!!

Zé da Luz